As mentiras de Locke Lamora

As mentiras de Locke Lamora Scott Lynch




Resenhas - As Mentiras de Locke Lamora


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Dhiego Morais 18/07/2016

As Mentiras de Locke Lamora
“[...] — Qual é o problema com ele”?
— Se eu não conseguir vendê-lo para você, serei obrigado a cortar a garganta dele e jogá-lo na baía — respondeu o Aliciador. — E terei que fazer isso hoje à noite. [...]”
E assim somos apresentados a uma das mais interessantes e bem-criadas figuras da fantasia contemporânea. Em poucas páginas, porém adornadas do mais puro sarcasmo e ironias, Scott Lynch inicia a história de Locke Lamora, um garoto sem qualquer amadurecimento, franzino e abandonado pelos deuses; no entanto, cheio de um espírito de pura audácia, cinismo e perspicácia.
Em “As mentiras de Locke Lamora”, mergulhamos numa atmosfera cuja mescla entre o período renascentista e revolucionário das novas tecnologias é facilmente concebível, seja pela alquimia mirabolante de Lynch ou pelos ares naturalmente italianos. A sociedade é dividida entre a nobreza, os comerciantes e o povo comum, onde deste último, segue-se majoritariamente uma classe especial, subdividida em gangues, que estrela o romance de Lynch: os ladrões.
Apesar de o Duque Nicovante governar a cidade de Camorr, outras figuras exercem o seu poder em reinos próprios e consideravelmente intimistas. Enquanto o Capa Barsavi governa as gangues de ladrões, o Aranha mantém-se nas sombras, atento para o cumprimento da Paz Secreta entre ladrões e nobres.
Locke não tarda em demonstrar suas habilidades natas para o crime, e com a ajuda do Padre Correntes e seus “acólitos”, os gêmeos Calo e Galdo, se aperfeiçoam nas artes da manipulação, disfarce e das mentiras, na construção dos golpes perfeitos. Ainda que criativo e perspicaz, Locke arrecada inúmeros problemas até aprender a controlar o seu gênio difícil e a trabalhar em conjunto.
Estruturado entre capítulos no presente e interlúdios curtos, que narram fatos passados, Lynch constrói um romance épico, com cenários magníficos e sensações que extrapolam a todos os sentidos.
Quando Locke inicia o seu maior e mais lucrativo golpe, ao lado de sua gangue, um estranho problema ameaça cruzar o caminho dos Nobres Vigaristas e do Espinho de Camorr — uma figura lendária e digna dos mais extravagantes golpes: líderes de gangues, os garristas, estão sendo assassinados. A ação é atribuída a uma pessoa, cujo nome vem acompanhado de histórias sombrias e desafiadoras: o Rei Cinza, que desafia abertamente o poder de Capa Barsavi.
Em pouco tempo, Locke descobre que existem riscos para todos os crimes, e que basta o menor deslize para que tudo desmorone.
“— Algum dia, Locke Lamora, algum dia você vai fazer uma cagada tão gigantesca, tão ambiciosa, tão avassaladora, que o céu vai se ascender, as luas vão girar e os próprios deuses vão fazer chover cometas de tanta alegria. Só espero ainda estar por perto para assistir.”
Reviravoltas, golpes brilhantes, assassinatos, magia e alquimia e doses de humor e sarcasmos incomparáveis, aliado a personagens cinza e dignos da dúvida; isso e muito mais traz uma combinação intensa ao leitor mais ávido.
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vsferreira 09/06/2016

Boa história
Nas primeiras páginas achei a linguagem do livro um pouco complexa, depois me acostumei com ela. Algo que me incomodou e que acontece o tempo todo, é que no meio de uma sequência mega interessante de acontecimentos o livro simplesmente corta o assunto pra contar algo do passado e só volta ao assunto páginas depois. Isso me deixa desinteressada, me dá sono e me fez demorar pra terminar o livro. Na segunda metade do livro isso me incomodava menos, talvez por ter me acostumado. Tirando esses pontos negativos história é sensacional e o final foi muito bom. Já quero comprar o segundo livro.
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João Vitor Gallo 06/06/2016

Desde a tenra infância Locke Lamora demonstrou aptidão para a arte da ladroagem, aos 5 anos violara a Paz Secreta afanando as bolsas cheias de dinheiro de alguns membros da guarda citadina, depois disso os seus roubos causaram ainda mais problemas por chamar a atenção demais. Esse era o problema do garoto, Locke Lamora roubava demais, ou melhor dizendo, ele tinha uma inclinação natural para a grandiosidade no ato de surrupiar e afanar. Nada poderia ser simples, direto e cirúrgico, o roubo tinha de mais artístico, tinha de ser mais teatral, tinha de ser… mais. Devido a sua tendência em tentar fazer algo mais grandioso, que algumas vezes acaba fugindo do controle, faz com que Locke acabe indo morar com Padre Correntes, um ladrão sacerdote, que também é um sacerdote dos ladrões, e com ele acaba encontrando um lugar onde possa se encaixar, e onde inclinação natural pode ser mais útil e valorizada, obviamente com uma pequena ajuda de Correntes para colocar o devido bem senso na cabeça do garoto para aprender a medir suas atitudes.

Correntes é o idealizador de um novo tipo de ladrões, não aqueles punguistas baratos que roubam simplesmente pelas habilidades de subtrair carteiras ou por meio das ameaças, mas pela fineza da trapaça executada com perícia e inteligência, ladrões que esvaziam bolsos e cofres pela astúcia de uma falcatrua planejada cuidadosamente, aprimorando técnicas e se especializando na arte do engano, não com arrombamentos e violência desmedida. Um tipo de ladrões que usam mais a cabeça do que a mão-leve. Esses são os Nobres Vigaristas. Onde mais um malandro criativo e com uma moral um tanto quanto questionável como Locke Lamora se encaixaria com tamanha perfeição?


“Nós aqui somos ladrões de outro tipo, Lamorra. A farsa e o engodo são as nossas ferramentas. Não acreditamos em trabalho árduo quando uma cara falsa e uma bobagem bem-bolada podem ser tão mais eficazes.”

Além dos espólios das suas trapaças serem consideravelmente muito maiores dos que aqueles que arrombadores e batedores de carteira conseguem se esgueirando por vielas sujas e escalando telhados, o verdadeiro fator motivacional para eles é o prazer pelo sucesso de uma fraude orquestrada e realizada com elegância e esperteza, pela simples diversão de ser mais esperto do que os outros. Viver bem com o dinheiro conquistado nos golpes, apreciar tudo o que a vida tem de bom, como diria a música do Matanza, essa é a vida dos Nobres Vigaristas. Os resultados dos seus roubos servem mais para financiar outros golpes do que simplesmente viver uma vida hedonista de luxos extravagantes a olhos vistos, afinal a chave do sucesso é não parecer que eles são a gangue mais rica da cidade, até para evitar certos tipos problemas que a atenção traz consigo, muito embora isso não queira dizer que não se possa viver com certo conforto.


“A nós… mais ricos e mais espertos do que todos os outros!”

As Mentiras de Locke Lamora, o primeiro volume da série Nobres Vigaristas do escritor americano Scott Lynch, foge daquele clichê tradicional de mundos de fantasia que remetem à Inglaterra medieval, desta vez temos algo um pouco mais original, e a história principal se passa na cidade de Camorr, inspirada obviamente em Veneza, tanto pela geografia local, com as inúmeras ilhas separadas por canais e ligadas por pontes, quanto pela cultura local mostrada nas roupas, no comércio e nos próprios nomes de locais e personagens que lembram o italiano. Também vale destacar que tal qual a República de Veneza que era regida por um doge, ou seja, um duque, assim também é com Camorr, aliás, nessa época a cidade era conhecida como “Sereníssima República de Veneza”, e curiosamente a cidade fictícia durante a história também é chamada de “Sereno Ducado de Camorr”. Devo falar que particularmente gostei muito de toda a construção e descrição em relação à cidade, desde as partes passadas entre as vielas sujas e canais estreitos cujas águas são infestadas por tubarões, partes estas ligadas quase sempre ao submundo do crime, e aquelas em que os Nobres Vigaristas vivem a sua outra vida, com as altas e magníficas edificações em que habitam os nobres, feitas de um material criado por uma antiga e superior civilização, ou em sua confortável casa, a sua verdadeira casa, escondida sob o templo de Perelandro.


“Quanto mais no controle o alvo pensa que está, com mais facilidade responde ao verdadeiro controle.”

Muito da cultura do submundo de Camorr também tem inspirações evidentes na máfia italiana, principalmente a sua estrutura e práticas de iniciação, aliás, “Capa”, é um título dentro do universo do livro que se refere aos chefes dos chefes das gangues, a aqueles que estão no topo do poder, bem como na máfia usam o termo “Capo”, para chefe. Eu até fiquei pensando se o próprio nome “Camorr” não teria vindo de “Camorra”, o que é bem possível.

Algo que me deixou curioso foi a questão dos Ancestres, a antiga civilização que construiu Camorr e fabricava o Vidrantigo, uma substância praticamente inquebrável e que irradiava luz de alguma forma. É uma boa adição para esse mundo e pessoalmente gosto muito desse tipo de coisa na literatura fantástica, algo que se perdeu no tempo, o conhecimento de toda uma sociedade mais avançada que é incompreensível para os que herdaram o que eles deixaram para trás, é algo que se parece muito com a admiração pelas construções romanas que os europeus tinham depois da queda do Império Romano. Falando rapidamente, também as religiões, as atividades e festividades, a forma com que utilizam alquimia, seja para criarem itens caseiros, plantas especiais ou animais híbridos, também dá um charme especial para a história.

Além dos cenários todos os personagens são muito bem desenvolvidos, todos eles seguindo seus próprios conceitos morais, fato que fica claro em relação ao roubo pelos Nobres Vigaristas, que o consideram como “um ofício honrado” para ganhar a vida e não dão muito valor ao produto do roubo em si, mas a própria sensação de terem suas habilidades e astúcia testadas e conseguirem demonstrar que são de fatos mais espertos que todos os outros, ou mesmo no ato de se disfarçar de clérigos, o que seria um sacrilégio para alguns, mas que ao mesmo tempo mostram grande respeito pelos deuses e as ordens religiosas. Os Nobres Vigaristas são um bando de canalhas, mentirosos e trapaceiros, mas tratam uns aos outros como uma verdadeira família, já que todos são órfãos, e o nível de confiança entre eles é notável, e ao mesmo tempo que são capazes de aprontar atos moralmente condenáveis, também demonstram bom coração. Não são nem heróis, nem vilões, nem estão exatamente dentro daquela ideia romântica do “ladrão cavalheiro”, mas são personagens críveis dentro da criação que tiveram e de sua concepção do que é a melhor maneira de viver a vida, e isso vale também para todos os outros personagens.

Entre os capítulos há interlúdios contando sobre a infância de Locke, o que dá mais dinamismo a história ao intercalar seus golpes com a sua fase de aprendizado, e até mesmo atiça a curiosidade do leitor sobre o passado do Nobre Vigarista. Algumas histórias se perdem prolongando por demais essa etapa, deixando muito do personagem como criança para tentar dar esse tipo de construção mais aprofundada dele como adulto, mas que por se alongar demais acaba deixando as coisas muito arrastadas de início, mas ao usar dessas pausas para aos poucos ir revelando mais do personagem e deixar o leitor mais curioso sobre a vida dele, Scott Lynch consegue ao mesmo tempo deixar a história fluída e aumentar o carisma do Locke Lamora e de seus comparsas. Além disso, esses interlúdios servem para explicar melhor algumas atitudes e explorar mais a própria cultura da cidade, tendo pontos relevantes para a trama em si. O ritmo que o autor consegue imprimir no livro é digno de nota, o livro é divertido, não apenas pelo humor sempre presente na história, mas pela própria forma com que foi escrito.

As Mentiras de Locke Lamora é um livro externamente divertido, recheado com golpes bem elaborados, situações inesperadas, humor cínico, personagens bem construídos dentro de situações críveis no contexto em que estão inseridos e reviravoltas que vão agradar a quem quiser se aventurar pelos canis de Camorr ao acompanhar as mentiras e trapaças dos Nobres Vigaristas, e depois do final arrebatador da história eu tenho que confessar: Estou com uma vontade imensa de rever estes canalhas golpistas! Só lembrando que para aqueles que gostaram do livro, o segundo e o terceiro volume da série, Mares de Sangue e República de Ladrões, respectivamente, já foram publicados no Brasil.

Arrivederci!


site: https://focoderesistencia.wordpress.com/2016/06/06/as-mentiras-de-locke-lamora-nobres-vigaristas-vol-1-scott-lynch/
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Caroline 29/05/2016

‘As Mentiras de Locke Lamora’: o início de uma série simplesmente fantástica e cativante
Eu quero começar essa resenha com um declaração: sinto que é não apenas meu desejo, mas também o meu dever dizer que a série Os Nobres Vigaristas, escrita pelo sensacional Scott Lynch, foi um marco na minha vida literária. Porque, desde que eu li o primeiro livro, senti que alguma coisa mudou na minha cabeça – espero que tenha sido algo bom, né? As Mentiras de Locke Lamora dá início a essa coleção fantástica – em todos os sentidos -, publicada no Brasil pela editora Arqueiro.
Que livro, gente! Que história! Que habilidade do escritor! A trama que Scott Lynch criou é tão delicadamente desenvolvida que me faltam palavras para descrever o quanto eu acho esse homem genial. Até hoje, não vi ninguém que tenha lido esse livro reclamar de qualquer coisa que seja – e, na verdade, eu nem vejo como poderia fazer isso. Muito pelo contrário. E eu sou mais uma na multidão. Adoro Scott Lynch e pretendo, com toda a absoluta certeza e muita ansiedade, ler os demais livros da série – bem como qualquer obra que esse autor vier a escrever.
A você, recomendo que faça o mesmo.
Farei apenas um breve resumo da história, porque esse é o tipo de livro que não se pode falar muito, pois há o risco de se revelar o que não deve. E o mistério é um dos elementos chaves que fazem com que esse livro seja tão bom.
A trama se passa na cidade de Camorr e gira em torno de um grupo de astutos ladrões que roubam dos ricos para dar aos pobres… Brincadeirinha. Eles roubam dos ricos, sim – mas, bem.., roubar de pobre não faz muito sentido, certo? -, porém, ninguém além deles sente nem o cheiro dos resultados de seus golpes absurdamente bem bolados.
Eles são ninguém menos do que os Nobres Vigaristas, comandados por Locke Lamora, cuja identidade infame e secreta é como o Espinho de Camorr, uma figura lendária que protagoniza as histórias dos maiores golpes já vistos na cidade. O fato é que Locke é o cara mais sagaz, esperto, manipulador, digno de pena nos assuntos amorosos e ainda pior quando o assunto é lutar. Ainda bem que ele consegue se virar muito bem com sua lábia.
E é justamente isso o que torna esse livro tão sensacional. Eu normalmente não me apego muito a protagonistas – costumo gostar mais dos vilões mesmo -, mas, dessa vez, não deu. É impossível não gostar do Locke e de toda a sua gangue de vigaristas.
E é justamente a sua lábia, sua fama e habilidade na arte de enganar e roubar que colocam toda a turma em risco, quando um assassino começa a matar os líderes das demais gangues e inicia uma guerra no submundo da cidade de Camorr. Então, os Nobres Vigaristas têm que lutar e usar toda a sua esperteza para conseguirem sobreviver a isso.
Eu sei que esse resumo está bem vago. Mas, acreditem, estou fazendo isso pensando em vocês. Qualquer informação pode ser demais e, nesse caso, eu estragaria a surpresa.
O livro apresenta dois focos temporais. Um no presente, quando Locke é o líder dos Nobres Vigaristas – tendo ao seu lado seus fiéis companheiros de golpes – e outro, no passado, quando Locke ainda é criança e está iniciando seu caminho para se tornar um Nobre Vigarista, junto com os seus demais parceiros, liderados por Correntes – outra grande mente dos golpes, que ensinou Locke a ser o homem pouco honesto que se tornou. E eu gostei muito dessa dualidade temporal, porque é muito esclarecedora quanto aos Nobres Vigaristas em si – sem falar que é muito divertido, como o livro por inteiro.
A escrita de Lynch é impecável. Eu não teria absolutamente nada do que reclamar, nem mesmo se me esforçasse muito para encontrar alguma coisa. Ele simplesmente sabe o que está fazendo e deixa isso bem claro para todos que quiserem ler o seu livro.
Quero ser igual a ele quando crescer.
Os personagens também são mais do que excelentes. Eu acho bem difícil que algum leitor consiga terminar o livro sem ter se apegado fortemente a, pelo menos, um deles. São todos muito bem construídos e mantidos ao longo da trama. Principalmente, os demais membros da gangue dos Nobres Vigaristas – o próprio Locke, Jean, os gêmeos Calo e Galdo e o jovem aprendiz Pulga -, que, apesar de possuírem aquela malandragem típica dos ladrões e golpistas, conseguem ser completamente diferentes e absolutamente apaixonantes.
Os vilões também foram muito bem montados e, melhor ainda, apresentados. Nada consegue superar um vilão que sabe quando se revelar. Sem falar que esses vilões em questão são bem maus mesmo, do tipo que lavaria o chão com o sangue dos inimigos se faltasse água. Gostei disso.
Eu realmente recomendo, muito fervorosamente, a leitura.

site: http://www.vailendo.com.br/2016/02/02/as-mentiras-de-locke-lamora-de-scott-lynch-resenha/
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Jemilly 16/05/2016

VIGARISTA
No primeiro livro da série Nobres Vigaristas mergulhamos na cultura, crença e toda a superstição da cidade de Camorr e cidades vizinhas. Em um cenário que lembra um pouco uma mistura de Veneza medieval e renascentista (sério é incrível assim), conhecemos a história de Locke Lamora intercalada entre sua infância - de como ele chegou a gangue Nobres Vigaristas com seus golpes precoces e com consequências bem ruins para aqueles que cruzaram com ele - e a fase de Locke adulto, como o já então procurado Espinho de Camorr e um pouco mais cauteloso (o que não é muito se tratando de Locke Lamora rs).

"- Pulga, Locke é nosso irmão e nosso amor por ele não tem limites – falou Calo.

- Mas as três palavras mais fatais de toda a língua Terim são “Locke teria apreciado”.
- Comparáveis apenas a: “Locke me ensinou um truque novo” - emendou Galdo.
- A única pessoa que se safa com os golpes de Locke Lamora...
-... É Locke Lamora...
-... Porque nós achamos que os deuses o estão poupando para uma morte realmente grandiosa. Algo com facas e ferros incandescentes...
-... E cinquenta mil espectadores aplaudindo."

O que mais me agradou neste livro é a inteligência do personagem principal. Eu, particularmente, gosto de personagens inteligentes e Locke não me decepcionou nesse quesito e nem os seus Nobres Vigaristas: Jean, os irmãos Sanzas (Galdo e Calo) e o pequeno Pulga. Me encontrei em alguns momentos caindo no golpe deles rsrs, na verdade, todos, em certo ponto, caem no golpe deles, Enquanto eles roubam fortunas dos nobres, eles são vistos no submundo de Camorr como uma reles gangue; a menor e uma das menos lucrativas, quando na verdade são uma verdadeira gangue de elite: unida e muito bons no que fazem. Tanto que, inicialmente, foram comprados pelos velhos concorrentes, com quem aprenderam até os pequenos nuances da arte do disfarce, da vigarice com a melhor instrução possível.

“Correntes costumava falar que não havia liberdade igual a de ser constantemente subestimado” – Locke

Apesar de ser um livro de fantasia, tirando sua excepcional esperteza, o diferencial deste livro é que Locke não tem nada de mágico e nada de um grande guerreiro, muito pelo contrário. Ele pode chegar a ser um desastre em uma briga, mas nada que o impeça de fazer o que for necessário para sobreviver no submundo de Cammor, onde as gangues imperam e quem manda em todas elas é o Capa Barsavi. Temos todo um universo de detalhes “politicos” nesse submundo, ao mesmo tempo em que se tem uma relação com a nobreza de Camorr. Outro ponto que é bem detalhado no livro são os lugares, mas o que não achei que chega a ser cansativo. Os grandes acontecimentos do livro demoram um pouco a aparecer, mas é algo que faz sentido, não é nada jogado ao acaso. A chegada do Rei Cinza e o envolvimento involuntário dos Nobres Vigaristas com ele foi muito bem elaborado, assim como a existência dos magos-servidores e das criaturas marinhas gigantes, o que realça o ponto da fantasia, mas não chega a ser exagerado. (Sim, criaturas marinhas gigantes parece exagerado, mas juro que não é rsrs)
Esperto, vigarista e mentiroso, este é o protagonista. É um livro daqueles que fazem você pensar que está torcendo para o cara mau da história rsrs, mas, se comparando com os vários personagens como o próprio Capa, o odiado Rei Cinza, e uma cidade cheia de ladrões e assassinos, Locke e sua gangue são relativamente bons. O que, por incrível que pareça, é uma grande coisa. rsrs
- Eu só roubo porque minha querida família precisa do dinheiro para viver! – Locke Lamora fez essa afirmação com o copo de vinho erguido bem alto. (...) Os outros puseram a vaiar e entoaram em coro:
- Mentiroso!
- Eu só roubo porque este mundo cruel não permite que eu tenha um trabalho justo! – exclamou Calo, erguendo o próprio copo.
- MENTIROSO!
- Eu só roubo porque tenho que sustentar meu pobre irmão preguiçoso, cuja indolência partiu o coração de nossa mãe! – Galdo deu uma cotovelada em Calo;
- MENTIROSO!
- Eu só roubo porque estou convivendo temporariamente com maus elementos – disse Jean.
- MENTIROSO!
Por fim, o ritual chegou a pulga, que ergueu o copo com um leve tremor e berrou:
- Eu só roubo porque é muito divertido, porra!
- VIGARISTA!

As Mentiras de Locke Lamora é um livro muito bom, com ótima narrativa, divertido e com personagens encantadores. Onde tudo se encaixa e as pequenas coisas que não foram muito abordadas nessa história foram para aguçar a curiosidade para o segundo livro da série Nobres Vigaristas. Apesar de que a trama abordada nesse livro encerra-se nele, podemos continuar a acompanhar os personagens principais com uma nova aventura e novos golpes em Mares de Sangue (título do segundo livro).

site: http://clubedofarol.blogspot.com.br/2016/03/as-mentiras-de-locke-lamora-serie.html
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Pratelivros 05/03/2016

Literatura fantástica de primeira!

OBS: Para ler essa resenha com seus recursos de imagens (fotos, gifs e etc) completos acesse o link ao fim da resenha:

Nossa, como esse livro é bom!

Nessa aventura épica super bem construída e com detalhes de tirar o fôlego, você irá se deparar com um dos personagens mais carismáticos que já conheceu e acompanhará sua jornada desde que era o menino órfão que inventava maneiras inovadoras e extremamente perigosas de saltear bolsos ...

"Algumas das minhas crianças gostam de roubar. Algumas são indiferentes ao roubo e outras apenas o toleram porque sabem que não têm mais nada pra fazer. Mas ninguém, digo e repito, ninguém nunca demonstrou tamanha avidez pelo ato de roubar quanto esse menino. Se ele estivesse com o pescoço cortado e um galeno estivesse tentando costurá-lo, Lamora roubaria a agulha e o fio e morreria rindo. Ele… ele rouba demais.”

...até se tornar o homem que construiu uma reputação de maior vigarista de toda Camorr e ainda consegue se fazer passar por mero ladrão de rua diante de todos que o conhecem.

"Correntes costumava falar que não havia liberdade igual a de ser constantemente subestimado."
- Locke

Sabe quando você não consegue evitar torcer pelo vilão? Apresento-lhes Locke Lamora.
Inevitavelmente a sagacidade desse personagem te surpreenderá. Com o jeito malandro e carismático que pode apenas ser comprado ao do infame Jack Sparrow, Locke conjura os mais elaborados e engenhosos planos para esvaziar os bolsos dos nobres de Camorr. Dispondo-se de uma inteligência incomum, dos ensinamentos de um dos maiores vigaristas de todos os tempos, de uma série de recursos ludibriosos e de seus fiéis comparsas, Lamora não só foi capaz de juntar uma grande fortuna como também conseguiu se tornar um dos homens mais procurados pelo Duque e ainda assim se manter incógnito por muito tempo.

"Nós aqui somos ladrões de outro tipo, Lamora. A farsa e o engodo são as nossas ferramentas. Não acreditamos em trabalho árduo quando uma cara falsa e uma bobagem bem-bolada podem ser tão mais eficazes."

Até o Rei Cinza chegar. Essa figura misteriosa que vem matando grandes criminosos do submundo põe em risco o segredo de Lamora e, consequentemente, a vida de todos os Nobres Vigaristas.
Nesse livro, Scott Lynch criou um mundo fictício cheio de tradições e superstições, com reinos de culturas diferentes e povos com características distintas. Extremamente bem escrito, esse intrincado plano de fundo combinado aos detalhes minuciosos que o autor nos fornece sobre esse reino nos transporta a essa Era. Brigas de socos realísticas, batalhas contra tubarões gigantes, personagens carismáticos e únicos, jogos políticos elaborados, pitadas de magia e mistério, além de momentos hilários. Basicamente, é isso que compõem esse livro, um dos melhores que já li.
Alternando-se entre o passado de Lamora - onde acompanhamos o menino de rua que quase acabou com a Paz Secreta em sua formação em vigarista - e seu presente - Locke trabalhando em seu atual golpe e aparição do Rei Cinza -, o livro nos permite ter uma visão completa de Locke e de sus comparsas. Conhecemos, nos apegamos e, sim, admiramos esses ladrões de elite que roubam pelo simples prazer da façanha.

"– Eu só roubo porque minha querida família precisa do dinheiro para viver!
Locke Lamora fez essa afirmação com o copo de vinho erguido bem alto. (...) Calo e Galdo à sua direita, Jean e Pulga à sua esquerda. Os outros Nobres Vigaristas puseram-se a vaiar e entoaram em coro:
– Mentiroso!
– Eu só roubo porque este mundo cruel não permite que eu tenha um trabalho justo! – exclamou Calo, erguendo o próprio copo.
– Mentiroso!
– Eu só roubo porque tenho que sustentar meu pobre irmão preguiçoso, cuja indolência partiu o coração de nossa mãe! – Galdo deu uma cotovelada em Calo.
– Mentiroso!
– Eu só roubo porque estou convivendo temporariamente com maus elementos – disse Jean.
– Mentiroso!
Por fim, o ritual chegou a Pulga, que ergueu o copo com um leve tremor e berrou:
– Eu só roubo porque é muito divertido, porra!
– VIGARISTA!"

Os Nobres Vigaristas: um grupo de trapaceiros reunidos pelas circunstâncias mas atados por escolha. Os gêmeos Calo e Galdo, sarcásticos e cômicos, o grande Jean e o aprendiz Pulga, todos sob a liderança de Locke Lamora. Embora todos esse personagens tenham papeis marcantes no livro, o holofote com certeza pertence à Lamora.

"– Pulga, Locke é nosso irmão e nosso amor por ele não tem limites - falou Calo. - Mas três palavras mais fatais de toda a língua terim são "Locke teria apreciado".
– Comparáveis apenas a: "Locke me ensinou um truque novo" - emendou Galdo.
– A única pessoa que se safa com os golpes de Locke Lamora...
– ... é Locke Lamora...
– porque nós achamos que os deuses o estão poupando para uma morte realmente grandiosa. Algo com facas e ferro incandescentes...
– ... e cinquenta mil espectadores aplaudindo."

Um livro muito bem elaborado, onde as pontas se encaixam lindamente no desenrolar da estória, deixando soltas apenas o suficiente para aguçar nossa curiosidade para o próximo livro da série que mal posso esperar para ler.
Esse livro me divertiu muito. Passei horas presa nesse mundo completamente incrível e original. Até agora estou impressionada com a habilidade e astúcia de Sott Lynch na elaboração desse livro. Reviravoltas, esquemas, surpresas, sangue e trapaças são elementos sempre presentas nessa história.
Resumidamente, incrivelmente incrível.
Agora vá ler essa maravilha, vai!

OBS: Para ler essa resenha com seus recursos de imagens (fotos, gifs e etc) completos acesse o link abaixo:

site: http://pratelivros.blogspot.com.br/2015/09/resenha-as-mentiras-de-locke-lamora.html
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Thalita Branco 19/01/2016

Resenha ~ As Mentiras de Locke Lamora - Scott Lynch
No início do livro conhecemos o jovem Locke Lamora, uma criança órfã cuja pequena estatura é compensada pelo cérebro capaz de desenvolver e aplicar golpes altamente desenvolvidos. Desenvolvidos DEMAIS, o que acaba por colocar Locke em uma situação bastante desconfortável e ser vendido ao Padre Correntes.

A partir de então a história é intercalada entre o jovem Locke e o Locke adulto. Enquanto o padre se mostra uma pessoa bastante solicita e treina Locke e os irmãos Calo e Galo (futuramente também Jean e Pulga) para se tornarem bons ladrões e se transformarem nos Nobres Vigaristas, acompanhamos os personagens já adultos tentando aplicar um golpe na família Salvara a fim de afanar metade da sua grande fortuna. Tudo isso em meio a um jogo de poder e corrupção em Camorr, uma espécie de Veneza fictícia. Até que surge o Rei Cinza, misteriosa figura que passa a tocar o terror na cidade e tenta virar a balança do poder a seu favor.

O mundo criado por Scott Lynch é bastante rico. Ele não poupa descrições de localidades, arquitetura e costumes de Camorr. Mas para mim o autor exagerou. São descrições por vezes extensas e de pouca serventia para a história em si. Não era necessário tanto para o leitor se localizar e perceber como a cidade é. O Rei Cinza, o grande vilão da história, poderia ter sido melhor aproveitado. Senti que o livro passou a tomar um rumo só a partir da página 250.

Curti muito os personagens. Aqui a riqueza de detalhes foi bem aproveitada. Eles são fáceis de imaginar e com personalidades bem definidas. Grande destaque para o Falcoeiro, um Mago-Servidor, feiticeiro que pode ser contratado por absurdas quantias de dinheiro. Suas atitudes e a história dos Magos é fantástica!

Como disse acima, a infância e vida adulta de Locke são contadas de forma intercaladas. A partir de certo ponto, em cada final de capitulo, o autor abre um interlúdio e relembra o passado. Ok. O problema é que algumas vezes esses interlúdios quebram o ritmo do texto. Mas ainda assim a escrita é ágil, os personagens são sarcásticos e os diálogos divertidos. O texto contém inúmeros palavrões, o que pode desagradar alguns. As letras são um pouco pequenas, mas as páginas amareladas conferem conforto a leitura.

Gostaria de ter curtido mais a história, mas as descrições realmente foram me cansando e desanimando. As Mentiras de Locke Lamora é seguido pelo Mares de Sangue e República dos Ladrões.

site: www.entrelinhasfantasticas.com.br
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Erica 16/01/2016

Locke Lamora é um golpista talentoso e mesmo que ele aplique seus golpes em pessoas boas/inocentes, você se pega o tempo todo torcendo para ele se dar bem.

O livro intercala passado e presente, sendo o passado sempre contado para justifica atos ocorridos no presente. É massante em algumas partes, tanto que demorei muito para ler, mas a forma com que ele conta a história é muito boa, vale a pena.

As últimas 200 páginas valeram pelo livro todo! Muito bom!

As Mentiras de Locke Lamora estão apenas começando e mal posso esperar para ler a continuação.
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Gokuafricano 06/01/2016

Mais acertos que erros.
A escrita é muita boa, sendo ainda o 1° livro do autor é de admirar a qualidade. Os diálogos são ótimos, a descrição da ambientação é meio monótono, começo um pouco confuso pois você se perde qual capitulo é passado qual capitulo é futuro, então talvez o começo do livro não empolgue tanto, mas o final é épico, 100 páginas que ira ler como se fosse 10. Lamora e sua equipe se superam.
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Morgana 24/12/2015

amor e ódio
Odiei as primeiras duzentas e trinta páginas, mas não tem como não se apaixonar pelo restante. Só não ganhou cinco estrelas pelo começo.
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AleixoItalo 21/12/2015

Lançado em 2006, o Livro de estreia do desconhecido Scott Lynch, ganhou o prêmio de Revelação do British Fantasy Award e foi finalista do World Fantasy Award. Elogiado pela crítica e já com seus direitos vendidos para o cinema, é hoje uma saga consolidada com 3 livros lançados e outros a caminho. Vale ressaltar que As Mentiras de Locke Lamora tem final, e lê-lo não te obriga necessariamente ler as continuações.

Locke é o melhor no que faz: se disfarçar e aplicar golpes. Ele não faz magia, não sabe lutar, não tem poderes e tem muitos inimigos. As Mentiras de Locke Lamora, contam as aventuras de Locke e sua gangue, em seus golpes e tramoias, tudo em busca de conforto e luxo. Não é um livro sobre batalhas épicas ou salvação do mundo, mas sim a vida de um ladrão sempre em busca do crime perfeito.

As Mentiras de Locke Lamora conta a história dos Nobre Vigaristas, um grupo de ladrões dispostos a tudo em busca dos mais variados e perfeitos golpes, parar tirar dos ricos e ... bem, ficar para eles mesmos. Os Nobre Vigaristas são liderados por Locke Lamora, o Espinho de Camorr, “ladrão lendário” famoso no submundo, com suas próprias histórias e lendas. Os planos dos Nobre Vigaristas começam a dar errado, quando surge na cidade um misterioso Rei Cinza, sanguinário e manipulador, que mergulha o submundo de Camorr numa guerra entre gangues sem precedentes, e tem planos muito maiores para a cidade, território de Locke!

Não espere dragões, elfos, magos, fadas ou duendes, em As Mentiras de Locke Lamora o que vemos são as aventuras de um ladrão em um mundo mais cruel do que mágico. A fantasia aqui não está presente nos elementos clássicos, mas mora em todos os detalhes e características usadas por Scott Lynch, para criar seu mundo. A história se passa na cidade de Camorr e nela Lynch deposita toda sua perícia e criatividade, criando toda estrutura social e política, de uma cidade viva e violenta. Camorr parece pulsar e respirar nas páginas do livro, todos os detalhes como a moda – colorida, variada e ostentadora das classes ricas – comidas típicas, fauna (sem criaturas fantásticas até aqui) e arquitetura – se encante por cada canto de Camorr, como as torres de Vidroantigo habitadas pelos burgueses, o mercado flutuante e os variados bairros da cidade.

Seguindo alguns preceitos de Game Of Thrones a obra é violenta e sanguinária, e os personagens encontram a morte em cada beco e cada viela. Mas as comparações com GOT terminam aí, os personagens não estão na escala de cinza (onde todo mundo é mal a sua própria maneira), suas personalidades são mais voltadas ao gênero da aventura e literatura infanto/juvenil, e pode-se distribuí-los facilmente em padrões de preto/branco (bem ou mal) onde até os personagens neutros são malévolos ou carismáticos. Mesmo Locke, sempre roubando pelo próprio interesse e conforto, é difícil de ser dissociado da imagem de mocinho virtuoso.

Reunindo o excelente mundo criado e as dezenas de personagens fortes e inesquecíveis, está uma excelente trama, escrita nos melhores moldes de um thriller e uma história de aventura. O roteiro de Scott Lynch usa de muitas estratégias televisivas, e a obra é repleta de reviravoltas e cenas de tensão, que acabam sempre te deixando com vontade de saber como continua, a narrativa é feita para te tirar o fôlego o máximo de vezes possível.

Sem revolucionar o gênero e abrindo a mão de vários elementos da literatura fantástica, As Mentiras de Locke Lamora se reinventa a sua maneira é figura sim como um dos principais títulos do gênero na atualidade.

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Fanny 22/09/2015

Machista
Demorei 45 dias para ler as primeiras 200 páginas. Depois disso, o ritmo do livro melhora bastante e creio que a obra poderia até ter sido divertida, não fosse o machismo. São poucas as personagens femininas. Em regra, quando uma mulher aparece ou é citada na obra, ela é totalmente objetificada. Um dos heróis se refere a duas personagens femininas como "vadias" e como "piranhas". Terminei sem nenhuma vontade de ler a continuação.
Artemis 24/11/2015minha estante
[Spoilers]
Claro, porque o Jean tinha que se referir a elas como madames depois delas terem assassinado dois dos amigos deles, né? Sem contar que a Aranha (a Vorchenza) e a Dona Salvara são independentes (inclusive, a Sofia Salvara é muito mais inteligente que o Lorenzo, aquele cara é muito tapado) e a Sabeta, apesar de não ter aparecido ainda, parece prometer muito. Merda, até as próprias Berangias são fortes e poderosas pra caramba.
Você deve ser uma daquelas minas que já vai lendo o livro inventando mil e um problemas. Nem todo livro tem que ter cota feminina, sabia?


Paula.Moraes 28/01/2016minha estante
Nem todo livro tem de ser feminista, e nem todo mundo tem de gostar de obras que pouco e mal retratam mulheres.




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