spoiler visualizarRodolfo 25/10/2023
E é o fim... (graças a Deus).
Bem... Quem acompanha minhas resenhas, deve ter se deparado com a minha frustração em relação a essa trilogia, e claro, não seria diferente nesse último livro.
Tive muita (mas muita mesmo) força de vontade para terminar esse livro, inúmeras vezes abandonei e retomei a leitura, exatamente por isso foram mais de 2 meses para ler míseras 500 páginas.
Essa história como um todo é um manual de como pegar toda a construção criativa de um universo bem elaborado, orquestrado, e jogar no lixo... Uma bagunça, eventos e narrativas desconexas e sem sentido algum (usando como base a própria lógica criada pelo autor).
Explicando um pouco mais; Eduardo Spohr publicou "A batalha do Apocalipse", o que é um livro muito bom; dotado de muita criatividade, um universo riquíssimo e complexo, que consegue entregar com maestria tudo que propõe. Uma briga existente entre anjos desde os tempos primórdios, nos insere nas dimensões das "castas" (como se fossem "grupos" específicos de anjos, cada grupo com suas características, habilidades e formas, tendo como base o instinto, vivem e ajem conforme estes, sem o livre-arbítrio). E ao fim, a história se conclui, trazendo um enredo satisfatório e interessante para o leitor.
Maaaaas.... O autor, visto o sucesso do livro, resolve fazer uma trilogia prequel, enfatizando que só aceitou para proporcionar novas aventuras ao leitor, e ressalta que jamais se utilizará dos personagens da obra inicial, pois seria um desrespeito... Bem, nesse último livro, quase metade das 500 páginas é explorando um personagem dessa obra original, trazendo inúmeras contradições e deslizes que foram tão bem construídos na Batalha do Apocalipse.
As "castas" praticamente entram em contradição o tempo inteiro, tendo em vista que os anjos tem mais livre-arbítrio do que toda a raça humana junta, mudando de perspectiva e personalidade conforme é conveniente para a história.
Evidentemente o autor aproveitou para inserir no meio tudo que tem apreço; nesse volume foi o universo nórdico, empurrado goela abaixo com uma "explicação" (se é que posso dar esse nome) rasa e desconexa, desse universo no já existente, fruto de toda a trama até então.
As "conveniências salvadoras" não pararam (já citei esse ponto nos volumes anteriores), SEMPRE um personagem está para ser dizimado, mas algo acontece no último instante e o salva... Isso tornou-se tão previsível que ao ler sobre um momento de conflito, no início deste vc já está curioso para saber qual conveniência vai vir desta vez.
Enfim... É tanta baboseira que fica até difícil manter a seriedade. Chega a ser cômico um personagem principal mostrar-se apaixonado por uma Asgardiana durante todo o livro (ao ponto de visualizá-la em seu momento de quase morte; pois é, não morreu de novo por conta da conveniência), e nas últimas páginas do livro ao declarar-se para esta, a dita cuja lhe diz que só amou um homem, mas existe uma pretendente para ele, e este aceita de prontidão cheio de satisfação e felicidade, como alguém que recebe o troco em bala ao invés de moedas... E detalhe, no âmbito inicial de toda a história, a casta desse personagem não possui a capacidade de se apaixonar, pois só vive para a luta.
Bem, leiam se quiser rsrs... Boa sorte.