Resenhas - A Vegetariana

Luiza 22/01/2024

Perturbador. Um livro que fala sobre a opressão e desumanização sofrida pelas mulheres na Coreia do Sul, mas sem nunca tratar diretamente sobre o assunto: tudo fica nas entrelinhas.

Ao começar a ter pesadelos aterrorizantes e violentos, Yeonghye decide parar de comer carne. Essa decisão traz vários desdobramentos para a sua vida e para a vida de seus familiares, os quais são narrados em 3 atos: o primeiro, pelo seu marido; o segundo, pelo seu cunhado; o terceiro, pela sua irmã.

Por algum motivo, gostei muito mais das duas primeiras partes do livro do que da parte final, que ficou cansativa em alguns momentos. De todo modo, o livro é genial e muito bem escrito, abrindo espaço para várias interpretações e reflexões.

Clars 22/01/2024

"Foi nesse momento que percebeu que estava morta havia muito tempo."
Esse livro me causou vários sentimentos. em resumo, ele retrata bem o que é o patriarcado e o real formato de muitas famílias, apesar das aparências. acho que ele começa retratando muito bem como a yeonghye é silenciada no momento que escolhe ser vegetariana. pelo marido, pela família, pelos amigos do marido, a sociedade em volta no geral. desde o início, ela tem essa escolha questionada e criticada o tempo todo. até antes disso, o casamento deles já era medíocre e não necessariamente infeliz, mas também não era lá o auge do casamento ideal.

depois, a autora retrata muito bem também como a irmã dela é silenciada, de uma forma menos agressiva que a yeonghye, mas também passa por esse processo. submissa ao marido (um tanto por decisão dela também, mas não apenas por isso), resignada a cuidar da casa e do filho; o marido não move um dedo pra ajudar financeiramente e fura bastante pra cuidar do filho. mais um retrato de família tradicional que nas aparências é ótima, mas que dentro do lar é infeliz. aliás, me surpreendi com o fato de que ambos os maridos desejam ter a mulher do outro.

agora, na última parte, acho que a autora fez uma grande confusão. misturou transtorno alimentar, com esquizofrenia e com a própria decisão da personagem de não mais comer carne e virou um bololô confuso. a própria escrita da última parte foi super confusa. eu só conseguia distinguir quando a personagem tava vivendo ou lembrando bem adiante na descrição da lembrança e era difícil identificar quando começava uma lembrança e passava pra outra. não gostei.

tirando isso, achei uma leitura fluida e rápida (apesar dos termos rebuscados em alguns momentos) e sem detalhes demais.

iammoremylrds 22/01/2024

Uma obra perturbadora q mostra a degradação da protagonista mas não sob o ponto de vista dela e sim de familiares, recheada de metáforas e críticas a sociedade patriarcal q taxa a mulher como louca por não seguir a norma, uma obra autêntica

paulapereirar 22/01/2024

Esperava bem mais :(
Eu comecei a ler esse livro só porque sou vegetariana e sinceramente acho que nunca devia ter pegado para ler ele. Eu até que gostei da primeira parte do livro, acho que ela consegue mostrar muito bem o porquê de a protagonista querer ser vegetariana; ela quer se afastar da violência que ela está inserida e a única parte da vida dela que ela pode controlar a existência ou não de violência é na sua alimentação e por isso ela para de comer carne. Dá para perceber isso muito bem nessa primeira parte porquê o marido dela além de não gostar dela também abusa dela e sua família também age de forma violente com ela, então ela muda seus hábitos alimentares para se afastar da violência, que é intrínseca ao ser humano. Já a segunda parte é horrível, tem algumas coisas interessantes que depois são justificadas no final do livro, como ela gostar das pinturas das plantas e ela ficar tomando Sol, fora isso a segunda parte toda se resume no cunhado dela usando sua fragilidade mental para abusa-la, é simplesmente nojento. A terceira parte foi a que eu mais gostei, ela fala mais da relação da protagonista com sua irmã, nessa parte que conseguimos saber mesmo o que que tá acontecendo com a menina, ela quer virar uma árvore, ela quer se afastar o máximo possível da violência humana e o único jeito de fazer isso é sendo algo não-humano e que não usa da violência para viver, então ela decide que vai virar uma planta e por causa disso ela para de comer e acha que tomar Sol já é o suficiente para se alimentar. Achei essa parte muitíssimo interessante porquê eu também quero ser uma planta e fazer fotossíntese, meu maior sonho é poder me alimentar sem fazer nenhum dano ao meio ambiente, então entendo a personagem, mas eu não gostei do livro, acho que ele poderia ser feito de outra maneira, tiveram muitas partes desnecessárias e a mensagem dele (que pelo meu ponto de vista é que o único jeito de se afastar da violência intrínseca ao ser humano é virando uma árvore porquê todas as nossas relação interpessoais são pautas em violência) poderia ser passada de um jeito melhor.

gcpina 22/01/2024

Decepcionado
A primeira e a segunda parte são muito boas, mas não gostei da terceira parte, a narrativa fica monótona, introspectiva.

Beatriz3345 20/01/2024

Foi? diferente
Eu acho q nunca li nada nesse estilo, então demorei um pouco pra me engatar na história e ter vinculo com as personagens, o começo é bom o meio segue na msm linha e quando foi se aproximando do final eu, particularmente, achei muito confuso mas é um bom livro.

Gi Santos 16/01/2024

Que livro estranho e intrigante na mesma proporção. É uma história que deixa em evidência o quanto nós enquanto sociedade não estamos preparados para lidar com certas doenças mentais. A protagonista, pouco a pouco, vai perdendo sua identidade, suas vontades, deixa de estar no mundo como ser humano e passa a existir em estado vegetativo, distanciando-se dos costumes, preferindo a letargia das árvores ao movimento desumano dos homens. É uma leitura que vale à pena.

Maria 15/01/2024

O papel da mulher
Depois de terminar A Vegetariana ainda estou sem palavras e pouco sei como escrever essa resenha. Uma obra extremamente belíssima sobre como a mulher é vista dentro de uma sociedade tão patriarcal quanto a nossa, especialmente a sociedade sul coreana.
Quando Yeonghye opta por parar de comer carne as pessoas ao seu redor tem diferentes reações.
A personagem decide parar de comer carne visto a violência que é tal ato, ou seja, ela está negando a violência que a cerca. Seu marido não a aprova, por um motivo egoista: se a esposa para de comer carne, logo não fará carne para ele nas refeições. Ele pouco se interessa pelos motivos de Yeonghye e claramente sente vergonha dela (capítulo onde ambos vão jantar com os colegas de trabalho do marido). O cunhado de Yeonghye a vê como um objeto sexual e não se importa com o estado mental da cunhada ou com o próprio fato de ser sua cunhada, ele a quer - sexualmente - a todo o custo. Mesmo que parece que o cunhado é diferente do marido de Yeonghye, por se ?importar? com ela, na verdade é apenas um pretexto para mais uma atitude egoista. O pai da protagonista, o terceiro homem na narrativa, é violento e não aceita que sua filha não o obedeça, quando demanda que Yeonghye coma carne. Então, ele lhe dá um tapa no rosto. Yeonghye que já sofreu muita violência tenta o suicido, indicando o ápice de seu sofrimento.
A irmã é uma nova perspectiva de feminilidade que também sofre tanto quanto a protagonista. A irmã reflete no final do livro que achava ser mais madura do que Yeonghye, entretanto na verdade lhe faltava coragem. Yeonghye teve coragem para impor sua vontade e alcançou a libertação, da forma que pode.
As árvores, a natureza, podem indicar vários
tipos de simbolismo. Entretanto, imagino que o fato de ela querer ser uma árvore indique paz, liberdade e a volta a pureza e a infância de uma certa forma.
Um livro pesado, com diversos temas difíceis, entretanto uma obra linda, sobre mulheres que procuram se desvencilharam da submissão a elas impostas, desde muito pequenas.

Bruna.ces 15/01/2024

Incrivel
O livro segue a vida de uma mulher que um dia decidi que vai parar de comer carne e acaba enfrentando diversos tipos de violencia por parte de seu marido e sua familia. Pra mim a história fala muito sobre recuperar o poder sobre si mesma e a dignidade que havia muito perdido por se obrigar a caber em uma rotina que não lhe preenchia. O fato da história ser contada por pessoas ao redor dela só adiciona mais pra entendermos o quanto a personagem nunca tinha sido realmente vista até aquele determinado momento e o quanto a luta por ter um poder de escolha desperta o pior das pessoas ao seu redor.

Lara2065 15/01/2024

Um dos meus livros favoritos pela autenticidade com a qual a narrativa é construída! Surpreende o modo como o processo de tornar-se vegetal pode ser expresso com tom tão visceral e, ao mesmo tempo, sensível. É possível tirar reflexões bastante desconcertantes sobre como as estruturas de gênero determinam os meios pelos quais é possível fazer-se humano diante de nossas relações e desejos mais ancestrais. Recomendo a leitura para quem gosta de narrativas que geram um bom incômodo do início ao fim!

Kami 14/01/2024

A história é muito boa, chegando a ser dilacerante em certos momentos. O livro te causa um desconforto extremo em todos os aspectos da narrativa, desde o início com ela tendo um sonho até o seu fim.

Barbara 13/01/2024

Affs
É um livro que tenta ser mais inteligente do que é e tenta dizer mais com pouco, mas esse pouco é tão pouco que as coisas se confundem. Eu entendo que é sobre violência contra mulher, mas a autora usar esquisofrenia e depressão como se não fosse doença mental, não aprofundando nessa questão, e apenas apontar que "talvez" é escolha da mulher tentar se matar... Tipo????? Pelo amor de deus, isso é considerado doença por um motivo. Existem inúmeros jeitos de denunciar violência e definitivamente essa não é uma delas. Eu cansei de ler livros dados como cults e no final só ser grotesco.

Mushu0 13/01/2024

Pior livro que li esse ano, e ainda é começo do ano.
"não posso dar zero então eu dei um"

Esse livro tinha o plot perfeito pra ser um bom livro, mas virou só um relato de três pessoas que conviveram com a younghye.

O livro tem uma narração diferente da que eu já vi, na verdade é a primeira vez que vejo esse tipo de narração e esse foi pra mim o único ponto bom do livro todo. A narração volta ao passado e só nos damos conta um tempinho depois, e só volta no passado nos locais em que os personagens estão no presente.

A história em si começa ótima, e começa a decair cada vez mais a partir do segundo capítulo, nada de interessante acontece, as duas irmãs tiveram azar no casamento onde os dois maridos são o resumo de tudo que não presta na sociedade, ambos forçam as esposas a atos sexuais que não querem no momento e tudo fica por isso, além de que não dão o devido valor a elas, a protagonista teria sido ótima em um livro de suspense ou Thriller, o que não é o caso nesse romance, coitada da irmã dela que sofreu o pão que o diabo amassou, teve os pais afastados dela por causa da irmã e do chifre que o marido botou nela com a irmã dela.

O segundo capítulo é um compilado de atos que eu resumo na palavra nojo, eu só queria acabar logo e parar de ler o que aquele homem tava narrando, ler um assassino matando alguém me daria menos nojo do que ler o que eu li no segundo capítulo.

Só leria isso de novo se me pagassem pra isso.

Mimin 12/01/2024

Impactante
Terminei esse livro desde cedo e fiquei até agora digerindo ele para tentar fazer uma resenha.

É um livro bem diferente, no bom sentido, falando de modo geral ele é muito bem escrito, tem ótimas descrições e você consegue sentir a angústia dos personagens, consegue ver as cenas nitidamente. Por ser um livro que, na minha opinião, foi feito para causar desconforto acho essa característica de uma narrativa marcante importante.

Temos no livro nossa protagonista (que não irei escrever o nome porque com certeza escreverei errado) que decide parar de comer carne e tudo de origem animal (ela vira vegana, mas acho que chamar ela de vegetariana foi algo proposital da autora, não sei se viajo muito pensando assim, mas a palavra vegetariana me lembra muito vegetativo, vegetar, estar naquele estado inerte; além também de ser uma visão limitada dessa atitude de parar não só de comer carne, mas também coisas de origem animal, que acho que é uma visão que a família da protagonista tinha). E essa simples mudança vai gerar acontecimentos inimagináveis, vai trazer a superfície muitos acontecimentos, sentimentos, personalidades e outras coisas que estavam adormecidas dentro de todos os personagens.

No final, acho que ninguém compreende ela 100%. Acho que também é por isso que o livro em nenhum momento é narrado pela nossa protagonista.

É um livro muito forte, bem impactante. Às vezes você não entende pra onde ele tá indo e então tudo começa a fazer sentido.

Mas é uma leitura que eu recomendo, eu acho que demora pra você entender e digerir ele; mas quando você entende fica meio perplexo com tudo.