Resenhas - A Cabeça do Santo

Weverton Ferreira 25/04/2024

Culto à alteridade brasileira no sertão cearense
Antes de apresentar a minha leitura desta obra, gostaria de compartilhar minhas impressões iniciais que, ao longo da narrativa, foram se desconstruindo.

Inicialmente, imaginei uma obra permeada por um heroísmo concretizado por meio do misticismo, o qual logo caiu por terra diante da riqueza de nuances e singularidades. Revelou-se um verdadeiro culto à alteridade.

A obra, como qualquer artefato cultural, pode ser analisada por inúmeros ângulos e perspectivas. No meu caso, a análise se deu por meio de um viés antropológico e sociológico. Ao longo da trama, pude captar como a cultura e a religião permeiam os elementos expressivos em um sentido de resistência e preservação da memória coletiva. A religião se manifesta como um instrumento capaz de unir um povo frente a um desenvolvimento criminoso e subversivo à integração de um povo esquecido pela legislação pública.

Em tempos de um progresso cada vez mais utilitário e alheio à sustentabilidade, ter fé pode ser uma das maiores afrontas contra a barbárie massacrante do pensamento coletivo que encara a natureza humana e a biodiversidade como passíveis de aniquilação para, em seguida, serem reconstruídas.

Hellen 25/04/2024

Orgulho de ter nascido no msm país que esse livro
Uma mistura maravilhosa de tudo o que eu estava procurando, humor que me faz soltar ar pelo nariz, tramas familiares complexas, aventura, trambicagem estilo João Grilo e uma coisa que me fez sentir vontade de ler mais nacionais: expressões e maneira de viver que me identifico, me senti parte, alguém que ficou sabendo da fofoca da cidade dos parentes.
Maravilhoso, sem palavras.

lumiá :) 25/04/2024

A tal força estranha
Gostaria de lembrar futuramente quão boa é essa história. Não é nem de longe meu gênero favorito, mas que grata surpresa foi essa leitura. As ultimas páginas eu precisei ler um pouco devagar pra saber se estava entendendo direito, pode não ter sido total do meu agrado o desenrolar antes do fim, já que esse "realismo mágico" apresentado deixa parecendo quando os passarinhos ficam rodando a cabeça depois de um acidente num desenho animado.

Certeza que lerei novamente algum dia.

A força estranha que move a gente dia após dia, nossos sonhos, os objetivos. O que já era pra ser e o que foi. O tanto. Gostei tanto tanto tanto!

Sarah Duarte 25/04/2024

Força estranha
?- O que é o quê? A força estranha?
- Saber eu sei, só não dá pra explicar
[?]
- Assim, eu acho que é um negócio que a gente sabe que, a força estranha chega e, pá! a gente sente. Quando ela toma conta, a gente faz o que quer fazer por cima de pau e pedra, não tem cão que segure. Acho que vem de Deus?.

Se tem uma coisa acertada nesse mundo, posso dizer com tranquilidade que é A cabeça do santo de Socorro Acioli. Por mais que se espalhe no Brasil inteiro, a encantaria por trás da fé nos santos ainda acho muito subestimada. Até mesmo por mim. É por onde o país se ergue e segue. Acho que essa é a força latina-americana.
O livro é leve, divertido, misterioso e tenso. Uma das melhores leituras do ano.

Julia 24/04/2024

Tratavam-se com um carinho natural, amor de gente
simples, no olhar, no gesto, sem disfarces. Eram uma
família. Samuel observava do sofá e tinha o coração
dividido entre a gratidão pela acolhida e a profunda
tristeza de não fazer parte daquela vida, por não ter
família. Nem mãe, nem pai, nem irmãos. Ninguém que
soubesse de seu passado, que o amasse incondicional-
mente, a quem ele pudesse confiar seu amor.

K.Castanheda 24/04/2024

O livro apresenta através de um contoumo pequeno cidade do interior do Ceará. ao nos apresentar esta vidade quase morta que renasce a partir dos milagres de um Santo que renova a fé e a força destas pessoas abandonadas.
Uma história que nos apresenta o lugar eo papel da fé nesta pequena comunidade.

Arthur987 24/04/2024

Pretendo reler
Li esse em 2020/2021 (não me recordo) e lembro de ter gostado bastante, vou ver se releio em algum momento

Camila.Cutolo 24/04/2024

Sensacional
Li por indicação do Paulo Ratz e o livro é sensacional, leitura fluida, maravilhosa do começo ao fim. Escrita da Socorro é incrível. Favoritado.

Valdir 24/04/2024

Indicação certeira do Paulo Ratz (Livraria em Casa).

A escrita de Socorro Acioli abraça! Adoro esse tipo de história regionalista e aqui a autora foi muito feliz em construir a sua trama partindo da simbologia do santo para adentrar em temas mais espinhosos.

brnatb 23/04/2024

LIVRO DO ANO
Esse não é o gênero de livro que eu geralmente leio, mas quando o Paulo Ratz comentou sobre esse ser o livro favorito dele, eu dei uma chance e eu fico muito feliz disso ter acontecido.
O livro é perfeito, não tenho palavras para falar sobre. É um livro para sentir, para ler com calma e para refletir.
Apenas leiam!

amorinha17 23/04/2024

Poderia ter mais história
Vamos lá, acho sim que poderia ter mais história, o livro tem envolvente, tão bom e acaba tão rápido???? pq???? por isso n dei 5 estrelas
gostei bastante, só não li mais rapido p não acabar logo, de verdade, me indicaram ano passado e eu enrolei bastante p começar, mas qnd começou n queria que acabasse.

Iza 23/04/2024

Cinco estrelas é pouco
Que livro lindo, sensível, divertido? sou nordestina e me identifiquei tanto com os diálogos. Eu ri, me emocionei e fiquei em choque com algumas coisas.
A história vai te puxando para mais uma página, mais uma e mais uma, e quando você percebe, já está sofrendo porque o livro acabou kkkkk
Perfeito! Com certeza é um livro que vou reler

Alexandre.Amaral 22/04/2024

A escrita sensível de Socorro reflete um Brasil profundo e envolvente, com palavras simples ela constrói uma cadência narrativa empolgante, onde se pode experimentar rir, chorar, compadecer-se e até mesmo compreender os mistérios sobrenaturais e inexplicáveis mesmo sem qualquer explicação profunda, tudo faz sentido. Enquanto lia, me lembrava da música Procissão de Gil que é de 1966, que assim como livro apresentam as crenças do interior/sertão movido pela fé e escassez material.

Ricarte 22/04/2024

Gabo fazendo escola
Excelente a forma como a Socorro escreve. Particularmente, sou natural de uma cidade muito próxima a retratada no livro, então me identifiquei muito com tudo, principalmente com os diálogos. Me trouxe de volta para o meu sertão. Ansioso para ler o proximo, e mais ainda para os que virão.

@raissa.reads 22/04/2024

"A Cabeça do Santo” é livro brasileiro que conta a história de Samuel, que está vivendo o luto pela morte da mãe. Em seus últimos momentos, ela faz o filho prometer que vai até a cidade de seu pai (que os abandonou) para encontra-lo e acenderá velas para São Antonio e São Francisco. Após 16 dias de caminhada no inclemente sol do sertão, Samuel chega a Candeia desnutrido, doente, maltrapilho, e é enxotado para passar a noite na enorme cabeça de uma inacabada estatua de Santo Antonio. Porém, uma vez lá dentro passa a ouvir as orações/preces das mulheres da cidadezinha. Ao descobrir os segredos das mulheres, ele começa a movimentar um comércio religioso e se torna um inesperado messias.

Com as aventuras de Samuel e Francisco, não pude deixar de lembrar dos saudosos João Grilo e Chicó, e foi saboroso constatar as muitas referências que permeiam o romance.

O cenário e os personagens contém uma brasilidade que gostamos de sentir, a história é inusitada e divertida. Dá aquela sensação de coisas que só acontecem no interior, uma lenda de cidade pequena. Um realismo mágico que tem fé, santo, mulher devota, superstição, trambicagem, luto, saudade, sentimento, perdão, solidão..

A história é muito fluida, os capítulos são curtos e a leitura é super rápida. Fora o desenrolar que não deixa você interromper a história. A unica ressalva é que poderia ser um texto maior para o desfecho não ser tão apressado. Não tira a gradiosidade do livro mas da vontade de ter umas 40 páginas a mais.

"Tu sonha muito, Chico."
"Foi a morte que me ensinou. O tempo de sonhar é em cima da terra."