Thais 28/05/2014Peguei 'Colin Fischer' na estante a procura de uma leitura diferente, sabia que o livro era associado ao autismo, então mesmo querendo algo novo, não sabia muito bem o que esperar, e eis que encontrei nessa história um personagem comovente.
Colin Fisher tem 14 anos de idade, é fã do detetive Sherlock Holmes, detesta a cor azul e sofre da Síndrome de Asperger, uma condição neurológica relacionada ao autismo. No caso de Colin ele foi diagnosticado como altamente operacional, mas ainda tem poucas habilidade sociais e problemas de integração sensorial. Ele não gosta de ser tocado por ninguém, ao menos que peçam sua autorização antes, tem dificuldade para interpretar as expressões faciais das pessoas, e estremesse ao ouvir sons autos, estridentes ou bruscos.
Nossa história começa com o primeiro dia de Colin no ensino médio, antigamente ele contava com Marie, sua acompanhante que o ajudava a enfrentar o que fosse inesperado, mas a partir de agora estava sozinho. E em meio a piadinhas e brincadeiras de mal gosto, Colin vai anotando tudo o que não compreende em um caderno para que possa 'investigar' depois.
Ainda no primeiro dia de aula, enquanto saboreava seu almoço na cantina da escola, surge um disparo, e em meio a correria a arma é abandonada no local e Colin é a unica pessoa a não correr. Mais do que o medo do barulho ensurdecedor, a curiosidade faz com que nosso protagonista veja nos detalhes da cena o que ele denomina pistas de um grande mistério. De onde veio o tiro? Quem levou a arma para escola? Quem atirou?
Confesso que as características de Colin roubaram todas as cenas do livro, o mistério envolvendo a arma na escola ficou em segundo plano diante de um personagem tão maravilhoso. Mesmo sendo vitima de Bulling, Colin não se esforça para ser aceito em nenhum dos grupinhos da escola, ele responde com toda a sinceridade do mundo a perguntas retoricas, não se sente diminuído e muito menos faz algum tipo de drama ao seu favor. Sua forma ingênua e direta de ser, me fez sentir grande admiração ao personagem, além de dar um certo toque de humor ao enredo.
Se tem algo que me deixou com um pé atrás em relação ao livro foi a narração. Além de ser em terceira pessoa, temos em 'Colin Fischer' uma jorrada de informações que se não fosse pelas notas do rodapé teria dificultado ainda mais as coisas. O livro também é dividido em três partes, sendo a primeira delas a menos empolgante. Acredito que a maneira séria e pouco introdutiva do incio, pode até fazer com que alguns pense em abandonar a obra, mas a minha dica é para que insistam um pouquinho. Mesmo sem grandes evoluções no decorrer da narrativa, o aumento de diálogos e a proximidade que temos dos personagens faz com que tudo acabe valendo a pena no final.
Resumindo 'Colin Fischer' não é um livro que aborda apenas a Síndrome de Asperger, ele vai muito além, trazendo consigo os tramas escolares, familiares e por fim emocionais de um personagem totalmente diferente dos que estamos acostumados a encontrar por aí. Com certeza vale a pena ser lido!
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