MeninoJupiter 19/08/2014
Intenso, sublime e encantador.
"Qualquer 'beleza' que possa ser considerada valiosa em mim se esconde profundamente em minha essência. É a sabedoria de cem anos vividos nesse mundo, e um coração que tem batido em um cadenciado acompanhamento para todos os imagináveis comportamentos e emoções humanos"
Acho que essa simples quote já pode resumir tudo o quanto tenho a dizer do primeiro romance que li da autora Lucinda Riley. "Poético, introspectivo e tocante", são alguns dos muitos adjetivos que rodeiam a obra.
A Rosa da Meia-Noite, é um romance da autora Irlandesa que vem se tornando conhecida cada vez mais através dos seus romances encantadores. Trata-se de uma história de amor, acasos e desavenças, e de momentos marcantes, de memórias profundas, e amores impossíveis. A Rosa da Meia-Noite é um romance o qual surpreende tanto com o seu enredo, sua história e seu protesto, quanto pela composição e métrica. Um romance intenso, mas escrito de uma forma suave, onde as informações são bem apresentadas, e o suspense impenetrável. É quase impossível não querer lançar-se neste livro, da mesma forma que é impossível acreditar que o mesmo acabou.
A Rosa da Meia-Noite é o primeiro livro o qual resenho numa parceria entre meu blog Fabrício Medeiros com o blog Arca Literária. O livro foi enviado a mim na proposta da resenha, por meio de um BookTour*. Eu não sabia nada sobre o livro quando aceitei a proposta de lê-lo e resenhá-lo, tampouco sabia quando o receberia. No entanto fiquei na espera, e logo ele chegou. Não pesquisei sobre o livro antes, pois queria poder recebê-lo e da forma como ele era, poder tirar minhas próprias conclusões. Como era de se esperar eu me surpreendi. O livro é uma obra de arte, em todos os sentidos, capa, diagramação, material e qualidade de impressão...
A história começa com Anahita, expondo seus pensamentos e sentimentos. É quando tomamos par de sua história. Devagar é revelado que Anahita teve um filho, um bastardo, o qual nos primeiros anos de vida foi dado como morto. Mas Anahita manteve sempre em seu coração, mesmo que por quase 100 anos, a certeza de que o filho ainda vivia, negando-se assim a acreditar na certidão de óbito que mantinha guardada junto de suas memórias por escrito. Anahita, na esperança de um dia ver o filho, pôs-se a escrever sua história, e a história de como gerou e perdeu seu filho, para que quando o encontrasse, mesmo que o tempo tivesse a tornado velha e lhe roubado suas lembranças, ele pudesse tonar-se ciente de quem era, e de quem fora sua mãe.
Quando completa 100 anos, Anahita temerosa que seu tempo enfim findasse, pede que chama seu bisneto, Ari Malik, e lhe conta sobre as cartas dà a ele a missão de levar a carta até seu filho perdido. Mas Ari, como todos os outros membros da família, prefere tomar a Bisávó como louca, como uma velha a qual traz à mente lembranças de um passado turvo.
"- Nani*, por que eu? (...)
- Porque, Ari, o que você segura nas mãos é a história do meu passado, mas também é o seu futuro." (pág24)
Como todos os outros, Ari sabia que Anahita havia perdido um filho logo após a primeira guerra, mas prefere acreditar na certidão de óbito, que nos dons inegáveis de Anahita. Mas Anahita insiste até que Ari pegue as cartas onde foram narradas a história de vida de Anahita, e promete a Anahita, de acordo com o que ela pediu, não contar a ninguém, senão ao filho perdido.
Um ano depois Anahita morre, e Ari, atarefado como o jovem empresário que era, acaba por não comparecer ao velório da bisavó.
Dez anos depois, na Inglaterra, a jovem atriz Rebecca chega a Dartmor para gravar seu novo filme, um roteiro britânica que se remete ao anos 1920. Feliz em poder se afastar do mundo exterior, ela adentra na antiga casa, da agora decadente, família Astbury. Rebecca, ao contrário do restante da equipe de produção se hospeda em Astbury Hall, sozinha com o último herdeiro da família, e sua governanta, sem saber o quanto isso pode influenciar no seu destino.
Enquanto isso na Índia, dez anos após a morte da bisavó, e onze após ter recebido dela a pilha de cartas, um acontecimento que abala o emocional de Ari, o faz abrir a gaveta onde guardara os manuscritos amarelados de Anahita e se coloca a lê-los. Um arrependimento o toma, junto da culpa por não ter feito aquilo antes, por ter negligenciado a bisavó, e por desacreditar na sua sublime história de vida.
Assim, Lucinda abre uma brecha, e junto de Ari, o leitor pode aventurar-se na história de Anahita, viajando até a Índia, logo até a Inglaterra, para conhecer as honras de um marani, e a beleza de Londres. Através da narrativa de Anahita, pode-se comover-se, desacreditar e se surpreender com a criatividade, e o talento de Lucinda.
"Deve haver sempre um equilíbrio na vida, e você precisa encontrar o seu. Então poderá encontrar a felicidade que procura." (pág 93)
A Rosa da Meia-Noite, é uma história completa, onde drama, romance e aventura, em doses perfeitas, afogam o seu coração. É simplesmente fácil devorar as muitas páginas do livro, em busca por respostas que de acordo com que se lê vão sendo criadas, editadas, ou até mesmo deletadas. A Rosa da Meia-Noite, é sobretudo um romance tocante, o qual desafia e critica o preconceito com uma linda história de amor entre um inglês e uma indiana.
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