CLEUSA 15/02/2019Um thriller psicológico que vale a pena pelas questões indigestas.Por ser o primeiro livro da autora que leio, gostei bastante. Nos traz questões interessantes, tais como solidão, depressão, abandono, suicídio ou perda da vontade de viver. Quem nunca? algumas das perguntas do livro são:
- Se ninguém se lembra que você existe, você deixa de existir?
- Você conhece seus colegas e vizinhos? Se importa com eles?
- Se você estiver se sentindo sozinho, tem a quem recorrer?
- Você é importante para quem?
- A morte é um tipo de transformação? E o que, realmente, acontece com seu corpo depois da morte?
Para Annabel estas são perguntas, cujas respostas, ela buscará quando descobrir o corpo em decomposição de sua vizinha. Nesta busca, se deparará com os próprios dilemas e solidão.
À primeira vista, Colin é mais um psicopata narcisista, mas o fato é que ele tem uma mente inquisitiva, é inteligente e observador. O mal que causa é fruto do que já existe na sociedade (medo, solidão, desespero, abandono) e ele só atinge seus objetivos com as pessoas que já estejam fragilizadas pela dor: do corpo, da alma ou do coração.
Nenhum dos personagens é memorável e a escrita não é impecável, mas acredito que o tema abordado pelo enredo (passável) foi instigante; e o final? coerente com a temática da obra.
Um thriller psicológico que vale a pena por fazer refletir sobre questões indigestas.