O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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otxjunior 10/08/2012

O Deserto dos Tártaros, Dino Buzzati
"E se realmente estivesse errado? Se fosse um homem comum, a quem por direito não cabe senão um destino medíocre?" questiona-se Giovanni Drogo numa passagem de O Deserto dos Tártaros. Outras dúvidas, igualmente cruéis, irão tomar o protagonista no seu caminho de autoconhecimento enquanto o mesmo espera o reconhecimento glorioso de anos dedicados a vida militar em um forte esquecido por Deus e por homens.
Dino Buzzati expõe sobretudo a falta de sentido no rigor das atividades diárias que ocupam boa parte da nossa existência passiva (e medíocre). O tempo é implacável na destruição dos sonhos da juventude e, dessa forma, a vida passa sem sequer um episódio marcante. Drogo é um reflexo da humanidade na sua busca incessante por um momento que justifique a sua existência. Chega a ser sufocante e dolorosa a leitura de alguns trechos do livro onde a ilusão desaparece e a triste realidade sobressai: Nada vai acontecer. Você não é especial.
Deprimente, não? Não poderia ser diferente. Pois acompanhamos a história de um homem que espera a vida inteira para sua vida começar. Obra-prima!
Daniel 21/08/2014minha estante
A sinopse não tinha me atraído nada ("livro sobre guerra? sobre um forte? sobre militares? eca!").
Mas trata-se de Literatura, com L Maiúsculo, daquele tipo que faz pensar, refletir e fica na cabeça do leitor por horas depois de ter fechado o livro.




Natália 25/03/2023

Definhar por obstinação...
Esse livro fará você pensar sobre sua vida e objetivos...

Drogo passa a vida toda dedicando-se a um objetivo, visando um sonho, assim, passando seus anos de vida, perdendo muitas chances, a vida familiar, os romances. Seus amigos todos se vão, e ele se vê sozinho e desvalorizado, e sua vida, um dia com um grande sonho perdida à idade...

Recomendo!
Mendonça 25/03/2023minha estante
Oportunidades que passam e desafios não concluídos . O tempo passa...




Fabricio268 16/04/2023

A longa estrada da vida.
Não minha ingênua opinião, o que transforma um livro em em clássico eterno são as reflexões que eles nos levam a ter.
Este livro faz-no pensar sobre a plenitude da vida. Nossos objetivos, desejos e principalmente com as frustrações. Sobre tudo que acontece ou não acontece nas nossas vidas quando traçamos uma meta e resolvemos segui-la.
O fato de aparentemente nada acontecer no livro, a leitura pode cansar um pouco.
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Willias Freire 27/08/2023

Muito bem trabalhado
Esse foi um livro que me surpreendeu, por mais que a história não tenha tantas reviravoltas e poucos acontecimentos marcantes, a escrita leve faz a gente querer saber o que vai acontecer depois. Você já imagina que não vai acontecer nada por conta do enredo, mas fica esperando os detalhes e imaginado as próximas cenas.

Tem momentos que você se identifica com o personagem, ele ficou mais de 40 anos esperando uma guerra que nunca aconteceu e por isso ele não conseguiu aproveitar a vida e quem sabe construir uma família.

Tem momentos que a leitura não é tão fácil, mas os diálogos são sempre muito interessantes. Gostei do livro, não leria novamente, mas consegui tirar um bom proveito dessa leitura.
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Tiago 01/09/2023

Mais um ótimo livro pra reflexão sobre a vida
Neste livro vemos a vida de um jovem sonhador escorrer pelos dedos, e todas suas expectativas se dissiparem ao longo do tempo. Mas pra todos o tempo passa igualmente, para os felizes, os tristes, os realizados, os frustrados... Então vale a pena esperar algo? Ou o melhor é não esperar nada? Eis formas diferentes de enxergar.
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Guilherme 14/04/2024

Razoável
O livro conta a história de um oficial que foi destacado para um forte isolado, ficando a vida toda na espera do combate que justificaria a existência não só do forte mas talvez a sua própria. Eu consigo entender a intenção do autor, e até a mensagem por trás, mas a história é enfadonha. Vale a leitura, porque sempre posso ter lido o livro do jeito errado.
Yvan 23/04/2024minha estante
Tenho opinião parecida




Anselmo 19/07/2020

Perturbador
Esse livro conta como é fácil alguém desperdiçar sua vida ao dedicar-se exclusivamente a alguma coisa. Quando você deixa de viver sua vida para agradar a outros ou a situações do cotidiano. Quando o tempo se torna o seu maior inimigo invisível, que implacavelmente suga sua essência, tal como o vampiro suga o sangue de alguém, tem a dor da mordida, mas depois fica anestesiado e só percebe quando é tarde demais. É o amargor do arrependimento e tudo que lhe resta. Livro muito triste. É um soco. o estômago das pessoas que esperam passivas a vida muda para a melhor, sem fazer esforço.
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Francisco240 16/07/2022

Que frustrante esse final
Giovane Drogo, um cidadão adepto do exército foi convocado para participar da Guarda do Forte bastiani, no qual ele protege e aguarda os tártaros para guerra. O livro tem um desenvolvimento lento e ao mesmo tempo ilusório pois não se sabe se estarmos existem ou se todos ali dentro estão ainda aguardando de maneira alucinógena pelos tártaros.
A escrita é muito bela, porém a leitura tem um ritmo lento e muito denso.
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30/08/2020

Poderia ser um conto de 20 páginas.
Concordo com a crítica de que o livro traz uma reflexão incrível sobre zona de conforto, expectativas frustradas, etc, mas na minha humilde opinião tudo isso poderia ser tratado em poucas páginas. O livro se arrasta de forma monótona e repetitiva. Foi uma luta conseguir terminar.
Meline 30/08/2020minha estante
Perfeita descrição! É uma ótima lição, porém poderia ser mais rápida kkk




Vilela 22/06/2023

"O Deserto dos Tártaros", Dino Buzzati
"O Deserto dos Tártaros", do autor italiano Dino Buzzati, é uma obra que merece destaque no mundo da literatura por sua profunda exploração da condição humana e suas complexidades. Publicado em 1940, o romance apresenta uma narrativa envolvente que nos leva a refletir sobre temas como o tempo, a expectativa e a busca por um propósito.

A história gira em torno de Giovanni Drogo, um jovem oficial militar enviado para a remota Fortaleza Bastiani, situada em um deserto próximo à fronteira do reino. Buzzati habilmente descreve a rotina monótona de Drogo e sua ansiedade crescente pela possibilidade de um grande conflito com o inimigo. Essa expectativa intensa, que permeia toda a obra, reflete a essência humana de esperar ansiosamente por eventos grandiosos que possam mudar nossas vidas.

A escrita de Buzzati é envolvente e cativante, com descrições detalhadas que criam uma atmosfera de isolamento e desolação. O autor consegue transmitir a sensação de tempo suspenso e a espera interminável de Drogo, que se torna uma metáfora para as expectativas não realizadas na vida real. A construção dos personagens é sutil e realista, permitindo ao leitor se identificar com as frustrações e inquietações de Drogo, bem como com suas relações pessoais e emocionais.

Uma das maiores conquistas de Buzzati em "O Deserto dos Tártaros" é sua capacidade de criar uma reflexão profunda sobre as ilusões que nos prendem e nos levam a desperdiçar nossa existência em antecipações vãs. O autor questiona a própria natureza humana, explorando como somos facilmente consumidos por expectativas futuras em detrimento da apreciação do presente e da busca por uma vida significativa.

Em suma, "O Deserto dos Tártaros" é uma obra-prima literária que convida os leitores a examinarem a si mesmos e a considerarem as armadilhas da espera e da expectativa em suas próprias vidas. A escrita de Buzzati, combinada com sua profundidade temática, faz deste romance uma leitura essencial para aqueles que desejam mergulhar nas complexidades da condição humana e questionar suas próprias perspectivas sobre o tempo, o propósito e a realização pessoal.
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Henrique Fendrich 12/03/2011

Guerra contra a mediocridade
Não, "O Deserto dos Tártaros" é bem mais do que uma crítica a "inutilidade do poder", como sugere a sua orelha. Trata-se, essencialmente, da terrível batalha que o ser humano trava consigo mesmo para vencer a mediocridade e assim transcender. Parece inaceitável que o tempo passe e a vida se gaste sem que nada de realmente importamente ou mesmo heróico aconteça ao homem. Nessa esperança ele se fia, mas de forma passiva: espera que esse "algo", que ele não sabe precisar, aconteça naturalmente, sem a sua ação.

Mas os anos passam, a inércia permanece e, por isso, cada vez mais a esperança se esvai. Giovanni Drogo é tenente de um forte, um inútil forte, em que todos esperam ansiosamente pelo dia em que virá a guerra, porque aí sim os anos que desperdiçaram lá, e as suas próprias vidas, poderão ser recompensados. O desejo é tamanho que os militares se acostumam a viver no forte, e temem sair de lá e perder o grande momento. E, além do mais, vão ter muitos anos ainda para passar no meio da cidade, como pessoas normais.

A cidade, aliás, nem é tão atrativa assim. Os capítulos em que Giovanni deixa o forte e volta para a cidade são pungentes, lindos, dilacerantes. Nela, ele se dá conta que o tempo passou, levando consigo todos os desejos, todas as afeições de outrora, o mundo todo passou a ser uma outra coisa, não restando nada senão estranhamento, e o desejo de voltar: voltar para a nossa boa esperança, e certos de que a cidade sempre poderá esperar. Somos tão jovens, afinal!

Mas há um momento em que as coisas envelhecem, e até mesmo os sonhos. Giovanni tem o seu, mas ele parece absurdo, e por isso sofre. Ele percebe, como um verdadeiro Ivan Ilitch, que o seu sofrimento não diz respeito às outras pessoas. Em Giovanni, há ainda uma reflexão ausente no personagem de Tolstói: não é sequer o amor que irá garantir que o seu sofrimento seja compartilhado pelos outros. Ainda que lhe devotem grande afeição e estima, Giovanni se desconsola ao perceber que a dor continuará sendo sentida e sofrida apenas dentro dele.

E no meio disso tudo, o absurdo kafkaniano, as situações ocorrendo de forma improvável, mas sempre tendo como resultado a opressão de Giovanni, preso em circustâncias das quais não tem controle, e contra as quais não parece haver nada a ser feito. Resta então se conformar com as injustiças, e tentar travar uma luta ainda mais difícil e de resultado definido, contra o tempo e contra a própria morte.
Nilva 28/07/2014minha estante
Você sabe, Henrique, este foi o livro que eu mais tive dificuldade em ler? Talvez por me ver refletida no Giovanni Drogo. Esta certeza de ter entrado numa batalha perdida contra a finitude. Queria, como John Donne, sentir a verdade dos versos:

"Um breve sono a vida eterna traz,
E, vai-se a morte.
Morte, morrerás."




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Reccanello 10/07/2023

O que fazer com o tempo que nos é dado?
Segundo especialistas e fãs, quando disse a Frodo que “tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado”, Gandalf teria ensinado tudo o que é preciso saber sobre a vida. Sim, é verdade! Ainda assim, conquanto Dino Buzzati diga a mesma coisa que o Mago Cinzento, a forma como o autor italiano mergulha o leitor em sua narrativa psico-filosófica também transcende barreiras de tempo e de existência.
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Recém nomeado oficial, e ainda cheio de sonhos de glória e de destaque no campo de batalha, Giovanni Drogo assume a patente de Tenente no Forte Bastiani, um posto avançado localizado em um deserto inóspito, na fronteira final com o nunca nomeado reino do Norte. Imediatamente percebendo-se cercado por mistérios e incertezas, Drogo ainda faz um esforço para voltar atrás e desistir de sua missão, mas se vê subitamente enredado em uma rotina militar monótona, arrastada, desoladora e sem propósito aparente, que o irá consumir totalmente até seus dias finais.
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Explorando temas existenciais e psicológicos profundos, Buzzati faz da espera angustiante e interminável de Drogo pela guerra sempre iminente com os tártaros uma metáfora para uma busca por sentido e significado na vida, evocando reflexões sobre nossa condição humana, nossas expectativas, esperanças e a inevitabilidade da passagem do tempo e da morte. Através de uma atmosfera surreal e onírica (cercado por montanhas, o Forte Bastiani é constantemente envolto em névoas e a fronteira fica muito além do campo de visão de seus soldados), Buzzati habilmente transita entre a realidade e o sonho, fundindo elementos fantásticos com uma narrativa bastante sóbria, permeando o romance com uma constante sensação de prisão e de vazio. Esta fusão entre o real e o imaginário é um reflexo da luta de Drogo para encontrar significado e propósito em um mundo desprovido de certezas. A linguagem precisa e elegante de Buzzati praticamente enterra o leitor na psique dos personagens, e as descrições detalhadas do deserto e do forte criam uma atmosfera visualmente poderosa, que destaca ainda mais as incômodas reflexões internas de Drogo acerca de suas angústias, frustrações e desejos mais obscuros.
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Merece um destaque especial o último capítulo do livro, no qual Buzzati presenteia os leitores com um dos finais mais bonitos e comoventes já escritos, um desfecho que ecoa como uma elegia e cuja sensação de tristeza permeia cada palavra. Marcada pela espera, a jornada de Drogo culmina em um momento de profunda e arrebatadora melancolia, em que a percepção da finitude da vida e das oportunidades perdidas se torna tão mais insuportável e bela quanto quanto mais o leitor percebe que a história de Giovanni Drogo é a sua própria história, desperdiçada e se aproximando inexoravelmente do fim.
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Imensamente triste, para mim "O Deserto dos Tártaros" disputa com Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Márquez o lugar, em minha estante, de livro mais triste da vida, por nos levar às abismos da condição humana, explorando a solidão, a efemeridade do tempo e as expectativas não realizadas. É uma experiência literária que nos confronta com nossos próprios desassossegos e desesperanças, e nos leva a refletir sobre a brevidade e a beleza fugaz da existência. É, em resumo, e mesmo sendo uma combinação fantástica de narrativa poética com reflexões filosóficas numa atmosfera enigmática, é uma das mais assustadoras metáforas para a vida e a morte que você lerá; um livro cativante que nos marca indelevelmente os corações e nos convida - praticamente obriga - a dar um sentido e propósito a nossas vidas, antes que ela se desvaneça completamente.

site: https://www.instagram.com/p/CuiLMPrAKnB/
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Wiliam.Augusto 10/11/2020

Um livro para nos fazer sair do lugar
Há muito tempo tinha vontade de ler este livro. Sabia de sua importância e do seu potencial para nos fazer refletir sobre nossos objetivos. Na história acompanhamos Giovani Drogo, um oficial do exército q foi designado para integrar a vigília de um forte afastado. Neste forte ele se vê diante da imobilidade gerada por grandes expectativas e, a partir disso, é melhor não comentar mais nada, mas posso lhe dizer q este livro lhe fará pensar sobre o q vc anda fazendo de sua vida. Foi o que ele fez comigo.
Carolina2809 10/11/2020minha estante
Fiquei com vontade de ler


Wiliam.Augusto 10/11/2020minha estante
Leia sim. Vale muito a pena




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