Grazi Comenta 10/12/2014Quando é que eu não vou dar 5 estrelas pros livros desse homem?Pra quem acompanha minhas resenhas (especialmente dos livros do Asimov) já sabe que sou fã incondicional da escrita e narrativa dele. Sim, já começo dizendo que O Sol Desvelado mantém o padrão de todos os outros livros do Isaac e fala de ficção científica e questões socio-antropológicas de uma forma bastante compreensível e interessante. Duvido que ainda vou pegar um título dele e dizer que me entediou.
Bom, O Sol Desvelado é o livro 2 da série de robôs, continuação de As Cavernas de Aço - que já tem resenha aqui no blog. A trama retorna com a parceria entre o detetive Baley e o Robô Daneel Olivaw, um espécime altamente tecnológico que pertence ao planeta Aurora. Dessa vez Baley é chamado para investigar um caso de assassinato em um dos planetas dos Siderais (descendentes dos terráqueos que foram povoar outros planetas da galáxia e acabaram criando um complexo de superioridade com relação a Terra). O planeta em questão é Solaria e as circunstâncias do assassinato demandam a investigação de um terráqueo simplesmente por que não é comum - na verdade esse foi o primeiro caso - haver assassinatos nos Mundos Exteriores. A sociedade de Solaria é formada só pela classe social mais alta, especialmente devido as comodidades que os robôs permitem, uma vez que a proporção entre humanos e robôs é 20 mil para um. Então, Baley se vê enviado a uma sociedade com cultura completamente diferente da dele e tendo que investigar um caso em que nada parece possível e ainda precisa descobrir sobre uma suposta organização anti-Terra.
Parece que falei muito, mas juro que não revelei nada aí \o/
Minha análise é basicamente a que já falei aí em cima: adorei, recomendo, fico espantada com a criatividade do cara e ele puxa mais ou menos os mesmos conceitos abordados no livro 1. O final do 2 dá o gancho pro 3 e já sabemos que será em Aurora. Maaas, preciso comentar uma coisa que só percebi uns dois dias depois de terminar o livro e começar a pensar na resenha... Asimov descreve os robôs de uma forma bastante primitiva em relação ao tempo que se passa suas histórias. Exceto R. Daneel, todos os robôs são meio que seres toscos, sem rostos humanos e que só servem para serviços domésticos, para possibilitar os seres humanos de não fazerem trabalhos manuais ''chatos'' e tal. Especialmente em Solaria, que é uma sociedade robótica, dá pra ver que Asimov não evoluiu os robôs. Isso é meio... sem sentido. Uma proporção tão gigantesca de um robôs para humanos iria dar errado em algum momento e não seria tãããão no futuro. Hoje em dia já se usa a tecnologia para o mal, mas nas tramas da série de robôs as 3 leis da robótica imperam até esse futuro longíquo. Meio que perdeu um pouco da realidade da história pra mim, mas de jeito nenhum perdeu a graça. É meio que essa série não ficou como podemos chamar de ''livro atemporal''. Ele perde o sentido a medida que o tempo passa. Não é o que acontece com Fundação (leiam, por favor!).
De qualquer forma, novamente o que me chamou a atenção e me manteve vidrada não foi só a investigação em si, mas a descrição dos costumes do planeta, dos habitantes, a forma de construir os personagens e de colocar os diálogos entre eles.