Shalomita 30/01/2024
O tempo que nos resta
Que esse livro é bom, todo mundo já sabe. Mas, o melhor de tudo é a interpretação que podemos fazer com o que ele nos faz sentir.
O fato de as pessoas estarem vendados para a loucura do mundo, nos faz refletir justamente sobre a importância da valorização daquilo que vamos, daqueles que amamos. Aproveitar ao máximo cada detalhe, pois tudo que vivemos um dia não passará de lembranças. De cenas recriadas pela nossa imagina dentro das nossas mentes.
O que a loucura do mundo não nos rouba? A passagem do tempo. A nossa disposição em lutar por aquilo que amamos. "pelas minhas crianças eu dou a vida".
O quão louco é verdade Malorie buscando forças de onde não tinha para proporcionar às crianças uma vida que elas nunca puderam ter, muito menos imaginar.
O quão longe você pode ir quando se acha imune a loucura que te consome. O pior cego é aquele que não admite que já parou de enxergar a muito tempo, mas se convence do contrário. Isso não é vida, é alienação. Achar que é o mais livre de todos, mas é o pior escravo.
A forma como a narrativa foi escrita me lembrou muito O Clube da Luta, o timo de escolha de escrita que deixa o leitor completamente preso. E, pra raiva de muitos e ansiedade de todos, o autor consegue alcançar sua meta de fixar o leitor na história.
A reflexão está em pequenas coisas, mas a intenção do livro, de suspensão, é completamente alcançada. Só senti falta de ter mais sobre os outros personagens, isso deixou um vácuo na história.
É minha frase favorita, baseada no meu favorito do livro, tom:
"É melhor enfrentar a loucura com um plano do que ficar parado e deixar que ela nos alcance aos poucos."