LivroAleatorio 18/09/2021
Amor, tradição, coragem
?Mulheres são como saquinhos de chá: você nunca sabe o quanto elas são fortes, até colocá-las na água quente.?
? ELEANOR ROOSEVELT
Gostei bastante do livro. Achei uma leitura válida e muito atual, principalmente no cenário político do Afeganistão hoje.
Temos um livro de narrativa predominante feminina e protagonismo feminino de mulheres afegãs, inglesas e americanas que moram em Cabul. Gosto dos questionamentos que a autora trouxe sobre a interferência estadunidense e de outros países no Afeganistão, dos costumes opressores para as mulheres mas, que acabam interferindo nos homens também, da denúncia das prisões, raptos, venda e desumanização das mulheres afegãs.
"Não que os homens deixassem de ser convidados a falar. Era apenas que Cabul era um mundo deles, um lugar
onde as preocupações das mulheres vinham, na melhor das hipóteses, em segundo plano"
Durante a leitura fiquei pensando em como as personagens levavam a vida "normal" mesmo com toda a violência ao redor (inclusive li antes de dormir um dia e sonhei que eu estava em um shopping explodindo).
Gostei também do contraste entre os extremistas, que segundo Rashif, interpretam a religião de forma equivocada e como lhes convém, mas que na realidade ela fala sobre amor, paciência e perdão, diferente do que muitos acreditam. Na verdade sinto que o livro fala muito sobre o amor em todos os momentos, entre familiares, amigos e os apaixonados.
"Veja só o que o amor faz, pensou Rashif, puxando a manga de Ahmet para baixo, para verificar se estava no
tamanho apropriado no punho. Transforma um garoto sério em um homem generoso. Esse é o verdadeiro Islã, o
Islã do amor, não do ódio. Mohamed ficaria orgulhoso, pensou."
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SPOILER ALERT!
*O arco de redenção do Ahmet está de parabéns.