Resenhas - Abusado

Flavinha 07/11/2013

Uma leitura Abusada
Um livro emocionante, uma leitura ávida.Uma história que nos faz refletir e nos coloca em dúvida de que lado estamos. E até que ponto uma pessoa pode se submeter em busca dos seus ideais, mesmo que estes ideais se contrastem com sua realidade tornando um tanto quanto incoerente. #Indico

Cabral 22/09/2013

O traficante herói
Olá! Estou fazendo uma pesquisa na qual a obra “Abusado” e o personagem Juliano estão no centro, afirmando a hipótese de que o traficante Juliano VP é posto e apresentado numa SAGA HEROICA. Para essa abordagem me apoio nos estudos mitológicos de J. Campbell, na psicologia de C. Jung e J. Henderson que colocam a mitologia em local destacado para a compreensão do desenvolvimento humano.

Assim iniciei minhas pesquisas (resumo), conto com os comentários de vocês...

A violência, o tráfico de drogas, a guerra entre polícia e ladrão são assuntos que estão na pauta cotidiana do jornalismo brasileiro. O tema é bastante explorado, inclusive por programas “especializados”, mas abordado, majoritariamente, por reprodutores de um mesmo discurso: Bandido é bandido.

Um livro reportagem pode propor uma visão diferenciada, contextualizada, mostrando outros lados da mesma história. É o que encontramos em “Abusado”. Caco Barcellos nos mostra através do romance, as possibilidades e impossibilidades do favelado brasileiro e nos força a refletir sobre uma realidade que grande parte da sociedade só consegue enxergar pelos olhos da grande imprensa.

O traficante é a representação do marginalizado, criminoso, assassino, um fora da lei. Em contrapartida, exerce extremo poder dentro de seus “guetos”, mas até mesmo fora deles. Meu estudo lança um olhar mito-psicológico sobre esta figura tão presente na sociedade brasileira acreditando que nas diferentes realidades, possamos encontrar semelhanças.

O personagem central na obra, Juliano VP, é um traficante que ficou conhecido no Brasil na década de 90. Ao narrar a sua história de vida, Barcellos nos mostra o criminoso através de dilemas pessoais e o retrata como uma figura poderosa e admirada por sua comunidade.

A minha proposta é mostrar as qualidades heroicas contidas na jornada impressa por Caco Barcellos em seu personagem. Partindo desta análise, pretendo metaforizar o desenvolvimento deste herói em estudo, com o próprio desenvolvimento do povo brasileiro no caminho para uma identidade coletiva.

A propósito, a pesquisa é para meu TCC, formando em Jornalismo.
Conto com as observações de vocês.

Valdirene 05/06/2013

muito bom
Quando o livro acaba vc pensa: "algum dia o trafico vai acabar? Claro que não. Tem conivência de todos os lados. Policia, políticos, sociedade, tudo no mesmo barco. Leia esse livro e veja se concorda comigo. E pensar que foi escrito a mais de 10 anos, o protagonista morreu meses depois do lançamento, mas nossa vida continua mesma, ou pior que na época de sua publicação.

Fabio 26/04/2013

Abusado
Ótimo livro, a leitura só não foi melhor porque li no celular, mas pretendo ter a edição impressa também.

A narrativa do Caco Barcellos é tão envolvente que por muitas vezes estava torcendo para que Juliano conseguisse se safar. Torci muitas vezes também para que ele ( o VP) conseguisse largar a bandidagem mas infelizmente todos sabem o fim que ele teve. Por falar em fim, só achei o fim meio vago no livro.

É um livro fascinante que me fez refletir bastante sobre as motivações e os códigos que regem as atitudes das pessoas que estão do lado errado da vida. Daria um bom filme.

Por falar em filmes, me deu vontade de rever o Cidade de Deus, os Tropas de Elite e conhecer o documentário do João Salles – Detalhes de uma Guerra Particular.

Milena 01/04/2013

Surpreendente!
Esse livro me surpreendeu, achei que se tratava de um documentário onde talvez eu não encontrasse aquela sede que temos de saber mais e mais da história...me enganei totalmente!
O livro conta a história do trafico nos morros do RJ com foco em um dos maiores traficantes...
O livro relata o trajeto dos jovens envolvidos no trafico, como se inserem, como vivem e morrem!
Uma viajem pelos morros do RJ de anos atras, conhecendo segredos do trafico como as rotas de entrada das drogas...a corrupção policial, a violência, a falta de oportunidades...tudo isso de uma forma que te prende do começo ao fim do livro!
Esse foi o primeiro e único livro que li do Caco Barcelos, bastou, já sou fã!

Fiquei triste quando vi que não há nenhuma resenha para o livro, ele certamente merece!

Ingrid 19/03/2013

Chocante o que direi, mais as empresas e ate mesmo o GOVERNO, deveriam aprender a se organizar com estes criminosos. A organização e eficiência na garantia de resultados destas organizações é assombrosa. Se fosse usada para o bem, o país seria bem diferente! Excelente relato do autor.

Graça 10/02/2013

Minha resenha para o livro "Abusado"
Ler Abusado não foi exigência acadêmica, muito embora Caco Barcellos seja referência no Jornalismo. Foi um súbito desejo de dar continuidade ao meu novo hobby: livros-reportagens. Depois de A sangue frio, de Truman Capote, considerado o criador do Novo Jornalismo, eu procurava por obras similares. Confesso que ao me deparar com o livro de Caco nas mãos, meu primeiro ímpeto foi desistir. Afinal ele tem 588 páginas. Dei uma primeira olhada nas fotos centrais e resolvi arriscar.
Juliano- pseudônimo do conhecido Marcinho VP- foi um menino que gostou de estudar, tinha refinado gosto literário e muitos sonhos. Alguns deles eram trabalhar, escrever um livro e dar um bom destino a sua comunidade. Sonhava alto. Não por acaso tinha o apelido de Poeta. Mas não pense que o livro nos poupa do palavreado “baixo” do morro. É cru e nu.
Assim como se pode acompanhar o crescimento físico de Juliano, o início de seu envolvimento com as drogas para ajudar a mãe em casa, a violência doméstica, as traições que sofreu por parte de grupos concorrentes; vemos também seu envolvimento amoroso com uma garota da zona sul do Rio de Janeiro, seu ápice como “chefe” do Santa Marta e sua decadência.
No livro se esclarece o polêmico envolvimento de cineasta brasileiro, filho de banqueiro famoso, com VP. O cineasta promete uma mesada de mil dólares para que o delinquente abandone a vida criminosa. Além de relembrar a passagem de Michael Jackson pelo Brasil, quando pediu licença aos coordenadores do morro para filmar seu clipe “They don’t care about us”.
Não é fácil ler o livro “pesado” em todos os sentidos. Mas é fácil se “apaixonar” pelo personagem fascinante que não teve as oportunidades necessárias para viver o que sonhava.

Laísa 29/01/2013

Juliano VP, um cara do bem vivendo do lado certo da vida errada.
Há tempos que já ouvia falar deste livro, o pessoal da faculdade de Jornalismo super recomendava a leitura. Além de ser uma reportagem brilhantemente narrada e montada por Caco Barcelos, é uma estória singular do bandido 'bom', com coração cheio de sonhos de justiça social e ingênuo demais para os chefões da maior facção criminosa do Rio de Janeiro, quiçá do mundo.

As estória do Juliano VP nos prende pela forma como ele enxergava o mundo, pelo jeito ingenuo dele de acreditar e dar a vida pelo Comando Vermelho, que no final das contas não suportou sua visão revolucionária do mundo do crime, o lado certo da vida errada, como costumava dizer. Conhecer o outro lado da vida de um criminoso e descobrir que os seus sonhos eram visionários, não somente preso ali no mundo de drogas-armas-policia-corrupção-cadeia-miséria-favela. Ele queria muito mais, queria aprender a lutar com as FARC, lia Che Guevara ( e muitos outros livros), sonhava em conhecer a guerrilha colombiana e aprender com eles. Foi traído pela imprensa que ganhou um prato cheio ao receber em primeira mão uma entrevista sua, onde ele narra a verdade nua e crua onde ingenuamente, ele crê que as suas idéias vão abrir as mentes das pessoas. Ledo engano. Passou de um anônimo até então chefe de Morro ao traficante mais procurado do nosso país. Com a pressão dos dirigentes do Estado em cima da polícia, foi preso e levado para a Polinter, de onde conseguiu fugir com outros presos em ação arquitetada e digna de cena de filme.

O Juliano tinha amizades com intelectuais da asfalto, gente de poder aquisitivo e que raramente era associada a um favelado-bandido. Isso chocou a população e os políticos, que nada sabiam de sua vida e de seus ideais, que constantemente eram deturpados pela imprensa, com matérias escritas em favor do lado corrupto da política e da polícia, onde bandido bom é bandido morto, não há espaços para a sua voz, muitos menos às suas idéias.

Foragido e já condenado a vários anos de cadeia, Juliano se esconde como pode, até o dia em que o então amigo cineasta João Salles, que durante um tempo fornecia a ele uma mesada mensal com a intenção de fazê-lo largar a vida no crime, concede uma entrevista que vira capa de jornal. Foi novamente um prato cheio para os abutres da imprensa cair em cima e deturpar novamente a imagem dele, ainda mais associando-o a uma figura tão singular, de um cineasta renomado e dono do maior banco privado do país. Mas o João, assim como muitos que leram o livro, entenderam que o Juliano era de fato, inteligentíssimo e um bandido de coração bom, que merecia sair do crime e se livrar do final de vida eminente para qualquer bandido: a morte.

Assim que a matéria com dita entrevista do João saiu, a caçada a Juliano recomeçaram intensamente e começa então, uma fuga, onde em cada dia está num lugar, passou pela Argentina, viveu no mato da floresta do Rio de Janeiro, se escondeu em favelas vizinhas, até o dia em que o cerco se fechou e foi achado fraco e moribundo num barraco de uma favela onde conseguiu abrigo. Foi para a cadeia Bangu, onde vivem até hoje os chefões do CV, que ele tanto idolatrava. Lá queria estudar e exigia uma biblioteca de verdade onde poderia estudar realmente, pensava em no futuro ele próprio poder fazer sua defesa criminal.
Assim que este livro foi lançado, o Caco enviou um para o Juliano na cadeia, ele chegou a ler e creio que deve ter vibrado de emoção, era um sonho realizado, ter um livro com a sua estória.
No mesmo ano, Juliano foi encontrado morto em uma lixeira da cadeia Bangu coberto com os livros que tanto gostava de ler. Sua morte nunca foi esclarecida, mas possivelmente pode ter sido executada pelos dirigentes do Comando Vermelho, que ele tanto idolatrava e defendia.

Senti um misto de pesar e tristeza em saber que o assassinato de Juliano ocorreu após o lançamento deste livro. Senti tristeza pelo Caco, que além de amigo do Juliano, foi também um excelente profissional e jornalista em construir esta obra e narrar a vida de um cara que lutava por Paz Justiça e Liberdade.

Matheus 10/01/2013

Nada pode ser mais impressionante ou chocante, do que a vida real. Magnificamente escrito, com um texto que não perde o ritmo em momento nenhum, e com uma história que só não pode ser classificada como “fantástica” porque isso excluiria o seu mérito realístico. A história do Juliano VP, da Luz, do Pardal, do Paranóia e de tantos outros personagens incríveis e com uma profundidade imensa, cria um panorama do que é a vida nas favelas, servindo até como uma obra antropológica. Mas, novamente, a única coisa que me vem na mente quando penso nesse livro é que realmente a vida real supera qualquer ficção. Imaginar que vários dos personagens desse livro ainda possam estar vivos, ou até mesmo imaginar se Luz ainda estaria viva, andando por aí em algum lugar, faz esse livro ter um peso maior na minha cabeça, pois ele conseguiu me mostrar que, acima de tudo, aqueles personagens eram humanos!

Xan 18/12/2012

Um livro que nos leva as entranhas do narcotráfego do Rio de Janeiro, conta a história de Marcinho vp na época em que era o "frente de morro" na favela Santa Marta.

Sergio Carla 23/10/2012

Curioso
Muito interessante , o retrato que o Caco faz do Marcinho VP como o bandido culto , inteligente e que tem preocupação com o social além dos seus contatos com o cineasta Walter Sales na ocasião da fuga para Buenos Aires .
Você pensa bastante na sociedade sob vários aspectos .

Recomendo .

MAX 01/08/2012

A vida na favela
Este livro fala sobre um traficante com um ideal de igualdade, é uma historia real baseada em reportagens sobre a vida no morro Dona Marta.
fala de trafico, traficante e policia, muito bom!

Hester1 29/07/2012

Diria que é difícil ler, pela violência do todo.

Sheila 25/07/2012

Abusado
Do surgimento ao desenvolvimentos das favelas do RJ, todo o cenario político, partindo da história de um jovem, sem muitas perspectivas, que sem perceber é envolvido no mundo do tráfico de drogas do qual jamais conseguiu sair.
Todo o submundo do tráfico, e a influência da polícia em tudo isso.
Um verdadeiro retrato da sociedade brasileira.