Resenhas - Toda Luz Que Não Podemos Ver

Andreia Guida 27/03/2024

"Algumas vezes, eu me apanho encarando o mar e me esqueço de minhas tarefas. Parece grande o suficiente para conter qualquer coisa que as pessoas possam sentir..."
Lindo, triste, de se indignar em algumas cenas - uma constante quando se trata de guerra - de se encantar com algumas passagens, singelo em alguns momentos, genial em outros. Livro belíssimo.

Aria 26/03/2024

O peso do vazio.
Livros sobre a Segunda Guerra sempre mexem comigo. Como uma espiral de sentimentos, girando até o fundo, talvez sentimentos não dessa vida, talvez sejam luzes que não podemos ver.

É uma leitura muito delicada. Não é objetiva, o sentimento precisa ser sentido para deixar a história te tocar. E, agora que terminei, consigo ver os detalhes.

"O mar de chamas", talvez seja uma maldição real, talvez não seja. Mas o autor fez pequenas referências à ela, e se agarrou à mesma para a vida de Marie. Talvez uma metáfora dolorosa, mas o suficiente para nos fazer sentir.

As mortes não me assustaram, mas sim a crueldade dela com a vida. Tão encrustrada e podre dentro dos alemães, capazes de ferir a alma do outro por tão pouco. A parte difícil é entender que é apenas ficção, e que na vida real a crueldade ultrapassa tudo que a mente humana é capaz de criar na arte. Mas Anthonny conseguiu, sutilmente, cavando fundo na parte mais delicada da guerra: as vidas comuns.

Que o espírito dos torturados se cure.

Jeniffer.Mainardes 22/03/2024

Que livro incrível. A história foi muito vem escrita. Acompanhar a vida dos personagens desde antes da guerra até o final foi emocionante. Depois que a guerra termina cada personagens tem o seu desfecho, que me deixou em lágrimas. A cada momento torci pelos personagens e chorei por eles quando não acontecia coisas boas. Fui totalmente surpreendida pelo final, pois não esperava o desenrolar que teve. De certa forma não é uma história feliz, mas é uma história que trouxe muitos aspectos da realidade, que nós que apenas lemos histórias sobre a segunda guerra não conseguiríamos imaginar como seria viver nela.

miristrindade 20/03/2024

??????
?Algumas vezes, eu me apanho encarando o mar e me esqueço de minhas tarefas. Parece grande o suficiente para conter qualquer coisa que as pessoas possam sentir.?

Daniele543 19/03/2024

Estilo de narrativa
O livro tem um estilo de narrativa que começa com um recorte no presente, e volta no passado contando a história, ficando em um vai e vem (presente e passado) até que a história se fecha.

Ela tbem se divide em recortes contando a história de cada personagem e/ou grupo.

Essa forma de narrativa me cansa um pouco, por gostar de uma continuidade maior nas narrativas.

Mas a leitura compensa pela perspectiva das várias formar que o mundo pode ser explorado, e de que não existe limites, a não ser os impostos por nós mesmos.

E de como pessoas comuns fora levadas a participarem dos jogos dos senhores dos castelos.

Karol 18/03/2024

Eu tinha grandes expectativas com o livro, mas achei ele beeem morno até lá pros 70%, quando começa a ficar bom. Talvez por conta disso eu tenha demorado bem quase uns 3 meses para avançar na leitura. Dava pra ser mais enxuto e, logo, mais atraente. Agora quero ver se a série ficou boa :)

Julio.Roncato 15/03/2024

Sempre há uma luz, cabe a nós encontrá-la
A história de Marie-Laure e de Werner são opostas, devido seus lados na guerra. Que por sinal não é o foco do livro, mas sim um plano de fundo para ambientar o leitor.
Um ponto que achei muito legal foi a descrição da percepção que Marie teve sobre a Guerra se aproximar de Paris. Além disso, as analogias utilizadas pelo Autor são muito boas para o livro.
"A última lata de Marie, ou ela abre e depara com ela vazia, sendo sua sentença de morte juntamente com o barulho da abertura, ou ela deixa fechada e preserva sua esperança de viver"

Recomendo muito.

Mari 14/03/2024

Amei!
Marie-Laure LeBlanc e Werner Pfenning são os protagonistas dessa história.
Ela é uma garota cega que mora com seu pai em Paris, um chaveiro que trabalha no Museu Nacional de História.
Ele, um alemão órfão recrutado pela Juventude Hitlerista e enviado para lutar na guerra.

O caminho desses dois jovens se cruzam quando Werner busca abrigo na casa onde Marie-Laure está.

Um livro lindo com uma narrativa diferente da que estamos acostumados em livros que falam sobre a segunda guerra mundial.
De um lado uma francesa que nos mostra seu amor, do outro um alemão que nos mostra sua força.

O desenrolar é lento, é suave e triste. Porém em contrapartida vai falar sobre amizade, sobrevivência e esperança.

Um livro que vale muito a pena ser lido.

Desejo a todos boas experiências literárias!

Gabi 13/03/2024

All The Light We Cannot See
"- Quando perdi a visão, Werner - continua ela - as pessoas disseram que eu era corajosa. Quando meu pai foi embora, as pessoas disseram que eu era corajosa. Mas não era coragem; eu não tinha escolha. Acordo todos os dias e vivo minha vida. Você não faz a mesma coisa? - Não vivo minha própria vida há muitos anos. Mas hoje. Talvez hoje eu tenha vivido."

Brenda @caminhanteliterario 11/03/2024

Esse tipo de história é sempre das mais difíceis de classificar, não sei expressar diretamente se gostei ou não. Segunda guerra é um tema forte, que traz muita reflexão sobre o que o ser humano é capaz, principalmente quando influenciado pelo meio. Mas acho que estava esperando uma história com mais dinamismo, carga dramática e acontecimentos. As alegorias feitas aqui são belíssimas, a escrita bem bonita, e existe uma construção gradativa da maturidade dos personagens que é muito bem feita. No entanto é um livro lento a beça, e que em muito capítulos parece não acontecer nada, com uma escrita floreada que trasmite muito bem sentimento, mas não acontecimentos. Entendo a proposta, só que de certa forma a experiência de leitura foi bem arrastada, principalmente por conta dos capítulos curtos em que há muita poesia e pouco enredo.

Por outro lado, quando me pego refletindo sobre esse livro muita coisa me vem a mente. É um história recheada de metáforas e existe muita perspicácia em criar algo assim.

Não sei se é uma boa representação do que foi a Segunda Guerra ou se de alguma forma foi gourmetizada, mas livros nesse contexto sempre me fazem pensar que não existem ganhadores num conflito. A população sempre sofre e é interessante ver essa perspectiva no cotidiano de Werner e de Marie. Na linha narrativa do passado ela tem uma vida feliz e tranquila, enquanto Werner se vê limitado a pobreza do orfanato. Já a linha do tempo intermediária vemos werner num momento mais confortável na escola, enquanto marie vive um estado de medo, incerteza e escassez. Pulando pro ponto presente acompanhamos ambos sofrendo as consequências da guerra. Não há como sair ileso, sem dor, perdas ou traumas.

Outra coisa que me peguei pensando enquanto lia a perspectiva alemã de Werner foi sobre como é quase impossível fazer a coisa certa quando a comunidade ao seu redor prega o inverso e pune quem sai da linha. Werner está historicamente do lado errado, mas o livro apresenta uma visão em que ele é em parte consequência do coletivo. Ainda sim suas ações contribuíram com um governo que massacrava inocentes. Então qual o peso de sua culpa? Difícil julgar. Frederick paga por saber no que acreditava, sem poder desistir já que seu destino estava selado. No final das contas que diferença isso fez? Quando a dominação de um governo é tão brutal, é aceitável se alienar pra sobreviver?
E então temos as metáfora. São muitas mesmo e acho que cada leitor vai enxergar e interpretar de uma forma. Já começamos com o título “ Toda luz que não podemos ver” numa história em que Marie é cega e Werner obcecado pelos rádios. Ela consegue enxergar muito além e entender do mundo e do coração das pessoas mesmo sem poder ver nada. Já Werner é tocado pela mensagem que se transmite pelo ar sem que ninguém possa de fato vê-la, e o quanto isso abre seu olhar pra novas possibilidades .

Gosto muito da construção do amadurecimento do rapaz que é feita de forma gradativa. Ele se vê aterrorizado pela ideia de ter o ser destino selado nas minas, e seu sonho é poder aprender mais sobre ciência. Acredito que ele não tenha medido consequência quando a porta de saída se apresenta. Werner promete a irmã que não será como os outros rapazes, mas de alguma forma o creme do bolo na casa do oficial não deixa de representar sua corrupção. E quando ele pula na bandeira no teste físico é como uma alegoria pra entrega total de si ao nazismo e qualquer resultado que isso trouxesse. A vida dele não o pertence mais, mesmo que ainda não tenha percebido. No período da escola Werner encontra a possibilidade de vivenciar a ciência como sempre quis e foi interessante ver aos poucos ele percebendo o peso do que aquilo tudo envolvia. De alguma forma ele sentia que estava fazendo algo errado. Sua amizade com Frederick é o que mais claramente o faz entender a crueldade ao seu redor, é o que mantem seu pé no chão. Já em Volkeimer ele enxerga que outras pessoas eles teriam sido se não fosse a guerra. Já é tarde demais quando ele se dá conta do que está fazendo e onde se meteu. O ápice é quando matam a menina e a mãe e é quando ele finalmente entende que precisa fazer de diferente. Junto com a gravação transmitida por Marie que o transporta a quem era na infância, ele decide tomar uma decisão moral própria pela primeira vez. O final do personagem é um dos mais tristes. Até tentei entender a mensagem por trás dele buscar a casinha e a chave no final, mas em vão.

Por outro lado Marie com seu deslumbramento pela natureza e principalmente pelos moluscos representa a resistência. De alguma maneira ela sempre encontra uma forma de lidar com a adversidade que se apresenta, não como uma corajosa, mas como perseverante. A concha é a alegoria da sua tenacidade, ainda que por dentro ela seja sensível e delicada, assim como os molusco. Tanto ela quando Werner se deslumbram com o mar, que a meu ver traduz a liberdade e a grandiosidade da vida.

Já o pai de Marie tenta proteger a filha dentro de casa, assim como tentou proteger a pedra dentro da casinha de madeira. E a pedra é a maior das simbologias. A meu ver, ela seria a representação da própria guerra, do quanto todos ao redor pagam o preço pela decisão de poucos. E a obsessão que o poder da pedra cria, assim como Hitler esteve obcecado com sua doutrina ariana, custasse o que custasse.

O livro é recheado dessas metáforas e tenho certeza que se relesse enxergaria diversas outras. Como quando Volkeimer e Werner estão soterrados e é essa conexão invisível no meio da escuridão que salva suas vidas. Ou a maquete de Daniel sendo uma representação asséptica do mundo real. Todo a história se revela por trás daquilo que não podemos ver. Existe muita genialidade nessa construção.

Não posso deixar de ressaltar a Madame Manec e sua urgência em não ficar de braços cruzados sendo um contraponto a Etienne que leva um tempo pra entender que precisa lutar pelo que acredita e por aqueles que ama. Também me chama a atenção o enredo de Daniel que paga um alto preço por fazer aquilo que lhe pedem. Assim como o final de Frau Helena e de Jutta. Mulheres foram estupradas na Alemanha, mulheres foram estupradas na França e o são em todos os lugares, todos os dia. Não existe garantias quando se é mulher!
Gosto muito da forma como todos os personagens se interligam. A transmissão de rádio juntando Werner e Marie, o fato de Werner não tê-los denunciado ter sido a causa do ataque ao prédio que ele estava. E em como ao final a pedra conecta Volkeimer com jutta, Jutta com Frederick e Jutta a Marie.

O encerramento da história é um pouco chocante pra mim. Depois de passar o livro todo com aquele sentimento de medo e urgência, ver a cidade reconstruída e todos vivendo suas vidas tranquilas sempre me causa um desconforto. Acho que o tempo faz o ser humano se desconectar com a realidade do passado como se ela nunca tivesse existido, enquanto pra aqueles que a viveram foi tão brutal. Esquecer o passado é sempre perigoso.

Uma história profunda com uma escrita muito bonita. A construção dos personagens e da sua relação com o contexto é muito bem feita, assim como todas as metáforas. Mas que podia ter sido um pouquinhos mais direto ao ponto e que me perdeu em parte por conta do ritmo lento.

Maria.Thereza 10/03/2024

Coração partido. achei lindo e triste ao mesmo tempo, pensei que o final pudesse ser mais otimista , mas é um livro sobre a 2 GM , entao dificil um final feliz. O livro é mto detalhista e enrola demaais pra chegar nos desfechos.. o que pode cansar mais a leitura! Mas de qualquer forma : achei incrivel , lindo, triste, mas retrata diversas facetas de quem viveu a guerra. Comecei a ver a serie mas ja nao gostei pq adaptaram MUITA coisa do livro ?

Amanda3913 08/03/2024

Detalhista e... Cansativo?
Sendo bem sincera, eu ainda estou decidindo se gostei ou odiei. É um livro um pouco cansativo, muito cheio de detalhes e que precisa ser lido com calma, MUITA calma. Começa bem, é muito bem escrito, se torna maçante no meio, de maneira que eu possa abrir qualquer página e nada acontece, não tomo spoiler nem fico perdida, entretanto, vai se encaminhando para o final e fica bom novamente, com uma carga dramática e grande tensão, nesse momento fiquei feliz de não tê-lo abandonado.

A construção dos personagens é boa, bem detalhista como disse, uma pessoa já habituada a ler narrativas no contexto de guerras com certeza gostaria, como atestei lendo as resenhas desse livro. Têm que ser lido com tempo e paciência.

Natalia.Castro 05/03/2024

Me decepcionou
Tive um hype enorme no livro mas não me apeguei. Achei muita discrição e pouco desenvolvimento dos personagens. Muito cansativo, por ser um livro muito grande, e não ter esse apego à história.
Decepcionadinha ?

I.am.naib 04/03/2024

Leitura difícil, mas vale a pena
Demorei um ano tentando ler esse livro, mas ele é muito bom. Apesar de palavras difíceis e um formato diário que não me agrada muito, o enredo é ótimo, muito interessante e te prende. Me emocionei, é claro, valeu muito a pena.

Bruna 02/03/2024

Incrível!
?Algumas tristezas nunca deixam de existir?
Saber da existência de fatos é uma coisa, sentir a cada página como se estivesse presente em cada situação é outra. Anthony Doerr traz neste livro uma incrível narrativa com direito há muitos detalhes? em alguns momentos detalhes o bastante para você se sentir sufocando junto às atrocidades e lutas travadas em um período em que ninguém gostaria de ter vivido. Não há como esquecer, não há como entender?