@loop.literario 29/01/2024Toda luz que não podemos ver Anthony Doerr - 2015 / 528 páginas - Intrínseca LtdaMarie-Laure é uma adolescente francesa cega, que mora com o pai, Daniel LeBlanc, o chaveiro responsável pelo Museu de História Natural de Paris. A ocupação nazista obriga pai e filha a sairem de Paris em direção ao litoral, onde seu tio mora. Daniel precisa levar consigo um diamante valioso, que carrega consigo uma lenda, uma maldição.
Por outro lado, acompanhamos a história do órfão alemão, Werner. Criado em um orfanato com sua irmã e com uma habilidade ímpar para consertar rádios, ele acaba sendo recrutado pelo exército alemão ainda muito jovem. Depois de um longo treinamento ele é enviado a Saint-Malo para interceptar transmissões da resistência francesa.
Numa dessas interceptações, acaba cruzando o caminho de Marie-Laure, pois ela usava uma frequência familiar a ele desde a sua infância. A vida dos dois se entrelaça e Werner vai tentar a todo custo proteger Marie-Laure.
A construção dos personagens desse livro é simplesmente fascinante. A narrativa é em 3ª pessoa, mas as linhas temporais não são lineares. Isso pode trazer certa lentidão para a leitura. Além disso, a escrita lírica do autor, assim como o uso de símbolos e analogias também faz desse livro um livro mais lento. Em contrapartida, os capítulos são curtos, e a história traz muito realismo dentro do cenário de segunda guerra.
Os temas abordados trazem além dos clássicos de livros de guerra a temática do poder da tecnologia e das telecomunicações e explora muito as escolhas individuais independente das coletivas.
O livro foi adaptado pela Netflix e a série está disponível. Como série eu adorei a adaptação. Os personagens, o cenário, a fotografia foram perfeitos e funciona muito bem para quem não pretende ler o livro. Mas confesso que o final da série foi um pouco frustrante em relação ao livro e trouxe um elemento que para mim destoou muito do livro.