Coisas de Mineira 15/02/2018
“A principal falha na humanidade era sua humanidade.”
(pode ter spoilers do segundo livro)
A última estrela é o terceiro livro da série que conta com A quinta onda e Mar infinito. Esse livro vai contar a história algum tempo depois do final do segundo livro, onde o grupo permanece no mesmo lugar. Num beco sem saída, Cassie, Zumbi e Evan não sabem o que fazer para deter Os Outros, e o único plano possível é na verdade uma missão suicida. Numa casa que antes tinha sido de um Silenciador, parte da quinta Onda, eles não estão seguros. E estar vulnerável num momento de guerra só pode resultar em uma coisa. Diante dessa situação, eles se preparam para o pior, mas até que o pior chegue, muita coisa acontece.
Especialista não é mais a mesma. Ela foi aperfeiçoada. Mas, o que Os outros querem em troca disso? Por que fizeram isso? Depois das revelações do final do segundo livro, ela já não consegue compreender o objetivo de tudo aquilo. Quando ela percebe o plano dele, é tarde para recuar, mas, o que é pior: trair os seus amigos ou trair a humanidade inteira? Tantos já morreram, mais precisamente, quase todos que ela conheceu. Se seus amigos são o que restou da humanidade, como saber quantas mortes valem a vida deles?
“– Não se pode confiar em nenhum desconhecido – eu respondi (...). – Nem mesmo em uma criança.
– E o que acontece quando não se pode confiar em ninguém? O que acontece quando qualquer estranho pode ser um “outro”?
– Sem confiança não há cooperação. E sem cooperação não há progresso. A história para.
– Sim! – seu rosto se iluminou de orgulho. – Eu sabia que você ia entender. A resposta ao problema humano é a morte do que nos faz humanos.”
É muito difícil falar sobre esse livro sem contar algo importante. É um livro muito... substancioso, muito cheio de informação. Ele vai narrar o início do fim, o meio e o final. É finalmente nesse livro que descobriremos o que Os Outros estão planejando, quem são eles e o que está havendo com o planeta. Com todas essas respostas eu posso garantir que você terá, além de uma leitura rápida, um grande nó no cérebro.
Nesse livro, especificamente, eu senti a escrita do autor um pouco mais lenta. Acho que a ideia de ser muito misterioso e cheio de rodeios para contar aquilo que está prestes a acontecer foi um recurso que não foi bem explorado nesse último volume, deixando a narrativa um pouco cansativa em comparação aos dois primeiros. Como todo último volume eu não posso evitar falar do final. Eu sou uma romântica incurável, então a menos que seja um final totalmente fofo em que todos saem felizes para sempre, eu não fico 100% satisfeita. No entanto, em alguns livros eu consigo reconhecer que mesmo que o final não tenha sido esse meu final perfeito, era um final inevitável. Foi o caso desse final que, poderia ter sido de uma outra forma, mas em síntese, teria sido o mesmo. Não haveria final sem que certas coisas acontecessem.
“Algumas coisas, ele me disse na noite antes de morrer, algumas coisas, até mesmo algumas muito pequenas, valem a soma de todas as outras.”
O livro é lindo, achei essa capa a mais bonita das três. O nome do livro é uma alusão perfeita ao final, é aquele nome que quando você fecha o livro, você entende. A perspectiva de Cassie em frente a um penhasco com o Urso de pelúcia do seu irmão contemplando a destruição também é uma representação clara do livro. Infelizmente encontrei alguns erros de revisão nesse livro, o que não notei nos dois primeiros, mas nada que fizesse diferença na obra como um todo. Devo dizer que terminei a trilogia com o coração na mão, mas que apesar do sofrimento, recomendo muito!
“Então não resta nada a fazer além de subir a escada pela última vez.
Pego a mão de Sammy, Sammy segura a de Megan, Megan pega a de Urso e juntos subimos à superfície. Os degraus balançam e gemem. Eles podem desabar.
Nós não.”
Por: Lô Scalioni
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