Relato de um Certo Oriente

Relato de um Certo Oriente Milton Hatoum




Resenhas - Relato de um Certo Oriente


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caio.lobo. 25/03/2021

Maravilhosas descrições, narrativa fraca.
Milton Hatoum, por ter estudado arquitetura talvez, é impecável nas descrições de ambientes, casas, mobílias, cantos obscuros da cidade de Manaus, livros, letras árabes, costumes libaneses, vícios do manauara, cheiros de perfumes, suor, comida velha, traços físicos de pessoas. Detalha num barroquismo com uma prosa poética parnasiana. O livro nessa parte é quase que como a poesia do Vaso Chinês, mas é só. A narrativa é enfadonha e peca por seus diversos personagens-narradores parecerem a mesma pessoa muitas vezes. O interessante é notar o tédio existencial com essas narrativas, entrecortadas por alguma tragédia, assim como nossas próprias vidas chatas.

Creio que se o autor escrevesse um livro somente descritivo, não sei se existe isso em literatura, onde o narrador personagem vai descrevendo os objetos e ambientes ao seu redor com todo o seu esmero, a obra seria sublime em si. Mas o autor optou por também narrar o humano, um humano demasiado humano, como diria Nietzsche; não o humano interessante na sua decadência como em Machado de Assis, mas o humano tedioso e entediado que nos entedia.

Uma questão interessante que senti falta nas suas maravilhosas descrições é sobre a floresta amazônica. O autor quase não cita as maravilhas, grandezas e terrores dessa imensa floresta, mesmo dando a entender que ela existe quase onipresente ali do outro lado do rio e mesmo que há cenas onde o personagens se embrenham no mato. Se o autor tivesse descrito as belezas e monstruosidades dessa floresta tão densa, seu barroquismo se elevaria ao cubo e eu até daria mais uma estrela, mas ele deve ter tido seus motivos para não fazer isso.
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Flavio Rocha 15/03/2021

Relato de um certo oriente
A escrita de Hatoum traz o equilíbrio entre a força e a delicadeza. As vidas de seus personagens se misturam com a construção de Manaus, espaço ricamente trabalhado pelo autor, povoado pelas tradições das famílias imigrantes que tanto contribuíram para o seu desenvolvimento. Acompanhamos nessa história relatos de personagens diferentes sobre a vida de uma família libanesa que tem na matriarca o ponto de encontro desses episódios contados. É um livro sobre a tradição, sobre a dor e, acima de tudo, sobre a inevitável solidão que nos acompanha.
Justi 15/03/2021minha estante
Gosto muito desse autor.




Girassor 12/03/2021

Um pouco confuso!
Achei a leitura um pouco confusa, devida a mudança de narradores a cada capítulo. Eu sugiro anotar o nome dos personagens e relações de cada um para não se perder durante a história. No entanto, apesar de ser uma leitura que não te prende, o trama da história é interessante.
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Kai 06/03/2021

Escrevendo essa resenha meio mês depois que li o livro porque pensei que o tempo seria meu amigo e me ajudaria a entender, mas sinceramente que surto foi esse?
Começo dizendo com o que eu gostei: o desafio de ler.
Agora vamos aos pontos que me fizeram surtar:
1- Não há noção de tempo.
2- Não há noção de personagem que está narrando.
3- Não há noção de segmento.
4- Não tenho noção do que faz em uma lista de vestibular.

Leitura densa, difícil e com poucos momentos bons de ler. Linguagem nada convencional (e não no bom sentido), história chatíssima e por milhões de vezes incompreensível. Achei que estaria entendendo um pouco da cultura e pra ser sincera não sabia em que momento os personagens estavam no Brasil ou em outro lugar. Também não entendi em que momento tudo estava sendo contado, quantos anos depois? Aonde estariam os personagens?
Passamos capítulos inteiros sem saber quem está narrando porque (nas palavras do autor) no livro dele não é para as respostas serem entegues de mão beijada aos leitores. Ainda afirmando que as traduções em outros países desrespeitaram esse enigma do livro porque descrevem quem vai narrar o capítulo, pois eu gostaria é de ter lido nessas edições, quem sabe não tinha passado tanta raiva. Não é aquela raiva gostosa de mistério que eventualmente você vai descobrir, é uma raiva de confusão total.
Também não entendi o parentesco ou amizade de um personagem em relação ao outro, isso é uma leitura para quem tem tempo e paciência de reler várias vezes fazendo anotações. Uma leitura para quem gosta de apreciar essa escritas não convencionais, o que convenhamos, não é o caso de um vestibulando.
Nesses livros com linguagem mais rebuscadas eu tento admirar a relação das culturas, ou da própria escrita, mas nem isso eu consegui, porque não captei nada da cultura, e a escrita é tão dispersa que não me deixava concentrar em momento algum.
Digamos que o personagem está sentado observando algo, e eu começo a entender a cena, o escritor puxa informações sobre o objeto observado que são totalmente confusas.
Ex: Maria estava na sala, vendo Juliana brincar, e passou a olhar o relógio, relógio preto como a asa do passarinho da Austrália, que veio um navio em 1700 e não sei quando, por um marujo Italiano...*

*Cena fictícia.

Começa a narrar e descrever algo fora do contexto, que não te faz viajar junto ou sequer prestar atenção ao que está lendo.
Não gosto de falar mal de livros ou dizer que não gostei. Mas não tenho como dizer em outras palavras, que odiei o livro, e todo o nervosismo ruim que ele me fez passar.
Pâm 28/06/2021minha estante
To lendo ele agora e me sentindo burra KKKKK




01/03/2021

Um caminho pelos nossos passados: Relato de um certo Oriente, de Milton Hatoum
A estreia de Milton Hatoum com "Relato de um certo oriente" apresenta uma história que se constrói através das memórias e relatos, que juntas, vão se encaixando para revelar o passado dos personagens envolvidos.
Toda a obra tem esse aspecto epistolar, em que a protagonista se direcionando ao irmão, relata sua visita a cidade em que passaram sua infância, ao mesmo tempo que, relembra eventos e histórias de um passado já distante.
Um ponto que incomodou na leitura é o "vai e vem" entre esse presente e passado que confunde em muitos momentos o que está sendo errado. Mesmo que seja perceptível que o autor que evidenciar uma linguagem mais oral, essa confusão narrativa atrapalha um pouco a leitura e, inclusive, há uma dificuldade no início de delinear os personagens.
Porém, o ponto positivo que se destaca é a descrição que ocorre durante todo o livro. Os testemunhos se tornam muito fortes pois eles trabalham com detalhes todos o ambiente em que se passa a narrativa, os costumes e cultura da região e principalmente, os conflitos familiares. As relações da família são muito bem abordadas e inclusive vão explicando, aos poucos, os traumas e consequências deixados entre os parentes.
De fato, Relato de um certo Oriente é uma porta de entrada para conhecer Milton Hatoum, e mesmo que não possa ser uma leitura espetacular e emocionante, é uma boa obra para conhecer como nossas relações familiares impactam nossas vidas nos futuros, e como caminhar por memórias pode ser caminhar por passados difíceis e inexplorados pela nossa mente.
"E o passado era como um perseguidor invisível, uma mão transparente acenando para mim, gravitando em torno de épocas e lugares situados muito longe da minha breve permanência na cidade...Era como se eu tentasse sussurrar no teu ouvido a melodia de uma canção sequestrada, e que, pouco a pouco, notas esparsas e frases sincopadas moldavam e modulavam a melodia perdida."
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Monique 26/02/2021

Gostei muito mais dessa leitura do que da minha primeira, mas a história não é muito legal e a narração é um pouco difícil de entender.
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Virlaine 16/02/2021

Não conseguir me prender na leitura, o livro pareceu ser bom, a narrativa o escritor também é muito boa, porém não me apeguei na história e não me prendeu...
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Clarispectiana 29/12/2020

Relato de um Certo Oriente
O Miltom Hatoum tem o dom/poder de nos transportar para um ambiente distinto, misterioso, úmido - algo totalmente distante da minha realidade, mas que mesmo assim me pertence. Sinto como se estivesse visitando o meu passado, mas em lugares e pessoas que nunca conheci.
A história se passa na região amazônica, no século XX, transcorre sobre a história de uma família que veio do Oriente Médio (Líbano). Essa história é contada a partir da visita de familiar, após a morte de Emilie, e as memórias que este traça sobre a sua infância. Portanto, no começo o livro é um pouco confuso, é necessário prestar bastante atenção.
A protagonista (ao meu ver) é uma matriarca católica, forte, com cheiro, tons e personalidade indiscutível - algo como Ursula de "Cem anos de solidão". Além de todo o ambiente retratado, a casa, os objetos (como o relógio gigante) o pátio, os diversos animais e plantas.
É uma literatura que discuti cultura, sociedade, religião, desigualdades, o lugar da mulher nesse contexto e etc.
É tudo tão real na narrativa de Hatoum que você sente os cheiros, os gostos, a raiva, rancor, estupefação e principalmente o calor. A temperatura quente de Manaus, dos personagens, da loja de tecidos, da cafeteria, do suicídio.
Por fim, é válido lembrar que esse romance é o de estreia do autor e foi publicado em 1989.

É um livro que me deixa viva e nua, me deixa livre, inquieta e atenta. Quem saiba eu leio a procura desse sentimento?!
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Rocier 27/12/2020

Surpreendente
Não esperava que fosse ser tão bom quanto foi. Apesar de eu ter tudo algumas dificuldades com relação aos narradores da história no início,ela logo se assenta e fica fácil saber quem está contando o relato.
Emilie é uma pessoa forte com altos e baixos, boa e ruim. O autor humaniza todos os personagens, isso meu deixou muito feliz quanto a leitura. No último capítulo, ela fala sobre algo meio solto na história, ficou meio confuso mas intrigante também, é só no final que se sabe pra quem este relato está sendo escrito. O autor aproxima muito o leitor da história, uma característica que até então encontrei poucas vezes. Enfim, a leitura vale muito a pena, não é atoa que Milton Hatoum ganhou tantos prêmios.
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dyanabsl 25/12/2020

terrinha
uma leitura aconchegante mesmo que distante da minha realidade. demorei muito pra ler e não me perdôo
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Daniel.Azevedo 10/12/2020

Se você gostou desse livro, leia Gabriel García Márquez, que é o mestre desse estilo de narrativa e que obviamente inspirou Milton Hatoum.
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spoiler visualizar
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Gerson 10/11/2020

Uma leitura nada fácil e nem por isso menos prazerosa... Milton Hatoum, a partir da narrativa feita por uma personagem cujo nome não é nunca informado, nos revela na medida do possível, as angústias de uma família de imigrantes libaneses que se instala na Manaus dos anos 30, focando na personagem da matriarca Emilie, que com um jeito forte e peculiar consegue manter sua família unida - pelo menos durante um certo tempo - para terminar sozinha, vivendo apenas de suas memórias, contadas através da visão de terceiros e não dela própria. O retrato feito de Manaus como uma cidade decadente e formada em sua maioria por caboclos que - foi esse o meu sentir - seriam a materialidade de tal decadência poderia parecer preconceituoso e racista, mas creio que seria apenas a visão de quem aqui chega (sim... moro em Manaus... rsrs) e não está preparado para a beleza da paisagem e do povo manauara. Vale a leitura.
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