Relato de um Certo Oriente

Relato de um Certo Oriente Milton Hatoum




Resenhas - Relato de um Certo Oriente


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Raya 21/05/2018

Que confusão entender esse livro, pequeno, mas bem denso.
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Daniel 22/01/2018

Quando a protagonista é a memória
Após muitos anos de ausência, uma mulher retorna à cidade de sua infância, Manaus. Seu objetivo é reencontrar Emilie, a velha matriarca de uma família de imigrantes libaneses que a criou como sua filha. A partir daí, tem início o relato do acerto de contas da personagem com seu passado.
É difícil definir em poucas palavras a beleza da escrita de Milton Hatoum. Sua linguagem é clara, suave e poética, como as pinceladas de um quadro de Monet. São as lembranças dos personagens que dão forma e conteúdo à narrativa, num efeito quase impressionista onde a memória se sobrepõe aos fatos. A memória, aliás, é o tema principal da obra, o reencontro do indivíduo com seu passado.
As alegrias e tragédias familiares vão sendo destrinchadas aos poucos, pela voz de vários personagens, num diálogo constante que conecta o passado e o presente. A descrições são minuciosas, emotivas e perfeitas. Os sons, os cheiros, as cores, tudo é descrito em mínimos detalhes, criando um efeito sinestésico capaz de submergir completamente o leitor na narrativa.

Hatoum parece ser adepto do lema "escreva pouco, mas escreva bem". O romance é pequeno, pouco mais de 150 páginas, mas de uma intensidade única, rara na literatura atual.
O choque cultural entre o Ocidente e o Oriente, a força das narrativas orais e o tom epistolar são outras características importantes que ajudam a encadear o romance. A protagonista, da qual pouco sabemos, busca através da memória construir sua própria identidade, encontrar um lugar no mundo.
Ao final da leitura, fica a sensação de impotência perante as questões sem resposta e o sentimento de nostalgia diante de um universo distante e ao mesmo tempo tão próximo a nós: o passado.
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Raony 09/09/2017

o último que faltava. Do Hatoum. Justamente o primeiro que ele lançou, quando eu nem era nascido. Eu fiquei o livro todo incomodado com a narração. Porque são vários narradores, mas o tom era o mesmo. No fim é explicado, mas não me convenceu. Pareceu remendado. Preferiria uma abordagem mais Trainspotting, que o próprio Hatoum meio que ensaiou no "Orfãos do Eldorado". Talvez ele não estivesse pronto ainda, como escritor. Esse foi o primeiro romance, afinal. Mas iria enriquecer muito o livro, os sotaques, as abordagens e os vocabulários diferentes em cada narrador, como a transição entre eles já enriquece. Enfim, ainda é um bom livro, dá aquela vontade de conhecer Manaus e o Líbano que caracteriza o autor. Um dia, Hatoum, um dia...
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Thiago Barbosa Santos 08/05/2017

Mestre Hatoum!
Muito se questiona qual o melhor escritor brasileiro atualmente. Na minha humilde opinião de leitor, este é Milton Hatoum. Conheci a escrita dele há três anos lendo justamente a obra-prima do autor, Dois Irmãos. Depois ainda li Órfãos do Eldorado e A Cidade Ilhada. Três livraços que falam muito sobre relações familiares e têm como cenário uma região pouco conhecida entre nós, Manaus, terra natal de Hatoum.

Nesta semana li Relato de um certo Oriente, primeiro romance de Milton Hatoum, publicado em 1989. O livro ganhou o Prêmio Jabuti de melhor romance de 1990. É um livro de estrutura complexa e bastante interessante.

Dividido em oito capítulos, Relato de um certo Oriente narra a história de uma família de libaneses. Cada capítulo tem um narrador diferente (alguns se repetem), e o leitor meio que vai descobrindo ao longo do texto de quem é aquela voz. É possível também, com essa troca de narradores, observar um mesmo acontecimento narrado de diferentes pontos de vista. A história, com relatos muito envolventes, resgata memórias, dramas e tragédias da família. Leitura altamente recomendada.
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André Fellipe Fernandes 01/01/2017

Pede releitura assim que você termina
O livro fala da história de uma família de imigrantes libaneses em Manaus, baseada em relatos de diferentes pessoas que são costurados nesse Relato de um Certo Oriente.
O fato de serem relatos contados por diferentes personagens e pontos de vista confunde um pouco logo no início, fazendo com que o leitor desavisado acabe tendo que se arrastar por algumas dezenas de páginas até encontrar a luz e os sinais, no final de cada capítulo, de um novo relato que vem adiante.
Gostei da forma com que os relatos são costurados e de como o autor se manteve distante de interferências nos relatos pessoais das personagens, o que acaba fazendo com que o livro não detalhe muito os ambientes manauara e libanês, pois que não era da vontade das personagens.
É um livro de leitura fluida (depois que se descobre a ligação entre os diversos narradores) e ao mesmo tempo superficial, pois não me senti dentro da história, mas me senti atraído por ela, ao mesmo tempo.
Talvez isso tenha me feito terminar a leitura já pensando em emendar a releitura, mas, a fila anda, pelo menos por enquanto.
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Isolda 18/10/2016

Pare para ouvir esse relato
Relato de Um Certo Oriente pode ser tido como um livro extraordinário sem precisar de acontecimentos que justifiquem o uso desse adjetivo. É o simples desenrolar da passagem do tempo através de vidas e mortes, de crianças que crescem e adultos que envelhecem, dos preconceitos de alma que afloram naturalmente sem culpa, como se fossem fruto de algo quase instintivo. É o drama de ser humano. O pano de fundo: uma cidade amazônica real e nua (que não é apenas uma cidade, mas um contexto) – para mim, o grande personagem da história. Tudo fica ainda melhor quando esse lugar é mesclado aos usos e costumes de pessoas que vivem e carregam consigo o Oriente, como se o Líbano ficasse logo ali, dobrando a esquina. Milton Hatoum, manauara e descendente de libaneses, soube apresentar, sobre a fina estampa de sua escrita e da intimidade com as palavras, esses dois pedaços de mundo que o mundo quase inteiro desconhece. É uma espécie de desbravador que merece o crédito de muitas leituras.
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Breno Torres 27/07/2016

Do Oriente ao Norte do Brasil: uma obra-prima
Não sei se há como descrever em palavras o requinte, a rica simplicidade e a elaboração sutilíssima do estilo narrativo de Milton Hatoum. Nunca pensei que me apaixonaria tanto por essa história como estou apaixonado por esta. Trata-se um livro silencioso, que vem de mansinho, levemente abrindo o leque pavoneônico que é o enredo cheio de profundidade e detalhes, acinzentado muitas vezes pela melancolia e espaço derruído que apresenta-nos a narração, mas extraordinário pela elaboração inteligentíssima e pelos elementos que o compõem, todos muito entrelaçados para compor essa narrativa tão hipnótica.

As descrições dos espaços, todas tão atenciosamente elaboradas e robustas, mas delicadas, tão deliciosamente fluidas; as personagens, vívidas, palpáveis, tão reais quanto pessoas reais próximas a nós -- dentre as quais eu destaco com todo o amor do mundo duas (dentre muitas outras realmente tão incríveis quanto): Emilie e Lobato Naturidade (o "Príncipe da Magia Branca"). Emilie é essa incrível mulher diplomática, solidária, inteligente, monumento popular de sua região, com defeitos e falhas -- humana, acima de absolutamente tudo. Apaixonante. Poucas personagens são tão empáticas quanto a saudosíssima Emilie de Hatoum. E Lobato Naturidade, essa forte representação do sabedor popular medicinal amazônico, que me tocou pela veracidade e naturalidade ao ser retratado num contexto tão delicado, exposto nesse livro como um retrato tão fiel do conhecimento popular da minha região.

Um lindo, lindo livro, que simplesmente traz a história de um clã como alicerce para extrapolar o que poderia ser apenas um relato familiar. Realmente uma lindeza de livro. Uma obra-prima. Indicado para todos, principalmente para aqueles que desejam conhecer um pouco da Literatura produzida no Norte e que fale sobre ele, além àqueles que desejam ler uma linda história sobre os tocantes ecos da melodia quase perdida de uma família, ora, manauara.
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Daniel 12/07/2016

Relato de um Certo Oriente
Resenha no link abaixo!

site: http://blogliteraturaeeu.blogspot.com/2016/07/relato-de-um-certo-oriente-de-milton.html
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Lila 17/06/2015

NUM CERTO ORIENTE..
"Ter vindo a Manaus foi meu último impulso aventureiro; decidi fixar-me nesta cidade porque, ao ver de longe a cúpula do teatro, recordei-me de uma mesquita que jamais tinha visto, mas que constava nas histórias dos livros da infância e na descrição de um hadji da minha terra."
(Relato de um certo Oriente, Milton Hatoum)

Ao chegar à última página, percebi que nem tudo seria revelado. Segredos foram mantidos, mistérios permaneceram no escuro. Assim é a vida, em que muito pouco é desvendado, e menos ainda, explicado. E assim é o romance de Milton Hatoum que, misturando tâmaras a graviolas, almíscar a canela, compõe as memórias, muitas vezes sensoriais, deste mosaico de narrativas: “Relato de um certo Oriente”.


Cidade ilhada

Numa antiga Manaus, são relatadas as lembranças de uma família de imigrantes vindos do Líbano e os conflitos partilhados por eles ao longo das décadas vividas no norte do Brasil.

“Os levantinos da cidade eram numerosos e quase todos habitavam o mesmo bairro, próximo ao porto. A beira de um rio ou a orla marítima os aproxima, e em qualquer lugar do mundo as águas que eles veem ou pisam são também as águas do Mediterrâneo”.

Voltando ao quintal de sua infância, uma mulher pretende reunir relatos, regatar a identidade de seus familiares e encontrar a si mesma.
Quando começa a relatar sua história, misturando o presente ao passado, conduz o leitor por uma casa desconhecida na cidade ilhada, levando-o, lentamente, a compreender quem é o dono de cada memória que vai sendo costurada ao texto.
Emilie é a grande matriarca: mãe natural e mãe adotiva. Em torno dela orbitam as memórias de todos: sua filha adotiva, seu esposo, o amigo da família, a amiga e vizinha que a ampara na velhice, e o amado filho ausente, para quem ensinou a língua de sua pátria, a língua em que falava sua alma:

“(...) ao conversar comigo, minha mãe não traduzia, não tateava as palavras, não demorava na escolha de um verbo, não resvalava na sintaxe. E eu sentia isso: cheia de prazer, soberana, desprendia de tudo, ela podia eleger os caminhos por onde passa o afeto: o olhar, o gesto, a fala”.


Uma colcha de retalhos

Um jovem suicida, a gravidez de uma adolescente, o silêncio de uma garotinha, o comportamento selvagem de dois irmãos, e um fotógrafo alemão apaixonado por orquídeas são alguns dos retalhos costurados nessa colcha de memórias.
Um leitor desavisado pode, facilmente, se perder, entre as tramas dessa tessitura, antes de compreender que o contador da história muda a cada capítulo em que a voz é passada gentilmente a outras personagens.
O ideal é que, ao final da leitura, se revisite o primeiro capítulo, como quem ajusta o foco de uma lente. Como quem se distancia do desenho que foi composto por cada uma de suas belas partes.


Como um romance

"O desenho acabado não representa nada, mas quem o observa com atenção pode associá-lo vagamente a um rosto informe. Sim, um rosto informe ou estilhaçado, talvez uma busca impossível nesse desejo súbito de viajar para Manaus depois de uma longa ausência."

A trajetória dessa mulher é a busca pessoal de todo ser humano. Não compreendemos o que buscamos, não conseguimos vislumbrar o resultado de nossa procura. Porque buscamos a nós mesmos e nós não estamos prontos e, em vida, jamais estaremos.
Todos os pedaços de nossa existência formam uma imagem disforme. Porém um observador atento pode enxergar o vulto de quem somos e talvez a silhueta de quem buscamos ser. Cada um desses pedaços são pedaços de passado e sonhos de futuro; cheiros, sabores e texturas; dores, alegrias e angústias.

A linha que as costura é a nossa procura por sentido. Procura permeada de segredos que não podem ser revelados e mistérios que não podem ser explicados. Buscar a si mesmo é a nossa inacabada e inacabável obra.

site: lilasb.blogspot.com.br
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Silvio 03/11/2014

Relato de um certo oriente
Em seus livros, Milton Hatoum conta a mesma história de formas diferentes, a começar por sua primeira obra, este "Relato de um certo oriente". Nele estão presentes a família de imigrantes libaneses, os contrastes de uma Manaus antiga em confronto com a moderna, os conflitos que atravessam as gerações.

Mas, em vez de demérito, isso é uma qualidade. Analisar a mesma história por diversos ângulos enriquece a experiência e nos faz compreender um pouco mais da imensa complexidade humana.
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eueradeborah 29/06/2014

Isso não é uma resenha, é um comentário
Caramba, que livro! Eu prolonguei a leitura porque tinha medo que terminasse, e sofri quando terminou. Senti uma quedinha de Hatoum por Jorge Luis Borges e essa coisa do real e irreal nas memórias. Esses relatos, essas memórias todos nesse mosaico árabe-brasileiro, com cheiro de hortelã e forrado de organdis. Deus! Que lindo e que dolorido.
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Socorro Rolim 20/05/2014

O mar tempestuoso da memória
Temos um mundo visível, palpável, e outro que “lateja em nossa memória”. Esse último é o que nos constrói.
Sugiro que leia esse livro. Sugiro também que antes de ler o primeiro capítulo você leia o último, depois volte para o primeiro, pule para o terceiro, volte ao segundo e siga...
Dizem que o presente só é explicado pelo passado. Concordo.Concordo também que compor uma vida é muito parecido com fazer uma colcha de retalhos: você vai escolhendo os melhores retalhos lá da sua cestinha e vai costurando uns nos outros e montando a colcha. Assim é a vida. Às vezes um retalho novinho que você acabou de cortar é costurado a um que você cortou ontem ou a outro que você carrega a mais de 20 anos. Eles vão se juntando, se conectando (usando uma linguagem mais de hoje) e tudo (a colcha ou a vida) vai tomando forma e no final você tem sua peça única, exclusiva.
É assim nesse livro ma-ra-vi-lho-so!
Nossas vivências nos constroem. “A vida começa verdadeiramente com a memória” e a memória de uma vida não é uma peça única,linear. É um conjunto de peças, de tempos e espaços e contextos diversos que devidamente ordenados dão sentido ao todo.
Lembra aquela história que sempre ouvimos de que antes de morrer a vida nos passa como se fosse um filme? É assim esse livro. É com se fosse um filme (tenho certeza que ainda vão transformá-lo em um filme) um filme incrível, magnífico, porem não editado. A edição é trabalho do leitor que vai lendo e “editando”, montando o filme, escolhendo as cenas e diálogos para compor a história. E ainda sobram mistérios no final. É perfeito.
Como bem sabemos, as memórias utilizam-se de todos os sentidos. Lembranças de imagens, de sabores, de odores, de texturas e sons. Cada um de nós tem uma vida inteira, um mundo só nosso guardado no baú. No baú de nossas memórias. E não estou falando daquele bauzinho que está lá no armário com fotos, cartas (quando ainda haviam cartas) e anotações, e lembrancinhas...essas coisas que guardamos com todo cuidado pela vida a fora. Falo do baú que está na nossa mente. Evocar a memória é necessário e às vezes é perigoso. Sabe Deus o que pode sair do teu baú.
Milton Hatoum constrói uma história costurada de memórias,misturando com delicadeza de forma encantadora, como se fossem ingredientes de um bolo improvável as coisas mais diversas: Manaus e Meca, Nossa Senhora e o Alcorão, tâmaras e cupuaçu, “As Mil e Uma Noites” e a Biblia Sagrada, almíscar e jasmim, Rio Negro e cedros do Libano... uma “Evita Peron” do Amazonas, uma adolescente grávida, uma criança surda muda, um suicida, um botânico fotógrafo,um curandeiro, dois gêmeos inomináveis... tudo e todos enveredando por trilhas que hora ou outra se fundem e se confundem “como se fossem dois rios que se juntam e viram um”.
Invariavelmente, para praticar o “conhece-te a ti mesmo” que Sócrates recomendou, é preciso sim abrir o baú e “navegar no mar (às vezes tempestuoso) da memória. Boa leitura.
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Ocelo.Moreira 18/05/2014

RELATO DE UM CERTO ORIENTE
A literatura é um meio mais completo de examinar a condição humana. E isso o autor amazonense, Milton Hatoum, faz com maestria em seus romances pomposos.

O primeiro livro do autor que li foi, Relato de um Certo Oriente, livro do qual estreou na literatura nacional. Ele relata a volta de uma mulher, após longos anos desde que se ausentara de sua cidade natal, Manaus, num diálogo com o distante. A obra trata-se de um regresso à vida em família, na verdade é um relato de uma complexa viagem ao passado, no qual o destino da personagem se confunde com a do grupo familiar na tentativa de encontrar a si mesmo e o outro.

O romance é uma reconstrução imaginária, ou seja, reformular no lugar de origem as lembranças e recônditos do esquecimento, a casa demolida. Um mundo enigmático e cheio de nostalgia.

Com uma viagem irresistível e uma prosa evocativa e fascinante, Milton Hatoum, no meandro de suas frases nos leva ao regresso à cidade ilhada pelo rio e a floresta amazônica, a conhecer o drama dessa ilha familiar por meio de uma família de imigrantes que ali há muito radicada, vive suas paixões, suas culpas e melancolias por meio do passado retrospectivo nas vozes de outros personagens encaixadas na voz da narradora.

Dentre os livros que li do autor, esse é o que tem a linguagem mais rebuscada e um estilo meio hermético. Onde o romance com suas figuras fortes e fugazes nos faz regressar ao passado, e encontrar no relato de volta à casa desfeita, o conhecimento limitado do outro e de si mesmo. Ou melhor, o enigma do ser!
http://ocelomoreira.blogspot.com.br/
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Hugo R 13/12/2013

Arquitetura de Cristal
Se por um lado, Hatoum, jamais exerceu a profissão de sua formação, arquiteto, nada nega que ele seja, por excelência, um arquiteto da memória, como prova o livro "Relato de um certo Oriente".

Em tom epistolar, as histórias do romance são tecidas pela memória de uma mulher que, após uma ausência de longos anos, volta à cidade de Manaus, para reencontrar sua mãe adotiva, a matriarca libanesa Emilie. Ao chegar ao local, no entanto, depara-se com a Manaus do presente e a nostalgia que o simbolismo de certos cheiros, cores, eventos e pessoas provocam em seu pensamento.

No livro, a lembrança é tratada como meio de revisitar o passado para compreender o presente. Para isso, evoca-se a memória na força de sua plenitude, partindo-se da boêmia das noites enfeitas com histórias e fumaça do narguilé à colisão das tradições cristãs do Ocidente com a filosofia do Alcorão.

O contar de histórias permite à narradora comunicar sentimentos ocultos, viajando no tempo sem o esforço de um passo sequer. É assim que suas cartas ao irmão distante tentam encontrar conexões entre situações dispersas no tempo, regenerando as ruínas do passado pela força da memória.

Sensível, poético e misterioso para além da última página, "Relato de um certo Oriente" é, sobretudo, um convite à releitura, quando não das histórias encerradas nas páginas do livro, da nossa própria história. Afinal, a identidade humana se constrói no viés de experiências que, ao cabo da última página, parecem apenas memórias.
Socorro Rolim 21/05/2014minha estante
Foi exatamente essa a minha percepção desse livro. Se tivesse lido essa resenha antes teria evitado de escrever a minha...


Luhhh ^___^ 27/06/2014minha estante
Eu não gostei muito do livro, mas é motivo pessoal mesmo, de não ter me agradado pela história. Apesar de a narrativa me cativar em alguns momentos.
Foi difícil terminar a leitura, até pensei em desistir da leitura...
Muito bom o teu comentário!!!




Christiane 07/01/2013

Reencontro com suas raízes
Uma mulher que não é nomeada retorna ao local de sua infância - Manaus quando sua mãe adotiva, Emilie, falece e começa a se recordar de sua infância, que será narrada por ela, mas também por outros personagens que também se encontram ali devido o mesmo motivo ao se recordarem de Emilie e de suas vidas naquela época.
O Livro também trabalha com antíteses, como a cidade e a floresta, a vida e a morte, mas o mais impressionante é a aproximação que faz entre duas religiões, a católica e a muçulmana, através do casamento de Emilie e seu marido também não nomeado. O Oriente vive no meio da floresta Amazônica, na cidade de Manaus, um certo Oriente com cara de Brasil, onde as diferenças conseguem conviver, mesmo com seus atritos.
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