livrodebolso 14/10/2019
Narrado de forma extremamente cômica, trata-se de um romance de capa e espada, escrito por #AlexandreDumas em 1844, apesar de se passar em 1625, sendo então, uma ficção histórica.
Usando como pano de fundo uma intriga política, todo o #livro é marcado por um ritmo frenético de duelos, bebedeiras, piadas e paixões.
Composto por uma trilogia (conversei com a @editorazahar, afirmaram que em breve publicarão o segundo volume ?) o romance é de formação, e acompanhamos o desenrolar da vida de D'Artagnan, um jovem que sonha em ser mosqueteiro; saído do interior com apenas três presentes paternos: um cavalo de cor rara, quinze escudos e uma carta de recomendação ao chefe de uma divisão dos mosqueteiros, amigo íntimo de seu pai, o sr. de Tréville.
Porém, durante a viajem, se depara com um fidalgo de má intenção, que zomba de seu cavalo, com quem trava um duelo, então, sendo pego de surpresa por comparsas, acaba ferido e desmaia, possibilitando ao desconhecido roubar a carta.
D'Artagnan segue viajem jurando vingança, vende o cavalo e chega à Paris.
Dirige-se ao gabinete do comandante dos mosqueteiros, mas, percebendo sua inferioridade frente aos candidatos à guarda real, e estando sem a carta, consegue apenas uma nova recomendação. Enquanto esperava o documento ficar pronto, avistou seu inimigo pela janela e correu pelas ruas para reaver seu pertence, contudo, conseguiu apenas marcar três confrontos, devido à situações engraçadas em que se colocou. Para seu horror, os duelos eram com Athos, Porthos e Aramis, grandes nomes e protagonistas das farras dos defensores reais.
Chegado o momento da luta, a guarda do cardeal os enfrenta primeiro e, firmando-se um pacto de amizade, os três mosqueteiros tornam-se quatro.
Sabendo do sucesso empreendido na supracitada luta, o rei chama-os para parabenizá-los. O jovem fidalgo sente que seu futuro está garantido.
Os mosqueteiros, entretanto, dispõe de pouco dinheiro para sobreviver, até que surge o dono do quarto onde vive D'Artagnan, pedindo ajuda para encontrar sua mulher sequestrada, em troca de muitas provisões.
O que o jovem descobre então, é surpreendente.
Segue a intriga política causada por um amor platônico do duque de Buckingham pela rainha, ainda que, não de todo repudiado pela mesma (para agradecer a visita do conde - a pedido dele - a rainha lhe presenteara com um estojo contendo agulhetas de cristal). O cardeal, que sabia de tudo e queria indispor a rainha com o rei, implantou a dúvida nas ideias do monarca, que, louco de ciúmes, ordenou que sua esposa usasse tais agulhetas em uma festa.
Foi então, em socorro de sua patroa, a Sra. Bonacieux pedir ao marido que fosse à Londres reaver o presente; apenas para descobrir que o comerciante fora comprado por Sua Eminência.
Desesperada, foi acudida por D'Artagnan, o apaixonado.
Sem poder empreender o resgate sozinho, pediu aos amigos mosqueteiros que seguissem viagem com ele. Cada qual assumiu um problema durante o caminho, chegando apenas o mais novo em Londres.
Expondo todo o acontecido ao duque, percebeu-se que faltavam duas (das doze) agulhetas no estojo - roubadas pela condessa de Winter. O duque de Buckingham mandou que refizessem as ausentes, e presenteou D'Artagnan com quatro cavalos magníficos, para distribuir entre seus colegas.
O jovem voltou com a coleção completa de agulhetas, devolveu à rainha antes da festa, surpreendeu o cardeal e ganhou uma joia das mãos da própria soberana.
Em agradecimento, a Sra. Bonacieux marcou com ele um encontro, no qual foi raptada bem debaixo do nariz do pretendente.
Inconformado, mas sem ter o que fazer, o guarda se contentou em recuperar seus companheiros que permaneceram espalhados pela estrada; cada um deles com uma engraçadíssima explicação para a ausência (obs: Athos, bêbado, conta à D'Artagnan sobre uma mulher com uma flor de Liz no ombro, enforcada). E, mais tarde, tendo recebido seus cavalos de presente, com uma nova e tão hilária explicação para a perda dos mesmos.
Resolvido o sumiço dos três mosqueteiros, voltam à Paris para saber que, finalmente, o aprendiz fora aceito como integrante da guarda real e que o rei decretara uma campanha, sendo todos convocados a compor seu equipamento de guerra, apesar de não ter nenhum tostão para armas e armaduras.
Athos e D'Artagnan enfrentam ingleses com quem desentenderam-se, e, o segundo, mostrando alguma clemência, decide não matar o seu inimigo, caindo nas boas graças deste que se mostrou ser cunhado da condessa de Winter - para sorte do guarda.
Foi combinado que, em profundo agradecimento, D'Artagnan compareceria em um jantar, e seria apresentado à condessa. Milady, por sua vez, se irritou por perder a chance de herdar a herança do cunhado, sentindo aversão pelo jovem.
Por outro lado, sua criada Ketty se encantou com o galante projeto de mosqueteiro, apaixonando-se instantaneamente.
Uma confusão conveniente fez revelar-se o interesse da condessa em de Wardes (com quem D'Artagnan já havia duelando), dando ao rapaz chance de enganá-la.
A proporção de tamanha ousadia se mostrará mortal em breve...
Enfim, todos equipados com os mais magníficos cavalos: Athos, que o devia à sua mulher; Aramis, que o devia à sua amante; Porthos, que o devia à sua promotora; e D'Artagnan, que o devia à sua boa sorte, a melhor amante que existe.
O cerco de La Rochelle foi um dos grandes acontecimentos do reinado de Luís XIII e uma das grandes empreitadas do cardeal.
Foi, também, motivo de preocupação para com as vidas dos nossos protagonistas: o - quase - mosqueteiro viu se livrando de duas armadilhas consecutivas, encomendadas por Milady.
Finalmente ficamos sabendo quem realmente é essa mulher, qual sua ligação com Porthos, e do que ela é capaz.
No início, a obra foi hilária, e conforme os assuntos se tornaram sérios, passou de comédia para tragédia de maneira genial.
Apesar disso, o assunto principal era a amizade cega e verdadeira composta por quatro homens (aliás, três homens e um garoto), tão diferentes entre si.
Porthos, o vaidoso, interesseiro, era melhor amigo de Aramis, homem da igreja, constituído por religiosidades; ambos tinham Athos como um pai, que era sério, justo e sensato. E os três foram conquistados pela coragem e lealdade do jovem D'Artagnan.
Este último, quando chegou à Paris, não passava de uma criança com um sonho, e se tornou, no fim da narrativa, famoso, impressionante, e um implacável mosqueteiro. Passou pelos piores infortúnios, vítima do acaso e de uma mulher. Pelas mãos desta, que mais parecia um demônio em forma humana, ele quase arruinou sua vida, três vezes, perdeu seu amor, um amigo e a inocência. Contudo, ganhou astúcia, experiência enquanto fidalgo, a gratidão do rei e o melhor presente de todos, vindo de onde menos esperava: do cardeal.
Felizmente, a justiça não tardou e os mosqueteiros seguiram suas vidas, assim como seus criados, sustentando o lema de sua divisão: "Um por todos e todos por um".