Déborah 07/11/2014Escandalosamente encantador, esmagadoramente intenso... tudo o que sempre quis ler!O jardim secreto de Eliza: Uma mulher em busca da verdade sobre sua família, uma misteriosa Autora, um livro de conto de fadas vitorianos e um segredo guardado a sete chaves.
Sinopse: No início do século XX, uma menina de 4 anos é abandonada em um navio rumo à Austrália. Carregando apenas uma pequena mala, sozinha e com medo, ela chama por Autora, uma misteriosa mulher que prometeu cuidar dela, mas que desapareceu sem deixar rastros. Em 1975, Nell OConnor decide viajar pela Cornualha para recuperar seu passado e descobrir, finalmente, suas raízes. Guiada por um livro de contos de fadas vitorianos, a única pista que possui, vai desvendando página a página o segredo que a liga à mansão Blackhurst, antiga propriedade da aristocrática família Mountrachet. Trinta anos depois, Cassandra recebe uma herança inesperada da avó, Nell OConnor. Deixando para trás os subúrbios de Brisbane, na Austrália, a jovem ruma para a mesma região da Inglaterra onde Nell se aventurara décadas atrás. Lá encontra um chalé em ruínas, com um jardim secreto, temido pelos habitantes locais, devido a suas lendas. É nesse misterioso lugar que se esconde a trágica verdade sobre os Mountrachet e a escritora Eliza Makepeace. Caso consiga descobrir a conexão entre essa mulher e a família que um dia habitou Blackhurst, Cassandra entenderá por que sua avó, então uma menina, foi deixada à própria sorte quase um século antes.
Resenha: Terminei de ler esse livro hoje, e ele foi esmagadoramente intenso.*Suspiro* São tantas coisas pra falar a respeito dele que não sei nem por onde começar. Acho que devo iniciar relatando que me apaixonei pela narrativa e arquitetura dos capítulos (A história é narrada pelo ponto de vista de diversos personagens e em diversas épocas diferentes. Um recurso ousado, mas que, nesse contexto, foi simplesmente genial). Apaixonei-me também pela propriedade de Blackhurst, como nunca havia me apaixonado por nenhum outro cenário antes. Quando fechei o livro, queria ansiosamente me mudar pra lá (rsrsrs). Mas a grande beleza desse livro consiste, na verdade, nas belíssimas metáforas eternizadas nos contos de Eliza Makepeace e sua relação com os destinos trágicos e gloriosos de seus personagens.
Se eu tivesse de resumi-lo em 2 palavras, diria: Escandalosamente encantador. Ao iniciar essa leitura, mergulhei em um mar de emoções profundas. Senti-me transbordar com um espectro de sentimentos que nem eu mesma consigo nomear, por vezes, senti até uma certa precordialgia (dor no peito) rsrsrs.
O jardim secreto de Eliza me surpreendeu em diversos aspectos, se mostrou muito diferente do que eu esperava que fosse. Mais sombrio, mais triste, mais profundo, mais impactante, mais reflexivo, mais tocante, mais trágico. Contudo não posso ignorar, de forma alguma, sua característica mais proeminente: O mistério! Desde a primeira página, intrigante, instigante, desafiador, simplesmente cativante. Em alguns momentos me vi a ponto de enlouquecer de curiosidade, a cada nova revelação que surgia, encontrava, paradoxalmente, mais suspense, como um poço de mistérios cada vez mais profundo, recheado de uma quantidade absurda de enigmas. Isso tornou a leitura muito prazerosa e divertida. Em outros momentos, porém, senti-me lendo um desses livros de terror que te dão medo, frio na barriga, com muitos assombros, superstições, lendas e fatos inexplicáveis.
Para todos os efeitos, vale muito a pena ler "O jardim secreto de Eliza". Para mim ele foi mágico, gótico, etéreo, bucólico, precioso, misterioso, tudo o que eu sempre quis ler. Nota máxima!