Tícia 22/09/2015
3,5 estrelas.
Sabe quando você está empacado? Emperrado? Estorvado? Tipo, tudo que começa a ler instiga seu lado xexelento e a leitura não flui? Daí, em meio a esse lamaçal de desgosto literário, um inevitável impasse é criado. Você:
1) abandona a bagaça e tenta outro livro porque essa merda não vai melhorar; ( )
2) vira macho, incorpora o otimismo e prossegue; vai que a coisa toda desenvolve? ( )
3) Fica num estado de inércia e não faz porra nenhuma. (X)
É, há tempos venho passando por essa crise. Já estou até começando a acreditar que me jogaram uma inhaca das braba e esse encosto não sai nem a pancada. Tudo que eu começo a ler, logo desando na implicância, arrumo defeito, espalho a discórdia literária e blábláblá.
E Desejo proibido, coitado, foi a vítima da vez. Mas sabe o que é pior? O livro não é ruim. Meio paradão, com alguns clichês, mas a história é bonitinha, não merecia tanta xexelentice de minha parte. Sabe a velha máxima de “o problema não é você, sou eu.”?
Pois é.
Os personagens são bons, seus conflitos são interessantes e, siiiiiim, a relação entre eles foi inicialmente reconhecida como atração sexual e não alcunhada de amor como tenho testemunhado por aí. Aliás, espero que o amor-instantâneo faça uma boa viagem para a puta que o pariu, fique por lá e não me apareça mais em livro algum.
Essa macumba faz tanta falta quanto a Dilma.
Bem, mesmo achando tudo muito bonitim e conseguindo relevar frases onipresentes como “Me fode duro, fulano” ou “Ela me deixa duro”, agarrei nos 70% do livro. 71, 72, 73% e lá estava eu empacada. Nem uma sessão intensiva de descarrego literário dava conta.
Bem, li um livro daqui, abandonei outro acolá, mas ontem me chamei na chincha: ou eu termino de ler essa merda ou eu termino de ler essa merda. Eu preferi terminar de ler essa merda.
E cá estou.
Gostei. Sério. E queria deixar bem claro que o livro não é uma merda. Meu mau humor é que é um recalcado. A história é bonita, fala de superação, do amor surgindo do improvável, fala de amizade verdadeira, de relações familiares. Algumas cenas são impactantes e Deus me livre passar pelo que a mocinha passou.
Só achei que a autora poderia ter explorado a história por outros caminhos também. Mas como me conheço, se ela tivesse feito isso, eu provavelmente estaria reclamando.
Porrada resolve chilique?
Recomendo?
Ahhhhhhhhh... até que sim.
;)