A Menina da neve

A Menina da neve Eowyn Ivey




Resenhas - A menina da neve


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Danielle 11/11/2015

Encantador

O título e a capa desse livro já me chamaram atenção de cara, e uma amiga já tinha lido o livro em inglês me contou um pouco sobre a trama e disse ter gostado bastante da leitura, então não pude deixar de solicitar essa cortesia para nossa editora parceira Novo Conceito.

Logo que o livro chegou em minhas mãos comecei a leitura e posso dizer que a escrita da autora me conquistou logo nas primeiras páginas e sempre que tinha um tempinho livre corria para pegar o livro, mas ao mesmo tempo não queria que o livro acabasse de tão gostosa que estava sendo a leitura.

Com uma narrativa em terceira pessoa o leitor irá acompanhar na década de vinte o dia a dia de um casal de idade um pouco avançada, Jack e Mabel, que resolveram se isolar no Alasca devido não conseguirem mais lidar com a família. No passado Mabel teve um filho natimorto e desde então não pode mais engravidar e esse fato a incomoda demais. Mabel percebia que algumas pessoas da família a achavam imprestável por não poder ter filhos, algumas pessoas realmente ainda pensam assim nos dias de hoje, como se a mulher tivesse nascido apenas para dar a luz e nada mais, coitada da mulher que optar por não ter filhos, pois será crucificada por muita gente. O fato de ter de conviver com as crianças da família também deprimiam demais a Mabel.

Em uma bela noite de inverno o casal resolve fazer uma bonequinha de neve, colocaram capim amarelo simulando um cabelo loiro, luvas e um cachecol vermelho e para fazer a boca colocaram um suco de frutas dando um tom avermelhado a boca. O que aconteceu foi que no dia seguinte a boneca estava desfeita e nada de cachecol e luvas. Até então tudo bem, mas acontece que eles começam a ver uma menininha loira com o cachecol e a luva, e que os vizinhos nunca viram pelas redondezas. Seria a menininha real ou fruto da imaginação de ambos, resultado de um isolamento junto com um inverno rigoroso?

Após algumas aparições a menina começa a conversar com o casal, mas nunca fica muito tempo e não fala muito de si mesma, e eles nunca conseguem provar a existência da menina para os vizinhos. Tudo que está acontecendo com Mabel lembra demais um conto de fadas russo e isso começa a deixá-la em dúvida se realmente a menina é real ou se ela nasceu da neve criada por eles, pelo desejo de terem um filho.

“ Eles eram como crianças brincando de papai e mamãe, e Mabel estava feliz. ”

Eu me deliciei com página virada, me peguei encantada com a trama e como a Mabel cheia de dúvidas se tudo era real ou fantasia, me peguei ligada aos personagens que foram muito cativantes, principalmente a misteriosa menininha da neve, ela é encantadora.
Com o decorrer da estória já estava imaginando o final, mas mesmo assim ele me deixou de coração partido.


Recomendo demais a leitura para todos, venham se encantar com a bela estória de A Menina da Neve.

site: www.ciadoleitor.blogspot.com.br
Pri pri 13/11/2015minha estante
e aí gostou?


Danielle 13/11/2015minha estante
amei... dei 5 estrelas




Aione 10/11/2015

Fantasia ou realidade? Fruto de um rigoroso inverno ou do frio que acomete a alma? A Menina da Neve, de Eowyn Ivey, foi finalista do Prêmio Pulitzer em 2013 e lançado recentemente no Brasil pela Editora Novo Conceito. Mesclando um toque de magia e contos de fada, traz a história de um casal tentando sobreviver não simplesmente às rigorosas condições de vida no Alasca durante a década de 1920, mas, principalmente, às desilusões de uma sofrida vida ao lado um do outro.

Mabel e Jack já estão em uma avançada idade. Mudaram-se para o Alasca em uma tentativa de fugirem da dolorosa realidade que se abateu sobre suas vidas após Mabel ter dado à luz a uma criança nascida morta, única esperança de filhos do casal. Contudo, mesmo tentando recomeçarem a vida em um novo lugar, alguns fantasmas são impossíveis de serem abandonados, e os dois se tornam, a cada dia, mais distantes um do outro, mais imersos em suas próprias dores e anseios, mais inaptos a lidarem com seus problemas: tornam-se desconhecidos vivendo lado a lado. Porém, tudo muda após Mabel e Jack viverem um raro momento de intimidade e proximidade, quando constroem uma menina feita de neve: no dia seguinte, ela sumiu, mas o casal passa a ver uma menina, de carne e osso, correndo entre as árvores, cada vez mais próxima e regular em suas visitas a eles. Aos poucos, a presença da menina vai possibilitando as mudanças em suas vidas, fazendo com que a chegada da neve seja, também, a chegada do amor e do calor em seus corações.



“Ela não se lembrava da última vez que ele tocara sua pele, e aquele pensamento doía como solidão em seu peito. Então ela viu alguns fios prateados em sua barba avermelhada. Quando eles apareceram? Ele também estava ficando grisalho? Os dois desaparecendo sem que nenhum notasse o outro.”

página 13



A narrativa em terceira pessoa se alterna segundo as visões das personagens, sendo construída pela escrita totalmente sensível de Eowyn Ivey. Suas palavras carregam cores e sensações, impressões e sentimentos, aproximando o clima frio e castigante do cenário da história à própria realidade emocional inicialmente vivida pelo casal. Por dependerem da caça e da colheita para sobreviverem, foram muitos os momentos em que me senti aflita pelas descrições de mortes dos animais, que serviriam de alimento às personagens. Entretanto, as impressões mais marcantes dessas cenas, para mim, foram tanto o contraste das cores descritas – o branco da neve, o vermelho do sangue -, quanto a realidade impressa à historia nesses instantes. A sensibilidade da escrita da autora está não apenas em sua maneira de trabalhar as emoções das personagens e de retratá-las ao leitor, mas também em revelar toda a severidade da vida de Mabel e Jack, que, aos poucos, vai se tornando mais adaptável e acolhedora.

A curiosidade pela origem da menina e a incerteza sobre sua realidade certamente foram um dos motivadores de minha leitura. Porém, aos poucos, fui muito mais atraída pela relação entre Mabel e Jack e de ambos com a menina do que pelo mistério em si que a envolve. A partir de determinado momento, não mais me importava entendê-lo, mas simplesmente acompanhar a história criada a partir de sua aparição. Me envolvi com as personagens, senti compaixão por suas histórias e adorei poder acompanhar o desenrolar de cada uma delas.



“A menina conhecia a floresta e seus atalhos. Ela encontrava comida e abrigo. Não era só disso que uma criança precisava? Mabel diria que não. Diria que a menina precisava de calor e afeto e de alguém para cuidar dela, mas Jack ficou imaginando se isso tinha ou não mais a ver com os desejos da mulher do que com as necessidades da criança.”

página 105



Eowyn Ivey se baseou em diferentes contos na criação de A Menina da Neve, todos citados não apenas em seus agradecimentos, mas também por meio de quotes na apresentação de cada uma das três partes que dividem a história, bem como durante a própria trama, em um dos livros de contos de fadas de Mabel. Assim, o toque de fantasia que tempera a obra foi ainda mais intensificado por esse detalhe.

A Menina da Neve não foi uma obra capaz de me levar às lágrimas ou de me proporcionar um frenético virar de páginas; ao contrário, foi uma leitura delicada, ao mesmo tempo mágica e real, terna e melancólica, que retrata, acima de tudo, dificuldades às quais qualquer um de nós pode estar submetido durante nossas próprias vidas.

site: http://minhavidaliteraria.com.br/2015/11/10/resenha-a-menina-da-neve-eowyn-ivey/
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EuVocê&oslivros 08/11/2015

Misterioso e envolvente
Dizem que se realmente desejarmos algo com todo o nosso coração, o impossível pode acontecer e virar realidade, será isso verdade? O livro conta a história de um casal, Jack e Mabel, que após a perda de um bebê que eles tanto sonhavam, se fecharam para o mundo ao redor e se retraíram a uma solidão a dois.
Fugindo do passado e da tristeza de não poderem ter filhos, ambos resolvem tentar continuar a vida no frio e mágico Alasca. Eles só não imaginavam que a temperatura poderia afastar também um do outro. Estavam cada dia mais distantes e os problemas no pacato e isolado lugar começaram a aparecer de forma desastrosa com a chegada da primeira grande nevasca que eles presenciaram.
Felizmente o casal encontrou os melhores vizinhos que poderiam imaginar, a singular Esther e seu querido marido George, juntamente com o seus filhos mais velhos e o corajoso filho mais novo Garrett. Eles foram essências e responsáveis pela sobrevivência de ambos no afastado lugar.
Apesar das diferenças e da falta de diálogo que os consumiam em diversas situações, os dois se amavam e ainda se sentiam atraídos um pelo outro, e foi em um momento de jovialidade de ambos que algo muito incomum ocorrera. A neve os envolveu em sua mágica sensação, e enquanto eles brincavam um com o outro em uma determinada noite de inverno, tiveram a ideia de fazer um boneco de neve, melhor dizendo uma menina de neve.
É então que começa todo o mistério que envolve o livro e nos envolve também. Jack e Mabel criaram a menina e Jack com mãos habilidosas desenhara traços delicados em seu rosto. E lá estava ela, perfeita. Foi no outro dia quando acordaram que repararam no fato incomum, a menina de neve sumira juntamente com seus acessórios.
O estranho foi que desde então passaram a perceber a presença de uma garotinha para lá de ímpar que corria com uma maestria única pela floresta com sua raposa. Seus cabelos loiros quase brancos, seus traços delicados iguais aos que Jack desenhara, agora vestida com os acessórios da menina de neve que eles criaram.
Eles se aproximaram da garotinha, a acolheram e se apegaram a ela como se ela fosse filha, apesar de diversas atitudes que faria qualquer um questionar sua existência. Mas seria ela real? Por que ninguém conseguia ver a menina? Por que seus amigos achavam que o casal pegara a famosa febre da cabana? Estavam eles delirando? Será que de tanto quererem algo eles ficaram loucos e começaram a imaginar coisas? Será que contos de fadas realmente existiam? Será que a menina da neve era um delírio? Confira um livro que está encantando e envolvendo todos os leitores com seus mistérios, A Menina da Neve.
Comentários:
O livro é fascinante, todo o mistério me envolveu do começo ao fim, e era difícil distinguir se aquilo tudo não passava de uma loucura ou se eu também passei a acreditar fielmente junto com eles, será que eu também fiquei louca?! As vezes achava que se tratava de um livro sombrio e sem final feliz, outras que se misturava a um conto de fadas. Mas a verdade é que por muitas vezes a história foi bem real para mim, e isso graças a escrita da Eowyn Ivey que foi fabulosa.
Ao contrário de algumas resenhas que li antes de terminar o livro, não achei a história confusa ou não fluida, terminei até que muito rápido, adoro mistério e fiquei bastante instigada por toda essa magia louca. É bacana também saber que ele foi inspirado em uma fábula russa, um livro que além de conter uma história incrível ainda nos presenteia com um pouco de cultura local. Sem contar com a descrição sobre o Alasca, fantástico.
Amei do início ao fim, me encantei por todos os personagens, cada um com suas dores, medos e frustrações. Obvio, Faina é encantadora não tem como ninguém questionar a dramatização envolvida na personagem. E a diagramação da Editora Novo Conceito mais uma vez merece nota 10, acertando sempre com escolhas certas para a fonte e nos pequenos detalhes impressos no livro.
Acho que todos que curtem os gêneros de drama, mistério e fantasia gostarão dessa leitura.
Beijos e acessem: www.euvoceeoslivros.com


site: www.euvoceeoslivros.com
Roseane 08/11/2015minha estante
Gostei muito da sua resenha. Quero ler tb.


Alde 07/04/2019minha estante
Parabéns pela excelente resenha, estou lendo o livro, foi ofertado por uma amiga em um encontro de um projeto (Mala da Leitura), confesso que ao ler algumas resenhas fiquei desanimada, mas a sua abriu o apetite para devorar este livro. Parabéns!!!




Biia Rozante | @atitudeliteraria 03/11/2015

Surpreendente e Lindo
Existem histórias que chegam ao coração nos deixando emocionados. Mas existem aquelas que vão além, que tomam tudo, que alcançam coração e alma e que podem ser chamadas de extraordinárias. E é assim que A MENINA DA NEVE é para mim, uma obra surpreendente, emocionante e alucinante, com um poder de envolver, viciar e nos deixar arrepiados.

Divido em três partes, com uma escrita densa, porém fluida, intensa, original e detalhada, Eowyn nos transporta para o meio do Alasca selvagem, onde o frio é congelante, os animais fonte de alimento e sobrevivência, e o futuro incerto. Com um enredo cheio de suspense, mistério, drama e muito amor, somos envolvidos e sugados de maneira a não conseguir largar o livro enquanto não ler cada página, e quando o fim aparece, nossa única vontade é de abrir o livro e ler novamente por medo de ter deixado algum detalhe para trás, necessitando apenas de uma desculpa para voltar a se apaixonar por esta obra rica outra vez.

Mabel e Jack são um casal que ao tentar lidar com a perda do filho e recomeçar se mudam para o Alasca com a promessa de terras férteis e abundancia. Eles estão apenas tentando sobreviver, lidar com um dia após o outro com medo de que não possuam forças o suficiente para seguir em frente. Eles não possuem quase nada, em alguns momentos você consegue enxergar o quanto chegam a parecer miseráveis e ainda assim, não é a situação financeira em que eles vivem que mais corrói e nos deixa dilacerados e sim o modo como a cada dia eles estão se perdendo mais e mais. Perdendo-se em si mesmos, perdendo a fé, a esperança, as forças, o modo como estão quebrados e entregues a melancolia e ao invés de, lidarem juntos para superar e recomeçar, estão cada vez mais separados e solitários.

Mabel me conquistou em um piscar de olhos. Ela é uma mulher guerreira, que mesmo diante de toda dor e amargura é doce e determinada. Um ser muitas vezes frágil, mas com um coração que só quer ser preenchido por amor, que apenas necessita de uma chance para se permitir desabrochar e reencontrar o caminho de volta a fé e a felicidade.

Jack é tão focado. Um homem que carrega sobre os ombros um fardo pesado, muita culpa e responsabilidades, que está pisando em ovos ao lado de sua esposa por não saber como chegar até ela novamente, que teme não ser capaz de fazer sua mulher feliz outra vez, que teme não ser capaz de dar a ela o mínimo necessário para sobrevivência, que trabalha até a exaustão, com um coração generoso e bondoso, um homem que só precisa de um pouquinho de atenção e carinho.

Como puderam notar a história foca principalmente no casal protagonista. Eles são casados, já com certa idade e que após perderem o filho decidiram que seria melhor se mudar e viver longe de tudo que os lembrassem de crianças e família. Só que, com essa mudança e o peso da perda, Mabel e Jack também acabaram mudando. A vitalidade, alegria e união do casal passou a se desmanchar, os deixando mais solitários, distantes e com pesos grandes demais para carregarem. Durante a leitura em muitos momentos você apenas pensa: - Por que não conversam? Por que simplesmente não assumem como estão machucados e necessitando do apoio um do outro? Por que não se olham? E sabe, quem sou eu para julgar ou menosprezar a dor e as dificuldades que eles estão enfrentando?
(...)Nunca sabemos o que vai acontecer, não é mesmo? A vida sempre nos joga para um lado e para o outro. É uma aventura não saber onde você acabará e como pagará sua passagem. É tudo como um mistério e, se dissermos o contrário, estamos mentindo para nós mesmos...
Então, a primeira nevasca daquele ano cai. Mesmo com todos os conflitos e dificuldades que eles estão enfrentando, em um ataque de meninice Mabel atira uma bola de neve em Jack, e como adolescente eles brincam e sorriem e por fim, com muita vontade, amor e sonhos juntos constroem uma boneca de neve. No dia seguinte o boneco que com muito amor construíram e que lhe permitiu em muitos anos terem um momento de felicidade juntos desapareceu. Até ai tudo bem, poderia ter sido qualquer animal selvagem da região, só que então, uma menininha loirinha, aparece correndo pela floresta ao lado de uma raposa vermelha os deixando curiosos, esperançosos e assustados. Faina é o nome da garotinha, ela é cercada por mistérios e fatos muitas vezes inexplicáveis, com muitos segredos e uma determinação invejável, essa menininha surge na hora que quer e desaparece da mesma maneira.

A chegada dessa menininha marca completamente uma nova etapa na vida deste casal, ao longo de cada capítulo somos capazes de observar as mudanças, a maneira como a pequenina passa a ajudar ainda que sutilmente na sobrevivência, na forma como ela os ajuda a voltar a se olharem, se ajudarem, se amarem, o modo como ela devolve a alegria, a esperança, os sonhos. Ela chega para romper barreiras, proteger, devolver o amor e a união. E em determinado ponto você já não se importa mais em saber se é ilusão ou verdade, você está tão absorto pela trama que acredita no que eles acreditam. Até que...
- Sei que parece implausível, mas não está vendo? – disse ela. – Nós a queríamos, nós a fizemos com amor e esperança, e ela veio até nós. Ela é nossa menininha, e não sei direito como, mas ela foi feita neste lugar, com esta neve, com este frio. Você não acredita?
O que é real? O que é ilusão? O que é fantasia?

Um mistério paira sobre cada página, emoções entram em conflitos e a cada novo capítulo você sente seu coração acelerando desejando saber o que está por vir. Tentando desvendar os segredos, querendo encontrar a solução, a verdade e torcendo para que tudo termine bem.

O que posso dizer... SURPREENDENTE. O final me deixou feliz, tomou um rumo pelo qual jamais imaginei, não vou dizer que foi exatamente como eu esperava porque estaria mentindo, fiquei chocada, dilacerada, emocionada e de queixo caído, ainda que tenha desejado poder ter duas páginas a mais, o que a autora nos deu me deixou satisfeita.
Não era necessário entender os milagres para acreditar neles, e na verdade Mabel chegou a suspeitar do oposto. Para acreditar talvez você tenha de parar de procurar explicações e segurar a coisinha em sua mão o máximo possível antes que ela escorresse feito água entre seus dedos.
Não quero revelar muito, dar spoiler ou dizer algo que comprometa sua leitura, mas digo que vale muito a pena. Tornou-se um dos meus favoritos, uma leitura que levarei para sempre no coração. Pelas reflexões que me permitiu fazer, pelos ensinamentos e valores, pela capacidade de me surpreender, viciar e me apaixonar. Uma leitura valiosa.


site: http://letraselivros2.blogspot.com.br/2015/11/resenha-menina-da-neve-eowyn-ivey.html
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Silvana 03/11/2015

1920. Jack e Mabel, cansados dos olhares de pena dos vizinhos por não terem filhos, tomam a decisão de mudar para um lugar onde esses olhares não machucam. Um lugar afastado de todos, eles vão para o Alasca. Mas o que parecia ser uma solução para seus problemas, só agravou a solidão deles. O lugar é isolado, com um inverno rigoroso, onde o frio e a escuridão impera. E o trabalho é muito árduo. Eles estão cada vez mais distantes e tudo o que Mabel faz, parece lembrar que falta a presença de uma criança com eles. Então ela toma a decisão de tirar sua vida. Para não deixar Jack mal visto pelos outros, ela decide simular um acidente, indo até o rio em um local que ela sabe que o gelo é muito fino. Mas nem isso parece cooperar. Ela atravessa o rio e volta e o gelo continua no lugar.

Jack apoiou sua esposa quando ela quis se mudar, mas as coisas estão cada vez mais difíceis e ele não sabe até quando vão conseguir aguentar, se continuar desse jeito, eles terão que voltar. O serviço é difícil para alguém de sua idade e ele não sabe se vão conseguir sobreviver até a próxima colheita. Então quando um morador ali de perto, oferece ajuda com a plantação, ele aceita. Mabel não gosta nada dessa história porque o combinado era eles ficarem sozinhos. Mas eles acabam passando o dia de ação de graças com os vizinhos, que sugere que Jack mate um alce, assim eles sobreviverão ao inverno. No dia seguinte, a neve tomou conta do lugar e Mabel num impulso começa a construir um boneco de neve. Jack ajuda e em vez de um boneco, eles acabam construindo uma menina. Até luvas e um cachecol vermelho, eles colocam nela.

Durante a noite, Jack acorda e olha pela janela e tem a impressão de ver uma menina correndo entre as árvores. Ele sai lá fora e percebe que o boneco de neve sumiu, inclusive as luvas e o cachecol. Mas o mais curioso, são as pegadas pequenas humanas perto do local em que estava o boneco. No dia seguinte ele resolve seguir as pegadas e acaba encontrando pegadas de raposa perto das outras, mas não encontra nada. Mabel também vê a menina e parece que a raposa está junto com ela. Jack até acaba matando um alce enorme e tem certeza que a menina ajudou ele a encontrar o alce. A menina começa a aparecer com mais frequência e eles começam a duvidar de sua sanidade, afinal como um boneco de neve criou vida e se transformou em seu maior desejo? As visitas da menina cada vez mais frequentes, trazem alegria para suas vidas. Mas até quando isso irá durar? Essa alegria toda irá acabar juntamente com o inverno?

"Era fantástico e impossível, mas Mabel sabia que era real — ela e Jack a tinham feito com neve e galhos e capim congelado. A verdade a impressionou. A criança não apenas era um milagre, como também era criação deles. E ninguém cria vida e a abandona."

A menina da neve é uma história baseada em um conto de fadas russo. Nele, um casal de velhos que não podem ter filhos, faz uma menina de neve e no dia seguinte ela cria vida. Essa é a base do conto, mas o final dele tem várias versões. Não vou contar aqui para não dar spoiler. Eu solicitei esse livro para resenha, mas na verdade não esperava nada dele. É tão bom quando fazemos isso, porque a história tem a chance de nos surpreender. E foi o que aconteceu aqui. A menina da neve é uma história linda, de amor e fantasia, uma história onde o desejo se torna realidade, como mágica. A autora começou tão de mansinho e quando percebi estava completamente envolvida no história. Me perguntava a todo momento se aquilo era real, se estava realmente acontecendo ou se era tudo loucura dos protagonistas. E era tudo tão lindo que eu quero acreditar que era tudo real.

Os personagens são únicos e não tem como não torcer por eles. Mabel não tinha me agradado muito no inicio, mas conforme fui entendendo sua dor, passei a gostar dela e torcer para que tudo aquilo estivesse mesmo acontecendo. Jack ao contrário, já me ganhou logo no inicio. Mesmo ele sendo passivo em alguns momentos, achei linda a atitude dele em ser solidário a Mabel. Garrett, o filho mais novo dos vizinhos, também me ganhou com sua bondade e disposição para ajudar. E Faina, a menina da neve, é a garota misteriosa e arredia, que confunde e atrai. O final deixou meu coração apertado, mesmo já espetando que aquilo fosse acontecer. Enfim, é uma história linda e mágica que indico a todos que gostam de um bom conto de fadas. Mas os reais, não as versões romantizadas da Disney.

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Mari 03/11/2015

"Achei que tinha visto algo - disse Jack. - Mas eram apenas meus olhos cansados me enganando."

Quem aí acompanha as redes sociais da Novo Conceito ficou, sem dúvidas, louco para ter em mãos o marcador de A Menina da Neve, e, claro, ficou curioso para conferir a história. Eu não conhecia Eowyn Ivey e seu livro, mas assim que ele chegou para mim, foi inevitável passar na frente das outras leituras.

"- Sempre em frente!"

Mabel e Jack se mudaram para o Alasca em busca de uma vida tranquila, sem parentes fazendo cobranças e crianças correndo e gritando pela casa nas datas comemorativas. Não é que eles não gostem de crianças ou da família, mas as lembranças que eles trazem de como os dois não conseguiram ter a vida de casal que queriam. No Alasca eles não possuem amigos, vizinhos para conversar ou alguém próximo suficiente para desabafar. E por escolha própria. Os dois concordaram que poderiam se dedicar mais a cada um, tornar seus laços mais fortes, se estivessem mais isolados. Mabel mente para si mesma ao tentar dizer que é essa a vida que eles queriam e Jack mal consegue conversar com a esposa por não aguentar a situação. Os dois sabem que falta algo, mas o orgulho misturado com a vergonha os impede de admitir.

"Faina? Faina? Onde está você?"

A escrita misteriosa, madura e poética da autora foi a primeira coisa que me chamou atenção. Fazia um tempo que eu não lia um livro com a narrativa em terceira pessoa e gostei logo de cara, já que acredito que os livros com essa narrativa tem mais liberdade em apresentar detalhes e envolver mais personagens na história. Dividindo o livro em três partes, a autora começa o livro apresentando os sentimentos mais profundos de seus protagonistas e nos permite saber o que tanto os aflige de maneira calma. Na segunda parte do livro as coisas pareceram acontecer de repente e na última a história volta a ser calma e profunda. A leitura não mantém o mesmo ritmo, devo dizer, e isso possui um lado bom, que é a quantidade de emoções que a mesma traz, e um lado ruim, que é a perda de empolgação em alguns momentos.

Apesar de ter lido as primeiras 100 páginas do livro bem rápido (li os primeiros 5 capítulos no caminho para a faculdade e as outras 50 páginas em um tempo livre), me impressionei de não ter sentindo que havia lido tanto. Primeiro porque essas 100 páginas nos fazem viajar para o Alasca, conhecer alguns de seus habitantes e sua cultura e dificuldades, mas até então, nada realmente aconteceu. Nas primeiras páginas da segunda parte a história avança e, então, depois de páginas de leitura bem rápida, coisas inesperadas acontecem, a história traz emoção e depois volta a tranquilidade na leitura.

"- Ela não entende que a amamos?"

[...] LEIA A RESENHA COMPLETA EM: http://www.magialiteraria.net/2015/10/resenha-menina-da-neve-eowyn-ivey.html

Uma história bonita e tocante é o que faz de A Menina da Neve um livro especial. Eowyn Ivey nos leva ao Alasca para descobrirmos os mistérios que uma menina cheia de segredos trará para a vida de um casal comum. Gostei muito da leitura e, apesar dos poucos altos e baixos na história, o enredo não deixa a desejar.
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