Karen Silva 06/06/2016Quanto é infinito mais um?Bonnie Ray é uma cantora famosa que, apesar de sua origem humilde, escalou o seu caminho para o sucesso rapidamente e ganhou seu lugar na indústria de música Country. Apesar de toda a fama e glamour, Bonnie é infeliz e insatisfeita com sua vida e com as escolhas que lhe foram tiradas. E decide acabar com isso de uma vez por todas.
Infinity ou Finn Clyde é um jovem gênio que teve o que poderia ter sido um futuro brilhante interrompido por um erro. E ele carrega as marcas disso durante anos, algumas mais profundas do que pode-se imaginar. Sua juventude difícil o tornou um homem cético e desconfiado. E no momento que a encontra, suas almas se reconhecem como se fossem uma parte da outra. Um encontro inesperado, um herói improvável e suas vidas irão mudar para sempre.
"Somos Bonnie e Clyde! Procurados e indesejados. Enjaulados e encurralados. Estamos perdidos e estamos sozinhos. Somos uma grande piada."
Já quero começar professando o meu amor eterno pelo nome dos personagens e o jogo que a autora fez com eles. Bonnie e Clyde, o trágico casal conhecido por todos os EUA. Quais seriam as chances de duas pessoas com o mesmo nome desses dois se encontrarem? Amy Harmon fez isso acontecer! E eu amei cada página! ?
"Talvez eu pare de procurar o real, agora que encontrei o infinito."
A Bonnie, apesar de ferida, logo de início se mostra alguém especial, única, e fez com que eu quisesse guardá-la num potinho e cuidar para sempre. E o Infinity (Cara, como eu amo esse nome - amo, amo, amo! A Amy não só criou um personagem profundo, sensível e apaixonante, ela decidiu nomeá-lo Infinito, o que faz todo sentido durante a trama e o torna ainda mais especial) é aquele personagem complexo, sempre perdido em sua própria mente e, nesse caso, nos números.
"Não éramos tão diferentes, Finn e eu. Prisões vêm em muitas cores e formas diferentes."
Eles são aquele casal nada a ver, mas que tem tudo a ver e se completam de uma forma linda. Finn, o cara que acredita que os números podem explicar tudo, e Bonnie, a sonhadora que acredita em destino. E a união dos dois constrói um livro repleto de discussões calorosas e profundas sobre a vida, as pessoas e o universo.
"Então o que você está me dizendo é que, juntos, somos perfeitos e intocáveis."
O encontro deles é repleto de coincidências improváveis e essa coincidências mostram que eles são bem mais parecidos do que pensam a princípio. E você não pode evitar morrer de amores e cair naquele shippe desde a primeira conversa.
"Infinito mais um é igual a dois, viu só? Eu e você."
Foi tão fácil me apaixonar pelos personagens desse livro, como cair no sono. Eles têm algo tão cruamente humano que fica impossível não nos identificarmos. E não apenas os protagonistas, cada pessoa que passou pelo livro deixou um legado. Cada pequena participação o tornou um pouquinho mais especial.
"E, muitas vezes, parece que a esperança é a única coisa que a maioria das pessoas tem."
Além do romance, um foco importante no livro é a exploração que a Bonnie sofre desde muito jovem pela avó e como isso afetou o psicológico dela. É um assunto sério, que levou vários artistas a caminhos trágicos e uma ótima reflexão para a indústria artística.
A Amy, como sempre, escreveu esse livro com uma delicadeza e sensibilidade incríveis que até hoje só encontrei nela. Não deixando o drama ser sufocante, utilizando humor e colocando várias surpresas no caminho dos personagens. Ela construiu uma história inverossímil com seus personagens bem construídos que vão te cativando a cada capítulo.
"A curva é apenas o conjunto de muitas linhas retas, infinitamente curtas."
Infinito + Um é um livro sobre curar feridas,seguir em frente e auto descoberta. Sobre se esforçar para ser alguém melhor todos os dias e mais atento ao gque está ao nosso redor. Apaixonante, emocionante e inspirador, esse livro é como um show de technicolor num céu negro.
Minha considerações finais: Eu acredito em Bonnie e Clyde!