Kennia Santos | @LendoDePijamas 12/12/2015“Infinito mais um é igual a dois, viu só? Eu e você.”Esse livro foi feito pra mim, simples assim.
Afinal, a história tem um homem loiro, música e matemática, e eu estou apaixonada por ela ponto final.
Deixo bem claro que, quem não tem uma quedinha pelos termos citados acima, talvez não ache o livro tão bom assim, porque, Amy Harmon é genial em criar enredos, porém é péssima em explanar os fatores que os diferenciam dos demais. E a narrativa é uma confusão entre primeira pessoa com uma gotinha de parágrafos em terceira, deixando algumas cenas (principalmente as iniciais) complicadas de serem discernidas.
Chega de comentários negativos, né?
Bonnie Rae Shelby é uma estrela country de grande sucesso e reconhecimento, porém, quer morrer.
Infinity James Clyde é um desconhecido, com um passado bastante conturbado envolvendo perdas de abandonos.
Será que o encontro desses dois seres será forte o suficiente para mantê-los juntos?
A primeira coisa que me deixou feliz com o livro: a fidelidade ao título e a sinopse, a total ligação da capa com a história. ‘Infinito + um’ é um termo que é investigado com o decorrer da história, com diversas tentativas de resolução. Afinal, o que é o infinito? Um número? Um destino? Um lugar?
(...) Mas ninguém discute com o infinito. A gente apenas aceita o que está além da visualização. (pg.123)
E claro, como, ao começar a ler esse livro, não querer conhecer um pouco a história dos legítimos Bonnie e Clyde? Pra quem não sabe, os legítimos Bonnie Parker e Clyde Barrow foram um casal de jovens impulsivos que ficaram famosos por uma série de assaltos pelo interior dos Estados Unidos no início da década de trinta. Viveram em fuga pelas estradas americanas durante mais de 3 anos, com ampla cobertura de imprensa. O caso de amor e crime só teve fim quando o casal foi morto dentro de um carro com mais de 100 tiros disparados sobre o veículo. O que mais me impressiona? A forma como a Amy Harmon REESCREVE essa história, torna a abordagem diferente. Pois pra maioria, os verdadeiros Bonnie e Clyde foi apenas um casal fora da lei que teve o que mereceu perante seus atos. Mas, depois de ler esse livro, conhecer a história com detalhes, percebe-se que não foi só isso. O lado bonito de uma história trágica de amor? Talvez. Mas a Amy mostra que, apesar de violar leis e criminalizar áreas, quando se têm alguém, o sentimento sendo mútuo, as almas se tornam uma só, independente de diferenças, conceitos.
Agora, falando sobre Bonnie Shelby e Infinity James (os personagens do livro), é linda, esplêndida a forma como eles começam a se conhecer, descobrindo que têm mais em comum do que imaginam, e com o decorrer dos fatos descobrem que ambos estão em busca de algo que é impossível nomear. Felicidade? Estabilidade? Paz? Os três? Eis a questão. É possível acompanhar desde os pequenos sorrisos até os gestos mais atenciosos, é maravilhoso o jeito como ambos se encaixam, se completam.
A Bonnie, apesar de ser famosa e parecer metida, é uma garota cheia de si, engraçada, atrapalhada, hospitaleira e bondosa. Diz o que dá na telha, é impulsiva, desencanada e muito sagaz. Utiliza a música como canal de emoção, uma tentativa de expressar através do som o que não pode ser resumido em palavras. Clyde, por baixo de todo o mistério, é um dos personagens mais apaixonantes que já conheci, gênio em matemática e em relacionar números e fórmulas em situações cotidianas, protetor, controlado, forte e enigmático. Ambos com o passado conturbado e mentes perdidas, juntos conseguem encontrar um vestígio de luz e juntos, caminharem até ela.
Não houveram personagens adjacentes, pois a história gira em torno do casal, apenas um ou outro personagem que aparece para complementar a rotina, ou melhorar a descrição da história, diversificar o enredo.
O que posso descrever desse enredo maravilhoso é isso, uma história que traz ao leitor ondas de esperança, alegria e paz. Claro, algumas pessoas não irão gostar devido aos defeitos que citei no início que são relevantes, mas pra mim não contou porque, apesar de eu ser bastante perfeccionista e exigente, essa história foi como um espelho pra mim, repleto de reflexão e aprendizado. É basicamente a junção de três coisas que eu AMO DEMAIS e me acompanharam em fases dificílimas da minha vida pessoal, e não tem como classificá-lo inferior aos outros. Porque não foi somente nos meus conceitos que tocou.
Foi na minha alma.