Retalhos e Prefácios 24/01/2019
"Louco é o outro"
Gosto e sempre gostei da forma como ela escreve. No entanto, nem sempre concordo com argumentos que ela usa para abordar determinados assuntos. Porém, o assunto hoje não é esse.
Resolvi ler seu novo livro pelo título. Apenas. Não li a sinopse, não li indicações, resenhas, nada! Fui simplesmente pelo título. Arriscado, né? Eu sei. Mas foi assim!
A forma com que Tati escreve é bastante conhecida já... E nesse livro não foi diferente em muitos pontos: A escrita informal, com ares de um bate-papo na mesa daquele boteco que a gente adora, o humor ácido e, ainda assim, que sempre passa uma sinceridade, uma verdade que faz com que a gente se pergunte o que tem de ficção e o que tem de experiências vivenciadas por ela...
Vi em uma entrevista, que o livro é "autobiográfico, com alguns exageros", pra dar um bom tom, imagino. E ela conseguiu.
Me identifiquei em cada crise, cada neura, paranoia, medo, angústia, desistência, enfrentamento com o coração em ponto de ter um ataque e a mente em turbilhão.
"É como se minha mente fosse uma chaleira e, de repente, apitasse antes de derramar. O caldeirão uma hora ferve, entende?"
Tati conseguiu descrever situação que são pesadas, tristes e muito difíceis, com seu bom humor presente nos momentos adequados, tornando assim, tudo mais leve.
"Achei que era amor e era Rivotril!"
Não trata-se, nem de longe, de um dramalhão. Se você não faz ideia do que é sofrer de ansiedade, não se preocupe. Leia e delicie-se com a escrita da autora. Se você sabe exatamente do que ela está falando, leia também. Sinta-se representado. Sinta-se abraçado. Sinta que não está sozinho nesse barco!
"Então repete comigo: "louco é o outro".
Foi assim que me senti. Fechei o livro com vontade de abraçar a autora e dizer apenas: "Eu sei!"
site: Instagram: @aquelaepifania