Mar 30/12/2021
É preciso imaginar Sísifo feliz
Bom, quem sou eu para criticar livro de filosofia, ou filosofia como um todo. Baseio qualquer opinião portanto na minha experiência técnica com como Camus posa sua filosofia.
No geral, Camus é dado à referências e preâmbulos. Depende demais de que quem lê possua conhecimento de outros autores (sim, no masculino) assim como outras filosofias, a própria filosofia do absurdo parecendo muito reacionária à outras ideias - essa parte natural, claro.
Além disso, há uma relação complexa e pouco definida com Deus, deuses e religião no geral. Camus afirma que não parte da pretenção de desmentir a existência de um deus, e de fato não o faz, mas ainda assim toda sua filosofia depende de reagir à possibilidade (ou a não-possibilidade) de uma eternidade divina. Seria, pessoalmente, mais interessante ver o absurdo como o abismo de conhecimento humano, sem necessitar tanto de deus(es) não apenas para comparação mas também definição.
É isso. Não apresentarei pontos fortes nem nada porque é Camus. Filosofia não parte do princípio de ser boa ou ruim, apenas apresentar formas de ver o mundo, né? Então essa é minha deixada de discussão singela pós leitura.