A cidade sitiada

A cidade sitiada Clarice Lispector




Resenhas - A Cidade Sitiada


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Amanda 25/07/2023

Complexo, mas tedioso
Não venho aqui falar sobre a qualidade do livro e seu valor como uma obra literária. De fato, é possível perceber que é um livro complexo e cheio de significados e uma história que, na verdade, é contada pelas entrelinhas. Contudo, não é um livro fácil de ler (pelo menos, para mim não foi). Se eu tivesse lido ele com calma e com "gosto" , talvez eu pudesse discorrer sobre seus valores como um produto artísitco; mas não foi isso que aconteceu. Só posso dizer que, pessoalmente, foi uma leitura tediosa e arrastada. Foi meu primeiro livro de Claruce Lispector, então não posso fazer comparações com outros da autora, mas espero que futuramente possa ler outro livro dela e realmente aproveitar a leitura (apesar de não ser muito acostumada a literatura nacional mais antiga).
João Pedro 21/12/2023minha estante
Oi, Amanda! Realmente esse parece ser um dos livros mais difíceis de Clarice Lispector. Que infelicidade você ter começado a ler a obra da autora por ele. Te indico ler ?A hora da estrela? como um próximo passo para ler Clarice. É um romance bem menos complexo de compreender do que ?A cidade sitiada?. Abraço!




LivrosdaAri 15/07/2023

O livro mais dificil que eu li da Clarice até agora...
Até o momento eu já li 7 livros da Clarice e todos eles eu avaliei com 5 estrelas, alguns viraram favoritos da vida. Porém esse livro não mexeu muito comigo ao ponto de avaliá-lo com 5 estrelas.

Esse livro fala sobre Lucrécia, uma jovem que mora no subúrbio em São Geraldo, uma cidade literalmente sitiada.

Ela vive em busca de um marido, para que possa sair dessa cidade e conhecer o mundo, digamos que um dos medos de Lucrécia e viver a mesma vida de sua mãe, ao decorrer da história aparecem 4 personagens homens no qual todos eles têm grande influência na vida dela, porém devido ao interesse Lucrécia se casa com Matheus, ela se julga feliz ao lado dele, mas te pergunto dinheiro traz a verdadeira felicidade?

Os 12 capítulos dos livros são marcados de fluxo de consciência onde foi preciso eu voltar “muitas vezes” o mesmo capítulo para que eu pudesse entender, logo de imediato eu a comparei com Macabéa personagem do livro “ A hora da estrela” pois além de se apresentar com uma certa solidão, ela é apenas o que ela vê, como um cavalo com sua viseira.

Eu costumo me encontrar nos livros da Clarice, porém tive muita dificuldade com esse livro e não consegui me conectar com a personagem.
Não é atoa que esse é um dos livros menos vendido dela, ela encontrou dificuldade até mesmo para ser publicado, as próprias editoras já falavam que muitas pessoas não iriam gostar dos livros.
CURIOSIDADE: Após finalizar o último capítulo desse livro, Clarice foi para o hospital dar à luz ao seu primeiro filho Pedro.
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sasa 11/07/2023

Misericórdia, que personagem chatinha. Clarice, eu te amo, mas por favor, que livro é esse? Eu gostei bastante de alguns aspectos abordados e como a história foi construída e apresentada, mas socorro.
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marisof 25/06/2023

Desafiador
"A cidade sitiada" narra a história de Lucrécia Neves, uma moradora de uma pequena cidade interiorana - São Geraldo, o nome da cidade - que sonha em desbravar o mundo e mudar-se para uma metrópole; ela o faz, arrepende-se por não se adequar à meticulosa vida estrangeira e, quando volta ao seu local de origem, percebe que também havia se tornado uma estrangeira lá, tamanhas as mudanças sofridas por ambas, São Geraldo e Lucrécia.
Apesar da premissa simples, nada de simples possui a construção literária desse livro, o melhor adjetivo dado a ele é "desafiador" por um motivo. Clarice mesmo o considerava difícil: em 1971 recomendou que um entrevistador lesse caso conseguisse, tamanha a complexidade da escrita.
O livro gira em torno do sentimento da personagem principal de ser uma estrangeira aonde está; primeiro, em São Geraldo (a parte mais evidente), esta cidade rural na qual eram observáveis animais de fazenda caminhando pelas ruas, em uma falta de classe jamais atribuída às metrópoles - Lucrécia é, porém, exatamente um dos elementos cruciais que constroem um subúrbio interiorano como este; todo bom interior possui uma menina estúpida, rude e que sonha com uma nova vida em uma insolência por não se sentir integrada aquele lugar e nunca podê-lo - Lucrécia deseja sair de lá pois não consegue, apesar das tentativas, sentir-se parte do todo, a frase "De novo ela imitada mal S. Geraldo" revela as incontáveis tentativas da garota de ser também um mecanismo da cidade. "[...] a cidade era uma fortaleza inconquistável! E ela procurando ao menos imitar o que via: as coisas estavam como ali! e al! Mas era preciso repeti-las. A moça tentava repetir com os olhos o que via, tal seria ainda o único modo de se apoderar".
Em um segundo momento, quando finalmente Lucrécia muda-se para a cidade grande após casar-se, em meio àquela capital e seus rituais baseados em conveniências os quais fazem com que a sociedade progrida falsamente casta e baseada em engrenagens totalmente e visivelmente manipuladas, a moça percebe que "domou" sua própria e verdadeira natureza para que se encaixasse nessa vida, e isso, tendo em vista sua (estúpida) obstinação de quando era selvagem, a incomoda e faz com que volte ao local de nascença. A cidadezinha, porém, avançou economicamente e Lucrécia não mais a reconhece.
No terceiro momento, é quando a personagem precisa, digamos, voltar ao seu estado de natureza, o qual é sincronizado com o da cidade: um espírito rígido, mecânico e alienado no sentido da falta de reflexões mais profundas que "bibelôs, e de certa forma cético, porém, sobretudo, feliz; São Geraldo era uma cidade entorpecida.
Um paralelo muitíssimo interessante feito por Clarice nessa obra é entre Lucrécia Neves e os cavalos de São Geraldo. "Estes [a moça e os equinos], agora despercebidos pelo hábito, eram também a força sorrateira sobre São Geraldo.".

Chega a ser meio trágica a vontade da moça de se sentir parte de algo, o ódio que ela inicialmente sente pela cidade demonstra uma defesa que dá pena, pois a todo momento sabe-se que o ódio é apenas expressado diante da inalcançabilidade da natureza da cidade para Lucrécia. Em certo momento da história, a menina envolve-se com um militar que não mora em S. Geraldo, e seus sentimentos em relação a ele são descritos como: "Ela o desejara porque ele ra um forasteiro, ela o odiava porque ele era um forasteiro", isto demonstra seu descontentamento e seu espelhamento em relação à sua cidade. Digo descontentamento por não achar palavra melhor, mas o que quero dizer é que ela odiava S. Geraldo porque a colocou sob um pedestal ao não conseguir imita-la; S. Geraldo sempre será inalcançável para ela, por isso a idolatria.
"Mas não havia como sitiá-la. Lucrécia Neves Neves estava dentro da cidade". Apesar da mudança em busca de uma nova vida, era impossível que Lucrécia fugisse de sua natureza "cavalesca", pois nascera para ser apenas mais um bibelô da cidade, mais um simples objeto evidentemente não pensante que, em conjunto com outros de mesma natureza imóvel diante dos suspiros da vida, fazem com que um subúrbio seja um subúrbio.

Por fim, a estupidez lucreciana é esxposta em um trecho do qual gosto muito: "À Lucrécia, os restos de um fausto mal soterrado fascinaram tanto quanto o contínuo ruído daquela cidade". Ela não se empolgara nem um pouco com os ruídos, e ela tampouco sabia o que era um Fausto ou se importaria caso o visse em uma cova mal feita.

"Como um morcego a cidade era cega de dia"
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Patresio.Camilo 18/05/2023

S.Geraldo
Considerado por alguns, um livro de transição de Clarice.
A Cidade Sitiada, conta a mistura de S.Geraldo com a jovem Lucrécia (que não é a Borgia).
O livro parece muito bem planejado, como todos os textos de Clarice que já li.
Com um começo lento, depois um meio rápido e um final novamente lento, a história se concentra em Lucrécia, suas ideias (que lembra um pouco Água Viva), temos uma personagem que foi feita para não se gostar dela.
E tem horas que ela é cansativa e enfadonha.
Mas ela vai crescendo, assim como S.Geraldo, que vai consumindo, Lucrécia, Clarice e o leitor.
Destaque para Perseu, que acaba nos surpreendendo...
E por fim, finalmente um livro da Clarice que li e que não me deu vontade de cortar os pulsos.
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Caloura.Giullia 12/05/2023

Foi o livro da Clarice que menos gostei até o momento. Tem coisas que ela escreve e eu gosto muito por me identificar ou não. A maneira que ela escreve me agrada, mas o enredo não me agradou. Lucrécia levou uma vida pacata do começo ao fim.
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Charleees 28/03/2023

"tudo o que Lucrécia Neves podia conhecer de si mesma estava fora dela: ela via." Nesse romance, Clarice troca o fluxo ativo de consciência pelo OLHAR. As sensações, os pensamentos, as indagações de Lucrécia surge a partir do seu olhar. "As coisas não eram jamais vistas: as pessoas é que viam".
Lucrécia não tinha consciência de si, e nos raros momentos em que se via, "via como um bicho veria uma casa, nenhum pensamento ultrapassando a casa."
"O principal era mesmo não compreender. Nem sequer a própria alegria."
Lucrécia é chamada de alma gêmea de Macabéa (personagem do livro A hora da estrela) ela não possuía as futilidades da imaginação "mas apenas a estreita existência do que via". Seu modo de ver as coisas não era nada expansivo, ela não via nada além da coisa em si, "Eu vejo - era apenas o que se podia dizer." O enredo linear segue os caminhos de Lucrécia pelo subúrbio de S. Geraldo mostrando as inúmeras mudanças que ambos sofrem no decorrer da história. O ápice para o subúrbio depois de várias mudanças, chegada do progresso por meio de fábricas é a chegada de um viaduto, o viaduto Almeida Bastos. Já o ápice para Lucrécia está na carta que ela recebe da mãe chamando-a para a Fazenda em que ela se encontra. O livro termina com uma frase impactante: a viúva mal tinha tempo de arrumar a trouxa e escapar.

* Resenha editada em Julho 2018
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Sabelpimenteel 14/03/2023

Parte meu coração dizer que esse livro não foi dos meus preferidos. Achei a narrativa do livro bem cansativa em alguns momentos e não me conectei em nada com a história como eu sempre costumo me conectar com as obras dessa autora que eu admiro tanto. Talvez em algum outro momento eu poderia ter gostado mais, mas minha experiência nesse momento não foi muito boa.
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Alan161 13/03/2023

Infelizmente esse livro não me agradou muito ?
Gente, eu não recomendo que leiam esse livro. Eu achei a história nada cativante, além disso, por vezes a autora exagera na descrição dos elementos e acaba tornando a leitura cansativa.
Júllia 13/03/2023minha estante
Não tirando o seu crédito, de achar ruim,mas dependendo da época que foi escrita o objetivo,a "linha" é essa mesma, muita descrição


Alan161 13/03/2023minha estante
Na verdade o que mais me chateou nem foi tanto a questão do exagero nas descrições, mas sim a própria história. Em nenhum momento eu consegui me sentir preso no livro, e o final, na minha opinião, foi muito ruim!




Paty Gazza 30/01/2023

Não foi pra mim
Segundo a própria autora, esse é um de seus livros menos gostados pelo público - e eu entendo por quê. A narrativa é bem lenta, o que não seria um problema se os personagens fossem carismáticos ou minimamente interessantes, mas não são. Não consegui me conectar com nenhum deles e sinceramente não me importei com nada que aconteceu, e nem aconteceu tanta coisa assim (só gostei - e muito - do desfecho do Mateus).

No entanto, a qualidade da escrita da Clarice é inegável. A habilidade que ela tem de construir uma cena aparentemente parada e monótona e daí destrinchar todo o universo interno dos personagens é sem igual. Também achei muito interessante o fato de ela traçar, a todo momento, paralelos entre a cidade e a protagonista Lucrécia, como se estivessem interligadas. Sofri um pouco na primeira metade do livro, mas na segunda ele deslanchou mais.
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CAcera3 26/01/2023

Clariceano raiz e a Cidade sitiada ?
Esse livro é bem diferente dos que li de Clarice Lispector até então. Enquanto nos outros temos tudo que há no interior dos personagens, aqui temos uma descrição, até excessiva, do que está ao redor deles. É uma narrativa bastante imagética, que nos dá a atmosfera dos lugares e das pessoas através da descrição pictórica do ambiente.
A personagem principal, Lucrécia Neves, antagoniza a cidade que está em crescimento, modernização. Enquanto São Geraldo segue em direção a se tornar uma grande metrópole, Lucrécia se adere ao subúrbio onde vive e busca a certeza imutável das coisas.
A protagonista aqui busca uma objetificação de si mesma e não no sentido sexual ou social. Ser um objeto de São Geraldo é estar num âmbito seguro. Ela deseja não pensar sobre as coisas, quiçá os sentimentos; quer o neutro, o vazio da mente e suplantar os próprios desejos para que eles não sejam maiores que ela mesma.
Há também uma animalização da personagem principal, algo não incomum nos textos de Clarice, mas que aqui se mostra mais acentuado. É uma metáfora. A ?descavalização? de Lucrécia pode ser um dos objetivos da trama. O sentido animal está ligado a cidade, que por sua vez se liga a Lucrécia. Inclusive o título nos diz muito sobre o livro. ?Sitiada?: esse adjetivo permeia a história inteira e ?cidade? é um personagem tanto quanto qualquer outro.
Há uma crítica social bastante impregnada nas atitudes e sensações dos personagens aqui. O final é como sempre arrebatador e é onde essa crítica tem sua nitidez no ápice.
À princípio Lucrécia pode parecer simplesmente uma personagem vazia - em contraponto de Joana em Perto do coração selvagem ou a Virgínia em Os lustre -, mas ela é uma personagem com muitas camadas, complexa num nível alto até para os padrões clariceanos. Mas desvendar (ou tentar) essa personagem assim como outros bem interessantes no romance é algo enriquecedor e que recompensa o leitor. Sua narrativa hermética, principalmente nos primeiros capítulos, é algo a ser desbravado.

Instagram @maecomlivros
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joaoderstand 18/01/2023

O livro mais difícil de Clarice?
A experiência de ler Clarice, pra mim, é aquela exata e mesma sensação de semiconsciência antes de entrar no sono propriamente dito.
Aquele estado de suspensão da realidade no breve (?) cochilo que você nem sabe que tá tirando, mas que, por esse momento alheio aos limites do tempo, TUDO faz sentido!
Essa sensação suplanta a razão e se torna uma coisa só, numa epifania tão banal e natural que parece incongruente considerar qualquer realidade fora daquela.
É um estado, porém, extremamente frágil! Um fio de equilíbrio impossível, que vai ser rompido na menor das distrações, e assim, tão subitamente quanto veio, se vai. e você já não se lembra mais de nada, só sabe que esteve ali. Essa certeza que ninguém pode tirar.
Essa certeza é a minha experiência de leitura desse livro
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Thiago.Lucas 15/01/2023

Clarice sempre vai ser minha preferida. Olhar para uma menina parada e entediada e dar a dimensão psicológica que ela consegue não é para qualquer um. Devo dizer, que para quem não está habituado, seus fluxos de consciência podem ser um grande empecilho para leitura (como já foi pra mim) mas conforme você se acostuma não consegue mais parar de lê-la. Essa me toca quando ela descreve um homem sem piedade de si, que não vê a própria força. Suas personagens são femininas, e sempre adapto a narrativa para minha realidade. A personagem masculina me pegou desprevenido e arrancou algumas lágrimas sim.
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