A cidade sitiada

A cidade sitiada Clarice Lispector




Resenhas - A Cidade Sitiada


81 encontrados | exibindo 76 a 81
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


keilasantos 14/02/2018

Primeiro livro que leio da Clarice Lispector
Sempre tive vontade de ler os livros de Clarice Lispector e procurando na biblioteca encontrei esse livro e resolvi começar por ele.
O livro fala de Lucrécia Neves, uma jovem da cidade de S. Geraldo que quer se casar e possui alguns pretendentes, são eles: Felipe, Perseu e Mateus. É então descrito as considerações que faz a personagem sobre a sua vida e sobre com deve se casar, se com quem lhe trata bem ou se com quem lhe daria uma vida confortável. No livro é feito uma metáfora entre a cidade em que vive, S. Geraldo, e a própria Lucrécia, em que conforme a cidade vai se modernizando Lucrécia vai se transformando e amadurecendo. É nesse processo de amadurecimento que ela casa e passa pelos questionamentos da vida conjugal.
Definitivamente esse romance me fez querer ler os outros livros de Clarice Lispector.
comentários(0)comente



Heyss 23/09/2017

Incomparável
Já li todos os contos e quase todos os romances de Clarice Lispector, e estou convencido que não tem como eu não amar tudo que ela já escreveu. Clarice é única, incomparável, ler sua ficção é se transportar para um universo paralelo, sendo que esse universo é o próprio mundo cotidiano que conhecemos. Um olhar alienígena e ao mesmo tempo humano sobre a vida e o ser.
comentários(0)comente



Marcos Pinto 30/01/2017

Lucrécia Neves é uma personagem complexa, dessas que a gente encontra principalmente na obra da Clarice Lispector. Uma quase alma gêmea de Macabéa, a protagonista tem um vínculo todo especial com o subúrbio de São Geraldo e é praticamente desprovida de pensamento próprio: ela é o que ela vê; ela é o seu subúrbio tão amado.

Lucrécia se mistura completamente com a paisagem, com aquilo que vê. Contudo, apenas isso não basta, ela quer algo mais. Para isso, namora, buscando um casamento. No começo, tinha dois namorados: Felipe, um militar, suprindo a fixação da protagonista por homens de farda; Perseu, homem belo e bem-educado, mas um fraco, que não marca posição. Entre encontros com um e outro, Lucrécia não recebia seu pedido de casamento e também continuava sitiada. Ela não sabia do que vinha a asfixia, mas ela existia.

Entre um e outro, a moça acaba se casando com um terceiro, que a leva para longe de São Geraldo; a sua visão muda, o que ela é muda também um pouco. As sensações são diferentes, mas ainda resta um pouco de nostalgia, de desejo de voltar para casa, para o seu subúrbio. Lucrécia quer muitas coisas, o amor, o fim da sua carceragem, o pensamento... Mas ela não vê nenhum deles, então não os alcança. Tudo na vida da protagonista parecia altamente complexo. Seria ela capaz de transpor tudo?

“Até centros espíritas começavam a forma-se acanhadamente no subúrbio católico e Lucrécia mesma inventou que às vezes ouvia uma voz. Mas na verdade ser-lhe-ia mais fácil ver o sobrenatural: tocar na realidade é que estremeceria nos dedos” (p. 23).

A Cidade Sitiada é um romance diferente do que estamos acostumados, principalmente por Lucrécia ser uma protagonista incomum. Com pouca vontade própria e quase nenhum pensamento, ela vive por imagens, pelo que sente. Isso dá à obra uma característica totalmente diferente, algo entre uma visão profunda e uma sinestesia exacerbada. O texto torna-se mais do que um livro, mas uma experiência literária complexa, densa, mas envolvente.

A linguagem do texto é mais voltada para a conotação, para o metafórico, para os sentidos. Por isso, a leitura é mais lenta e cada detalhe é essencial para que se entenda a obra. As descrições são grandes, fazendo com que o leitor veja e sinta aquilo que Lucrécia também vê. Há um claro objetivo de nos envolver, de nos sitiar, tornando-nos, assim, companheiros da protagonista na jornada de descobrindo e redescobrimento.

Apesar do livro ser denso, a simplicidade é uma marca evidente da obra. Tudo na vida de Lucrécia é simples, até porque ela vive pelo que ela vê. Então não espere grandes pensamentos e reviravoltas, o livro segue o fluxo da visão, da vida. Há uma sequencialidade nas ações e sentimentos simples, mas que envolvem completamente.

“A moça não tinha imaginação mas uma atenta realidade das coisas que a tornava quase sonâmbula; ela precisava de coisas para que estas existissem (p. 43).

Por ser uma obra mais densa, A Cidade Sitiada não é para todos e nem para todos os momentos; é necessária vontade de lê-la, de se entregar ao fluxo narrativo e se deixar levar pelas experiências literárias. Lida no momento errado, provavelmente ficará aquém das expectativas. Caso seja desbravada no momento correto, maravilhará o leitor. Para tal, não pode ser lida com pressa e nem desleixo, mas com atenção redobrada, comendo as linhas e as entrelinhas.

Quanto à parte física, há também só elogios para o trabalho da Rocco. Temos uma capa belíssima e que retrata muito bem o que podemos esperar do texto. Ademais, a editora providenciou um trabalho totalmente especial com o texto, gerando uma leitura profunda e agradável.

Em suma, A Cidade Sitiada é uma grande obra, mas que precisa ser desbravada no momento correto, sem pressa, sem afobação. Cada palavra precisa degustada. Para quem gosta de livros mais profundos, sem dúvidas esse é uma ótima opção.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2017/01/resenha-cidade-sitiada.html
comentários(0)comente



Su 28/01/2016

A Cidade Sitiada nos conta a estória de Lucrécia Neves. Ela é a narradora principal, mas também há trechos narrados por Perseu e Efigênia.
Lucrécia mora no subúrbio de São Geraldo e ao mesmo tempo o subúrbio é parte de Lucrécia.
Ela namora Felipe (um soldado) e também Perseu. Mora apenas com a sua mãe, pois seu pai morreu.
Seus dias são ocupados com os passeios ao Mercado de Peixe, os encontros com os namorados (sempre de chapéu e bolsa) ou com algum serviço de costura.
Esse livro é de uma simplicidade suprema, mas isso não tira o seu encanto. Lucrécia vem nos mostrar que as pessoas, as coisas, os acontecimentos, enfim tudo o que esta ao nosso redor, faz parte de quem somos.
Deixo aqui dois trechos para que vocês tirem suas próprias conclusões.
“Contar sua "história" era ainda mais difícil do que vivê-la. Mesmo porque "viver agora" era somente um carro andando no calor, alguma coisa avançando dia a dia como o que fica maduro, hoje era o navio em alto-mar.”

“Amando-o, retornando à necessidade daquele gesto que apontava as
coisas e, com o mesmo único movimento, criava o que nelas havia de
desconhecido — toda ela estava à beira desse gesto quando tocava o tronco
que a mão dele tocava — assim como olhara um objeto da casa para atingir
a cidade: humilde, tocando no que podia. Pela primeira vez ela o tentava
através de si mesma, e da supervalorização daquela sua pequena parte de
individualidade que até agora não se ultrapassara nem a levara ao amor por
si própria. Mas agora, em último esforço, tentava a solidão. A solidão com
um homem: em último esforço, ela o amava.”

site: http://detudoumpouquino.blogspot.com
comentários(0)comente



(n)Ana 11/01/2015

Penso que não poderei avaliar este livro até que tenha lido algum outro da Clarice Lispector, porque nunca encontrei nada parecido e nem suspeitava que existisse. Lê-lo foi como descobrir uma nova cor primária, que agora meus olhos conseguem ver em tudo.
João Bruno 14/02/2020minha estante
Linda resenha ... sinto a mesma coisa pela escrita da Clarice




81 encontrados | exibindo 76 a 81
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR