A cidade sitiada

A cidade sitiada Clarice Lispector




Resenhas - A Cidade Sitiada


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Flávio 08/01/2022

São Geraldo
Em uma pequena cidade chamada São Geraldo, vive Lucrécia Neves. Sonhadora, observa as coisas de uma forma diferente, tentando compreendê-las de uma ótica jamais vista. Difícil de se prender a alguém, ela quer mais do que o mundo tem a lhe oferecer. Não tente entendê-la, só deixe ser quem ela quiser.
Staudt 08/01/2022minha estante
Não gostei do livro


Staudt 08/01/2022minha estante
?




Francisco Cabral 19/12/2021

A Clarice sitiada
Neste romance é possível traçar um paralelo entre Lucrécia Neves e a cidade de São Geraldo - a primeira sitiada pelo choque de adaptação a um ambiente que lhe é estranho; a segunda sitiada pela transição dos resquícios medievais e agrários para o moderno e industrializado. Inicialmente vemos uma Lucrécia crítica da burguesia monótona e dos rótulos sociais, impulsiva e em fuga constante, como um cavalo selvagem do Morro do Pasto. Depois, encurralada, entrega-se a uma tentativa de negociação, conexão e comunicação social, abandonando sua impulsividade equestre para tentar a própria domesticação. Faz isso primeiramente a partir de um exercício de experimentação hiperfísica dos limites do próprio corpo, reconstituindo-o como um mimetismo externo. Frustrada com a fantasia, elabora um disfarce externo (ou casca). Após uma sequência de desenganos com um forasteiro e com a cidade grande, Lucrécia mergulha num mundo onírico que possibilita, após o apocalipse, finalmente o retorno a São Geraldo e a um gênesis de sua nova biografia. Para não se escandalizar, Lucrécia assume a personalidade mitológica de uma deusa grega que tem o poder de criar e dar nome às coisas. Assim, o esboço da cidade mistura-se à sua própria geografia interior. O viaduto, símbolo da modernização de São Geraldo, permite a colonização do Morro do Pasto e representa a debandada dos últimos cavalos do local, reduto simbólico de sua liberdade antropozoomórfica.
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Sarah.Santana 19/07/2021

Lucrecia doidinha ?
O livro conta a historia de Lucredia Neves, desde de sua juventude a vida adulta. Retrata os sentimentos de frustaçao, alegria e questionamentos da moça que se reconhece na pequena cidade em que vive, mas que ao se mudar e depois de alguns anos voltar a sua cidade não se sente mais representada por ela e se ve como forasteira no lugar que antes lhe banhava em significado e que fazia parte de sua história. A moça se ve meio que perdida, não se encaixa e não entende os anseios e urgências da vida na cidade grande, mas tbm não se reconhece mais na cidade m que cresceu poresta ter mudado tanto enquanto esteve fora, sentindo-se traida e culpada pelas mudanças que ocorreram enquanto estivera fora.
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Joana Vivi 18/07/2021

O livro é bom, mas achei que seria melhor. Admiro muito a Clarice Lispector pelas frases filosóficas que ela dizia, com isso presumi que iria amar ler uma obra feita pela mesma. Porém, ao ler A Cidade Sitiada, nao fiquei tão empolgada quanto imaginei que ficaria. A escrita dela é maravilhosa e isso ninguém pode negar! Mas, a história da Lucrécia não é muito... qual palavra?... interessante. No meu ponto de vista, claro! O livro é bom, mas me empolguei demais para o ler.

Algumas das melhores frases:

"No céu, aprender é ver;
Na terra, é lembrar-se."

"O que não se sabe pensar, se vê! a justeza máxima de imaginação neste mundo era pelo menos ver: quem pensara jamais a claridade?"

"? E como não vou viver a vida inteira...
A que vida inteira se referia senão à própria? e como não viver a própria vida inteira mesmo que se morresse a qualquer instante?"

"Peço perdão por não ser uma ?estrela? ou ?o mar? ? disse irônico ? ou por não ser alguma coisa que se dá, disse corando. Peço perdão por não saber me dar nem a mim mesmo ? até agora só me pediram bondade ? mas nunca que eu... ? para me dar desse modo eu perderia minha vida se fosse preciso ? mas peço de novo perdão, Lucrécia: não sei perder minha vida."

E uma conversa que achei engraçada:

"? E você, que planos tem? perguntou para agradá-la, esquecendo que os próprios ele os pensara apenas.
? Como? despertou ela, como planos? quais? que é que você está dizendo?
Ele mesmo se assustou sem saber por quê:
? Nada... ora, Lucrécia, planos, programas, ora...
? Como programas? insistia a esposa com ironia. Que é que você quer dizer com isso, você tem algum plano quanto a nós?
? Que planos quanto a nós?
? Mas, *** (Asteriscos para não mostrar o nome do homem, pois seria spoiler), você não falou em planos quanto a nós?
? Não, não era quanto a nós... quer dizer, sim, mas não sei o que você está inventando, era tudo para bem...
? Para bem!
? Sim, para bem! por que havia de ser pra mal, meu Deus!
? Mas quem falou em mal? estivemos então mal, falou ela estridente.
? Não, não era isso... digo planos pra você...
? ... você acha que devo ter planos separados dos seus?
? Não, por Deus, eu também tenho os meus mas você...
? ... separados dos meus?
? Oh meu Deus!
? Quais são os seus, ***.
Assim arguido ele não saberia dizer quais eram. E olhava para a frente incomunicável, parado com teimosia no caminho.
? São os meus, disse com altivez e sofrimento.
? E pode-se saber por acaso?
? Progredir, disse afinal *** com esforço e vergonha."
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Eliel 03/07/2021

Ótimo livro, uma obra complexa e densa, isso é normal nas outras de Clarice Lispector. Sua narrativa é fantástica e feroz predendo no leitor com cada frase , ótimo livro , recomendo .
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Luciano 25/06/2021

Acho que fica bastante nítido que a cidade sitiada do título do livro é tanto São Geraldo quanto Lucrécia Neves. Tanto o subúrbio quanto a personagem humana passam por um processo de modernização que os colocam no constante conflito clariciano entre natureza e cultura. Daí que a figura do cavalo, animal tão caro ao conjunto da obra clariciano, é tão mais recorrente no início da narrativa, quando São Geraldo ainda lembra uma zona rural, do que na reta final, quando já vemos o subúrbio como uma área relativamente urbanizada. A própria Lucrécia experiencia metamorfoses mentais/ontológicas nas quais ela mesma faz parte dos grupos de equinos que estão por toda parte, elementos marcantes que são daquela São Geraldo rural. No fim, apesar da menor recorrência, a referência aos cavalos continua lá, mesmo que de maneira mais discreta. É que, como apontou repetidamente o grande Benedito Nunes, a natureza em Clarice Lispector é sempre mais forte, ela nunca abandona as suas personagens.
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Anto 20/06/2021

A cidade sitiada de Clarice Lispector conta a história da Lucrécia Neves, que mora em um subúrbio em São Geraldo e está à procura de um marido que a tire da solidão. Ela tem o desejo de sair da cidade e ser rica, e isso a faz se casar com Mateus, onde os dois vão morar na cidade grande, mas a saudade de São Geraldo é muito maior, fazendo assim ela voltar a morar no subúrbio. Com a morte do marido, ela espera alguma outra revira volta que possa mudar sua vida, e a carta de sua mãe a convidando para ir morar na fazenda é uma ótima oportunidade. O livro é um clássico pois mesmo tendo sido lançado em 1948 continua passando pelas gerações sem perder a sua principal essência.
Não sou muito fã desse tipo de literatura, porém foi interessante ver a vida como muitas mulheres viam no passado. Para elas o casamento era único jeito de realizar os seus desejos e sonhos, encontra um homem para se cassarem era a única forma de mudar suas vidas e a tirarem do tédio. Além disso Lucrécia não tem muita consciência e ela é apenas oque vê, se contentando em não ver além da superfície das coisas.
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Antônio 27/05/2021

Diferentemente de Joana e Virgínia (protagonistas dos dois romances anteriores de Clarice), Lucrécia não pretende se rebelar contra a norma. Na verdade, é a história de uma mulher feliz em permanecer superficial, mesmo que sitiada em si, numa comparação com a cidade que reside.

Também diferentemente das duas primeiras obras de Clarice, "A Cidade Sitiada" tem como protagonista a cidade de São Geraldo, que é quase um personagem que vai crescendo ao longo do livro junto com Lucrécia. O jogo e os movimentos que Clarice vai fazendo entre a cidade e a mulher são magníficos.

Muitos consideram esse o livro mais difícil de Clarice, a própria já falou que nem o entende muito também e que, de todos os seus livros, esse é o que as pessoas menos gostam. No entanto, a sua força filosófica e a maturidade na sua escrita são incríveis de se ler e perceber. É um livro-estudo sobre as coisas, os objetos, o poder da visão em detrimento da linguagem e o que somos/nos transformamos quando vemos, simplesmente enxergamos. Nada mais além disso.
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Guilhermo del Toró 16/05/2021

A obra de Clarice retrata a evolução e o amadurecimento da protagonista Lucrécia, enquanto esse amadurecimento segue o desenvolvimento da cidade, fazendo críticas implícitas e reflexões pelas ações da personagem. Apesar de tudo, é uma leitura difícil, sendo necessária uma futura releitura
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Elane48 08/05/2021

Muita poeira, cavalos, bibelôs e personagens solitários
Chique ler Clarice Lispector, né? Mas eu devo ser uma leitora muito rasa pq odiei com todas as minhas forças esse livro! Sete personagens solitários, enredo enfadonho, a cada 3 parágrafos a autora fala de poeira. Só gente esquisita! Seria bom para um filme de Lars Von Trier. Praticamente um mês tentando ler essa merda de livro. Vou colocá-lo na lixeira agora mesmo.
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Giovanna.Gregorio 07/05/2021

quem eu sou quando estou fora de mim?
Nada como as personagens femininas da Clarice, é difícil para mulheres apaixonadas por literatura ter contato com personagens femininas complexas, não romantizadas, intensas e reais, pois Clarice nos dá tudo isso e muito mais.

Nesse livro a Clarice nos faz encontrar sensibilidade em tudo o que não é vida, a leitura foi uma performance de alteridade na qual eu me encontrei em cidades, asfaltos, viadutos e ambulâncias encontrei vida em cada materialidade que passei e vi sentido vital nas frases mais singelas.

Sinto-me transformada e me sinto muito mais eu, me reconheço em todos os lugares. Vejo-me mais vasta, ainda que sitiada. 

Eu sou a cidade, eu sou a Lucrécia, eu sou um pouco de tudo que passou por mim - sou um pouco da Clarice.

Esse livro foi minha mãe que me deu, assim como “Perto do coração selvagem” (que seria o primeiro da trilogia), fato que me encheu de tanto amor que segui a ordem cronológica por pura intuição, Clarice nos deixa sensível, a decisão transborda na pele, o livro me devolve o olhar na prateleira.

Sinto-me vulnerável e mais forte do que quando cheguei... meu deus, tudo isso foi só um livro!

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Camila 14/04/2021

A Cidade Sitiada
Em A cidade Sitiada, Clarice Lispector nos apresenta Lucrécia, uma mulher simples que aspira sair fora da limitação do subúrbio e deseja alçar voos para fora dos muros da cidade.

Seduzida pela vontade de libertação, Lucrécia casa-se com um comerciante abastardo da cidade. A mudança para a cidade grande representa o esvaziamento do espaço interior de Lucrécia. Ela deseja uma vida cheia de aventura, porém se perde na busca de si mesma através da imagem do outro.

O texto de Clarice se constrói de forma dramática e desdobra-se por uma personagem que guarda semelhanças com os modelos femininos românticos, pelas aspirações vitais, mas por outro lado, ela nos traz anseios de um ser moderno.
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Brenda 03/04/2021

Sem profundidade
Não sei se era a intenção da autora quando resolveu escrever ?A Cidade Sitiada?, mas achei esta obra sem profundidade. Já li outras obras dela e não consegui captar a mesma mensagem neste livro como nos outros. Pode ser que tudo tenha sido como verdadeira intenção mesmo na hora de escrever o livro e montar a personalidade da Lucrécia, porém, eu não gostei desse tom de narrador por achar que empobreceu toda a trajetória.

Essa resenha é bem pessoal mesmo, porque já vi outras resenhas elogiando a obra, mas minha experiência de leitura não foi boa. Senti dificuldade em me conectar com a narrativa, e em todo o livro senti raiva da Lucrécia. Os diálogos são frívolos e sem sentido, tudo acontece de abrupto e de forma bem corrida, sem contar com o machismo escancarado.

É óbvio que eu preciso levar em consideração a época, não estou aqui para ser anacrônica, mas esse livro deixa exposta a criatura esteriotipada de mulher: burra, entediada, que só busca ser amada para sentir que é livre ou que tem uma vida digna. A Lucrécia vive o livro todo buscando agradar homens para se sentir amada, como se somente no casamento ela pudesse ganhar alguma coisa. Não sei. Me senti bastante incomodada por isso, porém, pode ser que tudo tenha sido intenção da Clarice na hora de escrever.

Saio decepcionada desta obra porque minhas experiências anteriores foram muito boas, então esperava a mesma profundidade aqui. Achei um conteúdo pobre perto do que a Clarice já escreveu em outros livros.
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Léia Viana 17/03/2021

Este livro é um fragmento de Clarice
O significado do título deste livro de Clarice Lispector 'A Cidade Sitiada', pode levar o leitor a entender que trata-se de uma cidade dominada por militares, mas na leitura percebe-se que Clarice faz uma comparação entre a cidade São Geraldo e o amadurecimento de uma mulher: Lucrécia Neves. Na ânsia em ser rica e de sair da cidade pequena, Lucrécia acredita que o casamento com um homem rico a levará a morar na cidade grande. No entanto, a nostalgia da cidade a invade de tal forma que ela retorna a São Geraldo, agora tão diferente daquela em que vivera.

Como nessa obra não há o fluxo de consciência, uma característica tão presente em seus outros livros, tanto a personagem, como Clarice - em um certo período da sua vida - passam pela vida apenas a vendo, vivendo pela superfície. Como descrito em sua biografia, Clarice sentia tanta falta de suas origens, de estar mais próxima dos seus, do seu país e de uma certa liberdade.

Para quem leu o livro "Correspondências", entenderá o que estou tentando expressar em palavras. Em algumas cartas era nítido o quase desespero de Clarice em receber correspondências das pessoas que ficaram no Brasil, parecia que ela vivia através dessas cartas, ou seja, na superfície da vida pois estava "Sitiada"em terras estrangeiras.

Nunca um título caiu tão bem em uma obra!

"Mas enquanto mantinha o rosto sufocado, e toda a sala que ela não via girava tonta, a moça parecia descobrir que não era de tristeza que gritara. É que não podia suportar aquela muda existência que estava sempre acima dela, a sala, a cidade, o alto grau a que chegavam as coisas sobre a prateleira, o passarinho seco prestes a voar empalhado pela casa, altura da torre da usina, tanto intolerável equilíbrio - que só um cavalo sabiam exprimir em cólera sobre as patas."

Achei um livro triste, vi Clarice em cada linha dessa obra e toda a sua solidão. Ao contrário do livro "O Lustre" que achei a leitura densa, capaz de me deixar esgotada emocionalmente, nesta obra achei um pouco monótona, solitária, mas fluída.

Deixo aqui um pouco das minhas impressões desse livro tão renegado por editoras, e com críticas feitas na época em que Clarice enviou a amigos e escritores, que não faziam jus a essa obra que fala tanto de Clarice.

Leitura recomendada!
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comentarisa 17/03/2021

Difícil
Livro mais difícil de ler da Clarice. Parece não chegar a lugar nenhum.
Tedioso. Simplesmente tedioso.
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