A cidade sitiada

A cidade sitiada Clarice Lispector




Resenhas - A Cidade Sitiada


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Rodrigo 25/12/2020

Sensorial
Clarice nos descreve uma cidade e os elementos que a compunha através da vida de Lucrécia, que se transforma, assim como a cidade.
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Jana 24/12/2020

Primeiro livro que li da Clarice, quase desisti, só não deixei de lado porque estou tentando levar ao fim as coisas que começo. Ela usa muitas metáforas, ela usa palavras simples para dizer coisas complexas. Eu até brinquei que nem parecia que fui alfabetizada porque não entendia metade do que ela descrevia. Porém, meu escritor favorito é Machado de Assis, que muitas pessoas acham difícil de ler, então talvez com o estilo da Clarice ou com este livro não tenha rolado ainda uma identificação. Vou tentar ler outros livros dela.
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marislimc 26/10/2020

esse livro é perfeito!! logo nas primeiras páginas, depois de ler e reler, percebi que seria uma leitura bastante densa, mas a partir de 30% o livro engatou muito pra mim.
é incrível como a escrita de clarice é única, consegue expressar tão bem sentimentos que passam tão despercebidos por nós.
apesar da personagem lucrécia não ser o foco da narrativa, é muito interessante acompanhar o seu amadurecimento, tal como o da cidade.
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Elion.Gabriel 07/10/2020

Desenvolvimento mútuo: S. Geraldo e Lucrécia Neves.
A cidade sitiada... Como falar desse romance? Como falar de Lucre?cia Neves? Como falar de S. Geraldo nos anos 192..?
Esse livro tem um pequeno pro?logo: ?No ce?u aprender e? ver; Na terra, e? lembrar-se.?
Fiquei muito tempo tentando entender o que isso queria dizer ate? perceber que so? o compreenderia - assim como Lucre?cia - a partir do desenvolvimento da histo?ria, sobretudo, a de S. Geraldo.
Lucre?cia sempre foi muito superficial no que diz respeito a si mesma, como o narrador em terceira pessoa nos conta: de si pouco mais sabia que o pro?prio nome. Por toda a sua vida ela tentava encontrar sentido para as coisas ao seu redor, bem como para si mesma. A considerada ?verdade? mundana que diz, conhece-te a ti mesmo, na?o se a aplica a Lucre?cia. Seu desenvolvimento acontece concomitante ao florescer daquele subu?rbio, outrora arcaico, em que vivia. De modo que, o desvincular de Lucre?cia desse meio acontece de maneira a?rdua e, mais a? frente, retro?grada.
Ler esse livro e?, em sua maior parte, tentar encaixar-se em S. Geraldo, tentar encaixar-se em L. Neves, tentar encaixar-se em ...? em si mesmo.
Parafraseando o que disse ao ini?cio, dele sei pouco mais que o pro?prio ti?tulo. Humildemente tentei absorve?-lo.
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Evy 05/09/2020

Encontrei nesse livro uma narrativa diferente dos demais livros que tinha lido dela até então. Percebi logo nas primeiras páginas que a leitura tinha mais foco na cidade, nos objetos e animais do que propriamente nos personagens em si. Aliás, arrisco a dizer que os objetos, a cidade e os animais ali descritos e citados foram mais personagens que as próprias pessoas. Não houve aquele mergulho dentro da alma, porque a alma ali retratada era a de Lucrécia Neves e Clarice foi magistral em vestir a personagem e nos contar uma história (em terceira pessoa, que é outra diferença que senti nesse livro) através do que ela via.

Lucrécia era uma moça simplória, sem muitas reflexões e questionamentos e que queria uma única coisa na vida: casar com um homem rico para escapar do subúrbio e viver uma vida confortável. Através do olhar de Lucrécia e de suas emoções, sem muita consciência, vamos conhecendo a cidade de São Geraldo, um subúrbio na década de 20 com cavalos e homens disputando as ruas para o trabalho numa luta entre campo e cidade que já vimos em outros livros de Clarice, mas que neste é essencial para a construção da personagem.

Há que se pensar também no contexto histórico e na palavra sitiada do título. Clarice dá alguns vislumbres da época em que se passa o livro, com militares pelas ruas e uma certa tensão e medo no ar. Lucrécia inclusive tem um pequeno romance com tenente Felipe, por gostar da farda, mas logo percebe que ele odeia a cidade de São Gerardo e logo também não gostaria dela, que é o espelho do lugar onde vive.

Além de Felipe, Lucrécia desenrola mais alguns relacionamentos na tentativa de encontrar o marido ideal, mas acaba se casando com Mateus Correa, comerciante rico que a leva para viver na cidade grande, apresentando-a aos bailes, teatros, museus que ela tanto queria. Ela se torna uma mulher rica, com empregadas e logo descobre que o dinheiro traz a falsa sensação de que se pode tudo, mas que não a faz feliz como imaginava, retornando para São Geraldo com o marido e voltando a sua rotina de ver, diariamente, o movimento da cidade, do trânsito que aumentara com os bondes, os bibelôs nas estantes, as preocupações domésticas do marido...

Fica muito claro ao longo da leitura que Lucrécia é aquilo que vê e nada mais. Não está disposta e, por escolha, a refletir sobre o que vê e portanto, quando fica viúva e tenta encontrar o amor verdadeiro, percebe o quanto é difícil pra ela. Não é possível ver o amor, portanto ela não sabia o que era.

"Sua forma de se exprimir, reduzia-se a a olhar bem".

Neste livro não temos fluxos de consciência, e muito raramente a personagem tinha alguns vislumbres de reflexão, como quando expressava, às vezes "como nossa vida é triste". E ainda assim nos faz refletir sobre muitas situações. É um livro diferente, e a própria Clarice, disse ao ao jornal Correio da Manhã que foi seu livro mais difícil de escrever.

Eu gostei bem mais que O Lustre, por exemplo, e recomendo a leitura!!!
Wilson172 15/03/2024minha estante
Confesso que senti vontade de abandonar A CIDADE SITIADA pela metade, porém mantive-me firme na leitura. Este é o sexto livro que li da grandiosa Clarice Lispector, sendo que há três meses lancei-me num desafio próprio de conhecer a sua grande obra. Se Clarice disse que este foi o livro que tivera mais dificuldade para escrever, digo que até aqui este foi o mais difícil dela que li. Justamente porque em A CIDADE SITIADA, Clarice não leva o leitor para o interior de nenhum personagem, como Macabéa de A HORA DE ESTRELA e G.H, por exemplos. Lucrécia Neves não provocou-me nenhum suspense, nenhuma curiosidade que despertasse a minha vontade de ler a próxima página, No entanto vejo que Clarice foi sábia em dividir o livro em pequenos capítulos, pois era em cada novo capítulo é que eu esperava que algo levaria-me a perscrutar o interior, a mente, a alma da personagem principal. Só depois de lido todo o livro é que pude entender que Lucrécia Neves não tinha ambições para sua própria vida, além de querer casar-se com um homem rico, depois de ter ficado viúva. Lucrécia era realmente aquilo e tão somente aquilo que ela via. Lucrécia identifica-se um pouco com Macabéa, com relação a não terem nenhuma ambição e nem impulso para uma vida de grandes emoções, porém Macabéa teve o seu despertar e viveu, mesmo que uns poucos minutos, uma grande e aventurosa experiência. Clarice Lispector = genial e misteriosa !




Asenhoritadoslivros 30/08/2020

Livro concluído! o que dizer? tudo que já li da Clarice me promoveu uma conexão inacreditável com a leitura, não é sobre o que ela escreveu e sim a maneira que ela escreveu, não é algo pronto, é algo que só se completa com uma outra consciência, é um falar silencioso nas entrelinhas, não importa se não concordo ou se não gosto da protagonista, mas sim da forma que ela é colocada no livro, do seu papel, da plenitude que se sente quando tudo se encaixa, Clarice poderia ter escrito sobre o nada que esse se materializaria. Obrigada Clarice!
Recomendo e classifico com 5 estrelas.
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Alexandre 07/07/2020

O meio faz a pessoa ou a pessoa faz o meio?
A influência do ambiente nas pessoas, o que elas buscam nos locais, as diferentes interações que cada lugar proporciona, as zonas de conforto que não são confortáveis. Tudo isso tá aqui com Lucrécia Neves. Lucrécia é a cidade. Ela é sitiada por tudo, até por ela mesma.
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Glauber 19/06/2020

Obra densa
Conta a história de uma mulher no subúrbio, que significa a sua vida pelas coisas exteriores.

E assim acompanhamos seu olhar pelos objetos, pela cidade, pela realidade, pelos sonhos.

A introspecção aqui é mais do estilo clariceano de ver o mundo do que do interior da personagem. Eis uma tensão interessante.

E há mesmo limite entre interior e exterior?

Esse é um livro que, mesmo lido, não se pode dizer "já li".
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livrodebolso 14/10/2019

Perdoem-me o deslumbramento causado pela falta de familiaridade com a literatura brasileira, é que acho incrível como todo livro escrito por mãos conterrâneas são um retrato daquilo que eu sou. O que é óbvio, mas bonito.
Clarice sempre me deu medo. No ensino médio ela era obrigatória. Também foi usando sua obra como referência o meu episódio preferido de Tudo que é Sólido pode Derreter (série da Cultura), e lembro-me de Tereza em companhia de figura intransponível, que era apenas uma personagem da autora. Pensava: a mulher deve ser de um nível que não é o meu.
Pois foi ela quem iniciou essa leitura: primeiro uma frase sua se encaixou perfeitamente em minha vida. Depois, foi limpando a estante que me dei conta de que Clarice já me compunha, ou compunha meu território. Em seguida, invadindo minha cabeça, foi ela quem me escolheu. E a escolha foi muito bem acertada: Lucrécia Neves. Que figura curiosa!
Uma jovem (e depois uma senhora) que pode ser também uma cidadezinha (que se torna uma cidade grande), as duas e também somente uma: crescem, em um pulsar lento que se encontra e se separa. Era a heroína e a cidade.
Lucrécia Neves vive em busca. Mas não é a busca que ela vive, o que seria mais agradável. Ela vive em busca, e não sabe de quê.
Sente um ímpeto (talvez pela transformação que sofre S. Geraldo no início do século XX, junto com todo o povo, que se moderniza), mas não sabe para onde. Acaba que se casa, e recupera o apetite, e engorda, e se torna viúva, e se enrola de novo, e depois enviúva outra vez, e depois parte de S. Geraldo antes que seja tarde demais.
Os acontecimentos de sua vida podem ser contados, não é disso que se trata o enredo. É sobre como Clarice conta o passar das horas e a crescente angústia e renascimento da manhã e da esperança. Como o retrato pintado de Lucrécia faz parar o tempo e aumentar sua tristeza. Como as coisas colocadas de tal maneira poética encontram significado para algo que não tem: o cotidiano.
Que no fim, é perceber a mudança e sentir falta de como era, o que confirma que valeu. E que a essência não precede, mas justifica a existência.
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Marcos Vinicius 09/09/2018

Melodramático e original
Em A Cidade Sitiada, Clarice nos apresenta a história de Lucrécia, moradora da pacata São Geraldo. A cidade, aos moldes do Brasil do século XX, mostra-se em processo de desenvolvimento, com seu ritmo parado e as características de cidade do interior. No entanto, Lucrécia sente-se sufocada, a cidade a prende como um nó prende um cadarço ao sapato, deseja sair, almejar novos ares e a cidade grande. Conhece Matheus, o qual casa-se e mudam-se para a metrópole. Lá, a inquietação, a insegurança e o desejo de escapismo permanecem em Lucrécia. Não sabe mais do que deseja escapar: da monotonia de sua vida, de seus conflitos internos ou do frio casamento. Clarice nos apresenta uma narrativa pesada, curta e grossa, trajada de mais pontos finais do que vírgulas, mas capaz de perturbar e arrebatar até mesmo os mais novos integrantes da escrita clariciana.
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