bobbie 21/01/2023
Parei neste primeiro.
No posfácio deste livro, Ursula conta que começou a escrevê-lo depois de um convite de seu editor para escrever para adolescentes. O feiticeiro de Terramar, segundo ela, começou, não sem muita resistência, com o desenho do mapa das ilhas fictícias onde a história fantástica se ambienta. Só depois as histórias começaram a brotar. Há alguns pontos a serem levantados sobre esta primeira aventura: o interesse da autora, pensando em grandes magos da ficção como Merlim e Gandalf, era escrever sobre o amadurecer de um grande feiticeiro. Daí nasceu Ged. O leitor não o conhece grande, velho, sábio e temeroso. Conhecemo-lo ainda criança, descobrindo as artes da magia. O segundo ponto é que não há um grande enredo (pelo menos neste primeiro volume) ou uma grande batalha no clímax. E mesmo o pequeno enfrentamento que há não é entre o "bem e o mal". Ged lutará contra sua própria sombra, seus próprios medos. O terceiro ponto é que o mundo pensado por Ursula é tão rico, mas tão rico, que seria impossível explorá-lo em um primeiro livro. Pouquíssimo dele é mostrado, embora o pouco que de fato é mostrado é descrito em detalhes, exaustivamente. Sim, este é um livro altamente descritivo: o leitor será apresentado às ondas do mar, aos picos e sopés das montanhas, às neblinas e espumas das ondas, enfim; Ursula não mede palavras para descrever, descrever e descrever. Talvez este seja um grande prelúdio para os próximos cinco livros da série que começou não sem muita resistência da autora. Eu, contudo, paro neste primeiro. Acho que deixei minha essência adolescente dormente, lá onde ela ocorreu, 30 anos atrás; pelo menos para ter ânimo de acompanhar séries como esta. Não me leve a mal: o livro tem muitos méritos e é muito bem escrito: o universo de Terramar e dos feiticeiros é riquíssimo. Só não me fisgou.