ELB 19/11/2017
Esse é o primeiro livro da série Montgomerys e Armstrongs da Maya Banks, e nele somos apresentados a uma história cheia de reviravoltas, personagens encantadores e situações por vezes dolorosas, mas, no final, inspiradoras.
Nos encontramos em uma Escócia que enfrentava vários conflitos com a Inglaterra, e não poderia se dar ao luxo de ter uma guerra interna entre seus Clãs. Deveria se mostrar um reino unido e sem derramamento de sangue. E com esse objetivo em mente, o Rei decreta o casamento entre os dois maiores e mais poderosos clãs rivais os Montgomerys e os Armstrongs. O único detalhe esquecido pelo rei é que a guerra entre esses dois Clãs duram gerações, e com isso há muita mágoa, muito ódio entre todas essas pessoas. Não será uma transição fácil e de pronta aceitação.
Poderia algum Armstrong encontrar seu lugar no clã Montgomery? Seria um processo difícil, independente de como fosse levado, e era Eveline quem tinha mais a perder, enquanto tudo o que ele ganharia era uma esposa indesejada e uma relutante trégua com os Armstrong.
Eveline é a filha querida do Laird dos Armstrongs, e após perder a audição em um acidente de cavalo, ela se fecha em um mundo próprio e é considerada louca. Em um primeiro momento, ela não entende ao certo o que está acontecendo, mas vê nisso uma forma de evitar o matrimônio com Ian McHugh, um homem de caráter duvidoso que a amedrontava em um nível que ela simplesmente deixa sua família pensar que ela não está em pleno domínio das suas faculdades mentais para se livrar dessa aliança. Agora, ela vive tranquila no meio de seu Clã, sem a preocupação de um novo casamento, já que a consideram incapaz de cumprir com seus deveres matrimoniais.
Graeme é o Laird do Clã Montgomerys. Ele conduz seu povo com mãos de ferro, mas ao mesmo tempo, justo. Ao se deparar com o decreto do Rei, ele se vê obrigado a se casar com o inimigo, e ainda por cima com uma mulher que não poderia dar a continuação à sua linhagem. Mas como Graeme tem uma personalidade das mais dignas, mesmo se casando com uma moça que não possa lhe dar filhos (todos achavam isso por ela ser "louca"), ele a respeitará e a honrará porque ela é sua mulher. Não haverá outras mulheres, porque não é isso que casamento quer dizer.
“Sentir algo tão... forte... por uma mulher era perigoso. Perturbava seu julgamento. Causava o esquecimento de seus deveres. O esquecimento de qualquer outra coisa, com exceção... dela.”
Quando eles se conhecem, Eveline se encanta por Graeme, e sai da redoma que ela própria criou para se manter isolada das pessoas e, assim, não ser ferida. A voz de Graeme, como por encanto, penetra no mundo silencioso de Eveline; o som grave da voz faz com que ela consiga sentir algumas ondulações de som, e antes privada de um dos sentidos, ela agora, através desse guerreiro honrado, ela pode ter uma parte dele, junto com tantas outras sensações que ele desperta nela, em todos os sentidos, tanto físicas quanto emocionais.
Graeme se encanta com a beleza da moça. Ele nunca pensou que um casamento arranjado com uma pessoa de um clã inimigo pudesse despertar outra coisa, a não ser animosidade. Mas a aparente delicadeza e fragilidade de Eveline, somadas à confiança que ele vê em seus olhos e na forma como ela entrega confiantemente seu destino a ele, o faz reconhecer sentimentos mais profundos por aquela que deveria ser sua inimiga, mas pelas tramas da vida passa a ser aquela a quem ele deve respeitar e proteger.
Após o casamento, a chegada de Eveline ao clã Montgomerys trás o pior das pessoas. Mesmo não tendo culpa das guerras, do sangue derramado, ela é a paria. E ela recebe tudo com uma graça e gentileza, que só nos faz admirar essa pequena mulher. Ela é feroz e gentil ao mesmo tempo, a forma como se preocupa com as pessoas ao seu redor, mesmo não a aceitando, é muito nobre.
Em meio a tanta animosidade, Eveline precisa ganhar seu lugar no Clã, ao mesmo tempo que convence seu honrado marido que ela é muito apta aos deveres de esposa.
"Se havia algo capaz de derrubar um guerreiro, era uma mulher determinada."
O que dizer desse livro, além de que eu o A-M-E-I?
Deve confessar que não gosto dos romances contemporâneos da autora, mas os históricos medievais, são os meus queridinhos. A autora tem uma forma de criar histórias não só de amor, mas de lealdade, de honra e acima de tudo, sobre família.
Os personagens são maravilhosos. Adorei a Eveline e sua aparência delicada, mas por dentro uma grande mulher, uma personalidade determinada, amorosa e compassiva. Graeme é tudo que se pode esperar de um Highlander, um homem muito compreensivo, justo e tolerante. Os dois foram perfeitos um para o outro, havia aquela conexão entre os personagens que era quase palpável.
A autora soube explorar muito bem todos os sentimentos descritos no livro, e há uma gama deles a ser explorados. Os sentimentos conflitantes, a paixão, o sentimento de honra, enfim. É realmente um romance a se apreciar em todos os sentidos, pois satisfaz o leitor com essa narrativa tão vívida e personagens tão cativantes.
Outra coisa que adoro nesses romances é que não existe apenas uma trama central, que seria o felizes para sempre do casal. Há sempre uma segunda trama que leva mais ação à história. Então, quando você pensa que eles vão se acertar e ter o final feliz, e o livro irá acabar... boom... a autora eleva a trama, inserindo outros elementos de ação, e claro, apresentando novos personagens que serão a base do seguinte livro.
Seduzida Por Um Guerreiro é uma leitura obrigatória para os amantes de romances históricos escoceses. Temos um Laird que ama com todo o seu coração junto com uma heroína forte e determinada.
site: http://www.everylittlebook.com.br/2017/07/resenha-seduzida-por-um-guerreiro.html