Galáxia de Ideias 02/05/2017
Resenha - As cores da vida
Kristin Hannah já entrou para o rol de minhas autoras favoritas, uma vez que suas obras trazem sempre temas importantes e lindos de serem trabalhados, principalmente abordando família, e assim que esse livro saiu, obviamente desejei lê-lo. Porém, com os comentários que vi, logo as expectativas em relação a ele baixaram, e realmente, tendo em vista outros da autora que foram incríveis e me fizeram chorar por horas, esse foi um pouco mais fraco, mas não deixou de ser extraordinário e me ensinou muito, e ainda sinto vontade de voltar para essa leitura porque me apeguei muito aos personagens.
Talvez, esse livro tenha sido considerado um pouco mais fraco que os outros, por trazer um tema bastante cotidiano, a desavença familiar, principalmente entre irmãs, além de preconceitos contra certos tipos de pessoas e raças, e os outros da autora trazem temas como guerras, a Rússia antiga ou a perda de filhos e outros entes queridos. Mas de qualquer forma, gostei demais da abordagem, e me peguei em muitos momentos sentindo amor, raiva, tristeza e dor junto com cada um daqueles personagens presentes no livro.
O ponto mais positivo para mim foi essa pegada familiar, que faz com que nos identifiquemos com muitas situações que vemos ao nosso redor, de desentendimentos, discussões, discordâncias e etc. Também, fiquei apaixonada e encantada pelo cenário, que traz uma cidade pequena e um rancho, onde uma das personagens, Vivi Ann, mexe com cavalos, e achei muito interessante conhecer esse universo dos rodeios, das disputas, e principalmente muitas mulheres sendo presença intensa em cima dos cavalos. Além disso, foi abordado de certa forma o sistema carcerário, e a vida de alguém que é preso, e isso foi muito interessante pois mostrou de forma bastante verdadeira os sentimentos que isso causa em alguém e também como funcionam os processos, de uma forma que não se tornou cansativa em nenhum momento.
O livro não tem pontos negativos intensos, apenas em alguns momentos certos personagens e atitudes se tornam irritantes, e durante muito tempo na leitura eu fiquei desejando que surgisse algo mais impactante, como nos outros livros da autora, para mexer com a obra e me emocionar, mas ao final, acabei percebendo que é o quebra-cabeças de pequenas coisas cotidianas que forma o livro e que o faz ser ótimo.
Não temos um único personagem principal. As três irmãs são protagonistas da obra e ganham igual espaço, sendo que acompanhamos o ponto de vista de cada uma, conhecendo seus sentimentos, dores e amores de igual forma. Confesso que acabei me identificando mais com Vivi Ann, provavelmente por ela ser uma pessoa bastante cativante e uma das que mais teve sofrimentos na vida. Já aurora, foi de certa maneira bastante neutra, uma vez que é a pacificadora, e raramente fala sobre seus problemas pessoais, sendo que passamos a conhecê-los mais no fim do livro, mas ela não perde em nenhum momento essa qualidade de querer apaziguar, e ilustra muito bem algumas pessoas que existem na vida real. Por outro lado, Winona, me deixou com sentimentos conflitantes durante todo o livro, pois ao mesmo tempo que ela faz muitas besteiras, também está fazendo o que acha certo, e traz consigo vários traumas devido a rejeição do pai e por viver tentando alcançar algum reconhecimento desse homem, que nunca vem, então é alguém cheia de problemas, de baixa autoestima e de excesso de peso, além de ter um grande conflito com seus relacionamentos, que nunca dão certo. Também temos um homem marcante, intenso e que nos leva a nos sentir divididos em relação ao que sentimos a ele: Dallas, um estranho que aparece e muda a vida de toda a família, e que ora desconfiamos dele, e ora o adoramos, e é alguém cujo fim me agradou muito.
Continua...
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