Thaís Vilas Bôas 18/06/2021Ser mulher e ser mãe...Primeiro livro que li da autora Elena Ferrante. Acostumada a ler thrillers ou romances mais clichês, A Filha Perdida me tirou da zona de conforto.
Leda é uma professora universitária de meia-idade. Suas duas filhas, já crescidas, vão morar com o pai em outro continente e ela decide tirar umas férias na praia.
Nina, uma jovem mãe, também está passando uns dias na praia com familiares e sua pequena filha Elena. Leda começa a observar essas pessoas e imaginar suas vidas. Observa, em especial, Nina (que parece o retrato de uma mãe perfeita) e Elena, que cuida de sua boneca como se fosse a própria filha. Com isso, a protagonista relembra como foi o seu próprio papel de mãe.
O livro nos faz refletir sobre o tema maternidade, o quanto a mulher se doa para ser uma boa mãe e o quanto ela consegue cuidar de si própria, dos seus interesses e sonhos particulares. Filhos exigem muita atenção, mas como medir isso para não se anular?
Há, ainda, questionamentos sobre como a infância marca a vida da pessoa como filha e como lidar com isso na hora de criar os próprios filhos.
Acompanhando as questões mal resolvidas do passado de Leda, suas culpas e sentimentos, entramos numa história profunda. Com uma escrita honesta, a autora nos entrega um livro forte, de leitura rápida e marcante. É o tipo de livro que não sai fácil da memória, durante algum tempo o leitor ficará digerindo a história.
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