A estrada

A estrada Cormac McCarthy




Resenhas - A Estrada


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fgfonte 01/08/2011

que nao seja
Um livro triste, sobre dias difíceis. Sobre o fim dos tempos,
A sobrevivência da raça humana esta em perigo eminente, dependendo de uns poucos sobreviventes que consigam manter a razão sem perder a dignidade. A maioria já voltou á barbárie.
O livro fala da relação do pai e filho na Jornada para sobreviver em uma terra destruída. Em busca de algo que nem eles sabem poder encontrar no fim da estrada. Uma relação que pesa esperança e desespero numa luta insana pela sobrevivência.
Nesta estrada a humanidade pode estar afinal chegando ao fim da linha, onde só restarão lembranças de um mundo magnífico.
O livro é também um alerta para que possamos manter a natureza preservada e renovável.
Resta incomoda a sensação de que a felicidade de um dia de sol, possa no final, se transformar em um mundo cinza, morto e estéril.
E tudo isso por nossa culpa, nossa inteira culpa
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otxjunior 10/08/2012

A Estrada, Cormac McCarthy
Confesso que penei até me interessar pela jornada de um homem e de seu filho por paisagens desoladas, repleta de cinzas e desprovida de luz e calor num mundo pós-apocalíptico. E não exagero quando afirmo que praticamente todos os parágrafos da primeira metade do livro são variações do pequeno resumo acima. O que torna A Estrada aborrecidamente repetitivo. E se a segunda metade me chamou mais atenção, não se deve ao fato da trama ter sofrido uma virada ou nada parecido, mas é como se fosse preciso de um tempo maior para se acostumar e assim poder apreciar melhor o estilo seco e objetivo do autor.
Sem nunca nomear seus personagens ou dividir a narrativa em capítulos, Cormac McCarthy nos choca ao relatar passagens de puro terror onde bandos de assassinos caçam humanos para fins de subsistência ou roubam suprimentos e pertences dos poucos sobreviventes que vagam pela estrada. Essa abordagem pessimista contudo é atenuada por passagens belíssimas e comoventes da luta pela sobrevivência travada pelos protagonistas.
A Estrada ainda tem espaço para um subtexto religioso e pode ser até interpretada como uma parábola de esperança em busca da salvação. Para todos os fins, merece ser lido; mesmo que ao fim da estrada (não resisti ao trocadilho), tenha saído com uma impressão mais favorável ao autor do que ao livro em si, se isso é possível.
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Bruno 03/11/2013

Não consegui terminar...
" A Estrada" de Cormac McCarthy pra mim foi uma leitura que não empolgou, não envolveu, enfim, não desceu. Achei o livro com uma abordagem narrativa massante, dialogos repetitivos e uma história que não sai do lugar, não muda. Enfim, a relação de pai e filho que o autor quis mostrar é algo belo, mas a forma que ele narra essa relação dificultou, para mim a leitura. Em suma, pra mim não desceu e em outras palavras achei um livro chato e massante demais.
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Johnny 18/05/2012

Um romance de rara beleza
Pai e filho procuram sobreviver em um mundo reduzido a ruínas, devastado por alguma tragédia inexplicável. O cenário é pós-apocalíptico, nada mais se produz, inexiste geração de energia, o céu é cinzento, faz frio, chove e neva o tempo todo.

Restaram vivos apenas seres errantes que buscam qualquer tipo de alimento nas casas abandonadas e cobertas de cinzas. Alguns andam em bandos e comem carne humana. São capazes de matar por um trapo qualquer que possa cobrir o corpo.

O menino é quase uma criança, tem poucas referências da vida como ela era nos tempos de normalidade. Começa a compreender as coisas já imerso em uma realidade hostil e sem perspectivas. Conta somente com os ensinamentos do pai, reforçados por um temperamento sensível e humano, demasiado humano para quem pouco a pouco se descobre em meio à barbárie. O futuro não permite sonhar. Os sonhos possíveis são pesadelos que emergem na poeira da noite.

O pai é o herói do garoto, e não poderia ser diferente, pois é muito raro terem contato com outras pessoas. A relação entre ambos é comovente. O filho aprendeu que eles carregam o fogo, eles são pessoas do bem e o bem sempre vencerá. Para o pai cada vez mais doente, é enorme a tristeza de ver uma criança sem a mínima chance no horizonte.

O fio de concretude que dá algum sentido às suas vidas é a estrada em direção ao mar. Por ela, empurram um carrinho de supermercado com seus poucos pertences. O pai repete várias vezes que tudo está bem, tenta levar conforto ao espírito inquieto do garoto, busca alimento e cobertores e roupas. O pai faz o fogo e abraça durante a noite, conduz pela mão durante o dia, protege dos “caras do mal”.

Se o sentido de suas vidas é encontrar algum lugar que não sabem como será, só lhes resta em essência o amor, um sentimento quase desesperado que os une. É esse sentimento que transforma esta história em uma bela história contada com precisão e simplicidade nas palavras, uma saga de andarilhos que emociona o leitor, que faz do romance um dos mais belos romances já escritos.
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Sérgio 13/05/2012

Sobrevivência a qualquer custo (?)
Ficha Técnica

Título original: The Road
Gênero: Romance
Ano de lançamento: 2006
Ano desta edição: 2010
Editora: Alfaguara
Páginas: 234
Idioma: Português (tradução de Adriana Lisboa)

Citação: "Pegou a mão do menino e colocou o revólver nela. Pegue, ele sussurrou. Pegue. O menino estava aterrorizado. Colocou o braço em volta dele e o abraçou. O corpo tão magro. Não tenha medo, ele disse. Se eles te acharem você vai ter que fazer isto. Está entendendo? Shh. Não chore. Está me ouvindo? Você sabe como fazer. Coloca dentro da boca e aponta para cima. Faça rápido e com força. Está entendendo?"


"A Estrada", de Cormac McCarthy, foi uma surpresa para mim. Não conhecia o autor, não sabia do filme, não tinha ideia sobre o que seria o livro além do que estava escrito na sua contracapa quando ele chegou em casa, presente de uma grande amiga (obrigado, Mari!).

O "Vencedor do Pulitzer" no alto chama a atenção. E o livro não decepciona. Ele conta a história de um pai e um filho (que não tem seus nomes revelados), que após um evento apocalíptico tem de viver em um mundo em ruínas, lutando pela sobrevivência. Eles vagam pelas estradas destruídas, tentando chegar à costa, sem saber o que encontrarão.

O narrador é em terceira pessoa, mas não é onisciente, e sim parcial: ele acompanha a figura do pai, e registra tudo pelos seus olhos. McCarthy utiliza-se muito do ambiente que os cerca para descrever os sentimentos do pai, não usando o recurso de revelar seus pensamentos diretamente: num mundo arruinado, com o ar coberto de cinzas e com chuvas e frio constantes, o humor e expectativas do pai refletem o ambiente, o que é bastante interessante ("Ele ficou deitado ouvindo a água gotejar no bosque. Um leito de pedra, isto. O frio e o silêncio. As cinzas do mundo falecido carregadas pelos ventos frios e profanos para um lado e para o outro no vazio. [...] Todas as coisas retiradas de seu suporte. [...] Sustentadas por uma respiração, trêmulas e breves").

Um ponto interessante é que o livro começa de um determinado ponto de sua jornada, sem uma introdução. Aos poucos, o panorama é apresentado e passamos a entender um pouco a situação dos protagonistas. Nesse aspecto o "resumo" da contracapa é ruim, pois ele quebra todo o clima criado por McCarthy no começo do livro, revelando aos poucos a situação em que eles se encontram (se bem que o ponto chave do livro, esse sim é guardado para mais tarde; e que choque!). Mesmo assim, o evento que causou a destruição da humanidade não é explicado, nem quando ocorreu: o homem apenas diz que foi "há anos atrás". Isso faz todo sentido, afinal o narrador acompanha o pai, e ele não é detentor de toda a informação. E também somos poupados de toda aquela tentativa de justificar cientificamente um possível evento apocalíptico, que já estamos cansados de saber de outros filmes.

O livro é arrastado. Na maior parte do tempo, pai e filho vagueiam pela estrada, e sua rotina e pequenas conversas são esmiuçadas. É de se admirar que McCarthy consiga fazer uma obra de algo que, se formos pensar, é extremamente enfadonho. Mas ele escreve bem, utiliza-se de expressões diferentes para descrever o ambiente ao redor, e consegue dar cara nova para o que, aos olhos de pessoas menos talentosas, seriam apenas árvores carbonizadas. Mas também há os momentos de tensão, que geralmente ocorrem quando eles encontram outras pessoas pela estrada. São eventos rápidos e intensos, descritos de maneira tão fugaz que, quando você percebe, a ação já ocorreu. Como na vida, quando dizemos que "foi tudo tão rápido, quando eu vi já não dava mais para reagir". E o que é revelado, logo no primeiro encontro, me deixou de cabelo em pé. E aí é que a grande questão do livro se revela: o que é a humanidade, afinal? Somos definidos pela sociedade em que nos encontramos, ou pelo que queremos ser e como queremos agir? O que é certo e errado afinal? Se ética é um conjunto de leis determinado por uma sociedade sobre a maneira como as pessoas devem agir, quando tal sociedade deixa de existir tais regras ainda se aplicam? Na luta pela sobrevivência, vale mesmo a lei do mais forte? Aliás, vale a pena sobreviver em um mundo cujo futuro é sombrio?

Obviamente o livro não te dará as respostas para tais perguntas, mas fará você refletir sobre elas, e se perguntar "o que eu faria em uma situação assim?". Para quem gostou de "Ensaio sobre a Cegueira", de Saramago, e gosta de "The Walking Dead", o livro aborda temáticas parecidas e pode ser uma boa pedida. E talvez te faça pensar sobre as coisas importantes da vida, e sobre viver e sobreviver.

Leia esta resenha e outras em: http://catharsistogo.blogspot.com.br/2012/05/estrada-cormac-mccarthy.html
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Flavio Assunção 17/09/2012

Em um cenário pós-apocaliptico, "A Estrada" lida com a relação de um pai que a todo o custo busca a sobrevivência para ele para seu filho. O ano não sabemos. O nome dos personagens também não. O que se sabe é que nessa época o mundo foi devastado. O sol desapareceu, as árvores morreram, o frio intenso cresce a cada dia e, com a escassez de comida, muitos grupos sobreviventes praticam o canibalismo. A partir disso, pai e filho seguem em uma jornada por uma estrada a caminho da costa, onde acreditam haver uma civilização mais pacífica, mais calor e meios de se alimentarem. A esperança depositada nisso é o que os move, passando por diversos obstáculos para chegarem nesse local.

O livro não conta com capítulos. Todo trajeto é narrado de uma só vez, mas com parágrafos espaçados, o que faz com que o leitor não canse e possa parar onde quiser para continuar depois. Também não conta com diálogos. Não da forma que conhecemos. Os diálogos são expostos no meio da descrição, do relato, como se o narrador estivesse de fato falando diretamente com o leitor sobre o que acontece.

Vale destacar que a trama segue constante e a leitura agradável do começo ao fim, embora comece repetitivo, talvez para frisar ao leitor que o cenário é aquilo mesmo: um mundo morto, desolado, com duas pessoas buscando a sobrevivência. E é a partir da metade que as coisas começam a ficarem intensas, talvez por nos apegarmos facilmente aos dois personagens e à relação de amor e confiança entre eles, que é de fato o que os fazem ter esperança, embora ambos questionem a todo o momento se vale a pena continuarem vivos.

"A Estrada" é um livro triste, aterrorizante, poético. Tem a capacidade de despertar sentimentos dos mais variados possíveis. Vale cada página lida, cada palavra lida. Nos faz perceber que não damos valor ao que temos, que reclamamos de muito enquanto existem muitas pessoas que se contentam com pouco. O Prêmio Pulitzer, recebido por Cormac McCarthy, não foi mera formalidade. A obra é certamente merecedora, e muito!
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Gustavo616 24/07/2012

O que seria A Estrada?
Lembro que quando terminei de ler A estrada eu estava no intervalo das aulas teóricas de habilitação, um lugar um tanto estranho eu admito. Li o livro em um mês e acho que até demorei (quando gosto realmente costumo lê-lo no período máximo de uma semana). O ponto forte para que eu não fizesse isso foi logo no começo da leitura, quando me deparei com algo bem estranho: a prosa.
O jeito que o McCarthy conduziu essa obra, seja nos diálogos curtos, diretos e sem travessão, seja na filosofia expressa nas entrelinhas em cada situação e em cada reflexão dos personagens, assusta logo de início.
Pra quem é acostumado com o estilo literário despojado e extrovertido, diga-se de passagem Dan Brown e Harlan Coben, ou até mesmo os mais recentes fenômenos da literatura infanto-juvenil bem mais juvenil Suzanne Collins e Rick Riordan, fica meio difícil de assimilar. Mas ao assimilar, o fato inegável é não se apaixonar. Porque por mais que o final seja triste e nem um pouco esperado entre nós leitores, o conjunto da obra é tão profundo, detalhado e envolvente que é impossível não se cativar por A Estrada.
Em um mundo apocalíptico somos apresentados ao Homem e o Menino, pai e filho, andarilhos da Terra que buscam sobreviver em meio ao caos e a desolação que se encontra o planeta. E o mais interessante de tudo é que nosso chapa McCarthy usa desse cenário não para enfatizar o estado caótico do mundo, não para enfatizar os desastres naturais que ocorreram, nada disso. O foco é no simples relacionamento entre pai e filho no qual "um é o mundo do outro". Relacionamento que no caso eu achei instigante e muito bonito se ver (ou ler).
Sem precisar de mais personagens, A Estrada consegue cativar de forma a pensar "Cara, porquê eu não li isso antes?" ou "Eu preciso achar mais obras desse nível".
Então meu chapa, se você está com vontade de ler algo onde a cada parágrafo e página lida você vibra, torce e sofre com as estradas do Homem e do Menino, com vontade de ler algo com simplicidade e ao mesmo tempo complexidade literária, eu recomendo A Estrada do nosso queridão Cormac McCarthy.
Ah, e qualquer vontade de que a página 234 não chegue é meramente normal.
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AleixoItalo 28/05/2010

A Estrada
E se no fim do mundo, Deus num voltasse para nos salvar? E se ficássemos abandonados a nossa própria mercê, num mundo cruel, impiedoso, onde nossos semelhantes fossem nossos piores inimigos – bom, com isso já estaríamos acostumados – E se fossemos privados até mesmo da luz e do calor do sol? E se fossemos condenados a vagar pela esterilidade à espera do abraço inexorável da morte? É nesse cenário pós-apocalíptico que Cormac McCarthy conduz sua história.

Não se sabe o que aconteceu com o mundo, - provavelmente alguma conseqüência da Terceira Guerra Mundial – mas também não é esse o objetivo do livro. Não faz parte da trama como o mundo foi destruído nem como chegou aquele estado, o cenário cinzento, árido, escasso em recursos, serve apenas como plano de fundo para a sobrevivência de nossos dois protagonistas – é bem isso que o livro é: Um Guia e Sobrevivência.

O escritor, conta a história de pai e filho que partem numa jornada rumo ao litoral, o objetivo? Simplesmente vagar pelo mundo fugindo da morte. Não é uma aventura de ação, regada manobras fantásticas e tiroteios. Não espere ver nosso protagonista, dando um duplo twist carpado, enquanto atira na cabeça de dezenas de inimigos, nem nada mais brando. O livro segue numa atmosfera densa cheia de tensão, no melhor estilo: “abaixe-se e não faça nenhum ruído”. Como se não bastasse à procura incessante por alimentos, e água, os dois ainda tem que se esconder dos eventuais assassinos que vagam por aí, afinal de contas a falta de alimento levou as pessoas a praticarem canibalismo – como marca registrada de Cormac, o livro contém muitas “cenas” fortes, dignas de causar asco e repugnância, destaque para uma casa, onde pessoas vivas eram mantidas no porão, para abate.

O ponto alto do livro é a excelente narrativa de Cormac McCarthy, regada de realismo, e maravilhosamente bem detalhada, ela conta minuciosamente o dia a dia dos protagonistas. Desde quando acordam, até o preparo dos alimentos, passando pela higiene, e a busca incessante de objetos úteis no cenário devastado – se um dia o mundo chegar a esse ponto, você vai se agradecer por ter lido esse livro. A descrição do ambiente também é maravilhosa. Mesmo em um mundo cinzento e apático, Cormac não deixa passar nada: As nuvens que cobrem o céu e a muito esconderam o sol, as cinzas que caem eternamente, o frio, a deterioração da natureza, as chuvas constantes e a possível aniquilação da vida animal. O fator psicológico também não foi deixado de lado. A história é cheia de lembranças passadas e divagações por parte do pai do garoto, demonstrando toda a sua desesperança em viver porém muita teimosia em aceitar a morte, lutando com todas as forças para manter seu filho vivo. O lado do menino também não é esquecido, e mostra como jovem demais para conhecer o mundo como ele era, se adapta a única realidade que tem conhecimento.

A Estrada não é um livro de aventura, todo alegre e bonito de se ler, é sim uma narrativa sobre a sobrevivência, sobre a relação de amor entre pai e filho, e uma reflexão sobre o fim do mundo e a morte da humanidade.
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spoiler visualizar
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Fred 24/01/2013

Ainda não consegui entender o real motivo que fez o livro me prender tanto. Acredito que todo o conjunto da obra criam um cenário onde você se imagina na situação.
Não é por acaso que já recebeu tantos prêmios.
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Araggorn 26/04/2010

Ninguém descreveu tão bem o fim do mundo quanto ele.
Mccarthy traz essa caracteristica em seus livros de arrancar de seus personagens todos os tipos de sentimentos e de humanizá-los de tal maneira que nos sentimos dentro da história, sufocados e de olhos marejados com tamanha desesperança. Que Deus nos ajude!
Porque Mccarthy nos faz um grande alerta.

Um desesperado grito de horror...
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L F Menezes 06/03/2013

Uma estrada. Várias histórias. Dois livros.
Fazia tempo que eu tinha vontade de ler o Pulitzer de 2007. E eu não fui decepcionado: o livro é realmente muito bom. Cormac McCarthy conseguiu fazer uma bela história em um ambiente quase inóspito de beleza.
O livro em si pode ser separado em duas narrativas: a apocalíptica e o amor de um pai com seu filho. A primeira relata bem como seria se o mundo acabasse e só sobrassem algumas míseras pessoas na Terra, sem quase nenhuma planta viva (todas teriam sido queimadas) ou animal; onde as pessoas se tornam tão bestiais a ponto de comer as outras, inclusive seus próprios filhos, para sobreviver mais um dia; um mundo onde não se pode confiar mais em ninguém e no qual as leis naturais passam a ser mandamentos: "que vença o melhor" e "os mais fortes sobrevivem". Já a outra narrativa é sobre um pai e um filho (que perderam a mãe, que suicidou logo no início no fim do mundo) tentando sobreviver nesse espaço e sempre indo para o sul; sendo o pai um homem realista, que protegeria seu filho nem que fosse a última coisa que ele faria, e o filho o único ser com humanidade no coração ainda restante.
Por mais que a primeira narrativa seja criativíssima, muito bem elaborada e escrita de uma maneira maestral, "A estrada" tem toda a sua qualidade na segunda: os personagens não tem nomes, pois (quase) todo pai agiria da mesma forma com o filho, sendo assim não uma história sobre pessoas específicas, mas sim como seria com a maioria dos pais e filhos; o amor é relatado em todo o livro sendo a única coisa que os torna fortes, que enfrentam tudo e todos para proteger um ao outro; e os dois não são só meros personagens, e sim aqueles que "levam o fogo" (ou seja, a esperança) para todos os lugares que eles passam, esquentando o mundo frio no qual o sol não consegue passar das cinzas que pairam no céu.
Está certo que o livro às vezes é repetitivo (não como "A vida modo de usar"!), mas o leitor nem liga, pois a esperança nos faz andar e superar obstáculos com a expectativa de um final feliz.
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Felipe Gama 08/05/2010

a história tem seus pontos altos, porém um livro mto puxado à filosofia e um tanto que pessimista.
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icarosmm 03/05/2013

Cuidado com o Carro
Talvez pessoas olhem esse livro e pensem que se trata só de mais um livro que vai ocupar espaço na estante. O que pouca gente sabe, é que A Estrada é um livro pesado, cheio de desgostos humanos que causam náuseas, muito mais do que um espaço na estante de livros. Cormac McCarthy marcou sua carreira como escritor com belos dramas de fronteiras, e um dia apostou alto escrevendo sua receita habitual, mas ambientado num mundo pós-apocalíptico. Tocando na forma de defesa de um pai para seu filho, as situações do livro lhe deixa impressionado já pela sua descrição. McCarthy é extremamente detalhista em seu texto e não pensa na possibilidade de incomodar alguém com o que descreve. A caminhada dos personagens, não nomeados, até algum lugar no hemisfério Norte que não seja tão frio é travado pelo medo de serem vistos e apanhados por grupos de assassinos que, assim como eles, vagam atrás de comida pela mesma estrada. O problema maior são os assassinos, que além de matarem outras pessoas, de outros grupos, todos tem a tendencia de serem canibais. A falta de comida fez com que personagens secundários tornarem-se canibais, obviamente. Pode faltar comida sempre, mas pessoas fracas e debilitadas, nunca. Aliás, debilitado por demais está o próprio mundo. O autor de forma alguma descreve o que fez o mundo acabar, mas durante a leitura, os personagens se deparam com muitas cinzas pós queimada, córregos de águas amareladas, como veneno, entre outras coisas. Talvez seja a primeira história pós-apocalíptica começada pelo fator religioso, não por vírus, ou invasão alienígena.

Assim como muitos autores, McCarthy não escapa do paradoxo de escrever livros pós-apocalíptico, sem tocar que no fim das contas, são os vivos, os que sobreviveram que devem ser temidos. O problema é que em tempos como esses, em que o mundo não é mais mundo, o extinto de que todos precisam sobreviver aparece, mas com ele aparece a vontade de manter ordem partindo da maldade. O egoísmo, tanto visto no passado, presente e provavelmente no futuro, é o que impera diante dos que vivem nessas condições. No fim das contas, esconder-se também é caminho.
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Só Sobre Livros 24/05/2013

Buscando esperança em um mundo devastado
Confira resenha no blog http://sosobrelivros.blogspot.com.br/2012/12/buscando-esperanca-em-um-mundo.html
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