@aprendilendo_ 11/07/2021
Resenha de "Uma Confissão"
Considerado um dos grandes escritores de todos os tempos, Liev Tolstói tinha uma vida vazia e incrédula, com boa parte de seus anos perdidos em luxúrias e egocentrismos. No entanto, após uma profunda crise existencial, a qual o coloca de frente com a vontade de suicídio, o famoso autor russo passa a refletir constantemente sobre o sentido da vida, até, finalmente, encontrar-se com a fé em Deus. Escrito em 1879 e publicado pela primeira vez em 1882, “Uma Confissão” é um dos livros mais íntimos e desafiadores de Tolstói.
De início, com uma escrita extraordinária, tem-se um raciocínio singular, caracterizado pela lucidez e sinceridade crua de Tolstói, as quais não medem palavras para descrever a raiva, frustração e o nojo, seja de terceiros, seja do próprio escritor durante seu período de perdição. Nesse contexto, no desenvolver das cerca de 100 páginas, há uma evolução instigante das experiências do autor. Ou seja, a obra tem certo tom biográfico, o qual relata o caminho da escuridão à luz do russo e por isso, traz consigo um aspecto de intimidade, o qual, de maneira imersiva, fixa o leitor desde as primeiras páginas. Portanto, há aqui uma grande semelhança com o livro bíblico de Eclesiastes, desde seu caráter melancólico e arrependido, até as conclusões sobre o verdadeiro propósito da vida ser, justamente, servir ao Deus vivo.
“Uma Confissão”, de Liev Tolstói, é incrível, do início ao fim. Um livro instigante e desafiador, com reflexões sábias, temas complexos e conclusões arrebatadoras.
Nota:9,4
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