musa.de.homero 22/04/2021
Um Velho Amigo
Uma Confissão nasceu de uma das intensas crises de fé que Tolstói teve em 1789. A ideia inicial era que o livro fosse a introdução de um calhamaço intitulado Investigação da Teologia Dogmática (o mesmo só foi publicado após a morte do autor), entretanto os escritos se tornaram uma obra independente.
"Tudo se desenvolve, de transforma, marcha para a complexidade e para o aperfeiçoamento, e existe leis que dirigem essa marcha. Somos parte do todo. Quando conhecermos, na medida do possível, o todo, e conhecermos a lei do desenvolvimento, conheceremos também nosso lugar nesse todo e conheceremos a nós mesmos."
A obra trata de assuntos delicado como a crise de fé, o suicídio, a falta de esperança, a desigualdade social e outros.
"Acreditava em Deus, ou melhor, não negava a Deus, mas que Deus, eu não seria capaz de dizer; também não negava a Cristo e seus ensinamentos, mas em que consistia esses ensinamentos, também não seria capaz de dizer."
Entretanto esse livro vai além de apenas algumas palavras de um homem de 51 anos atordoado, ele se parece com uma conversa que você tem com um velho amigo, aquele amigo que entende todos os seus medos, sonhos, questionamentos, pensamentos.
"Todas as vezes que tentava exprimir em que consistia meus desejos mais sinceros, ou seja, ser moralmente bom, encontrava desprezo e zombaria; porém assim que me rendia a paixões sórdidas, me elogiavam e incentivavam"
Me senti acolhida com os pensamentos e críticas do autor, principalmente com os seus comentários ácido sobre as classes sociais mais altas e as instituições religiosas. O livro me impressionou muito, provavelmente é um dos meus favoritos agora.