Heymands 07/06/2021
O Lago das Sanguessugas: Não Entre no Lago de Barriga Cheia
Depois dos acontecimentos aterradores do último volume, os órfãos seguem seu destino para sua próxima tutora, a tia Josephine, que claramente sofre de estresse pós-traumático após a morte de seu marido.
A casa de Josephine perdura em cima de um penhasco, sustentada por algumas madeiras velhas e presumo que por alguma proteção quase que divina, afinal, não sei como não despencou.
Abaixo, sob o penhasco, está o Lago das Sanguessugas, lar de criaturas ferozes e famintas. Dizem que não se pode entrar no lago de barriga cheia, pois isso resultaria no fim de sua frágil vida, tomada por seres com inúmeros dentinhos afiados.
Os Baudelaire, sempre esperançosos e tentando enfrentar seus destinos com otimismo, que inclusive é o que me surpreende nessa série de livros, logo desanimam ao notar que os traumas da tia afetarão diretamente suas vidas desafortunadas de formas irritantemente rotineiras.
Conde Olaf reaparece de forma ainda mais sinistra e ameaçadora, provando mais uma vez que não temerá represálias e, para atingir seus objetivos, não medirá os esforços. Esforços esses sejam falsificações e charlatanismos, ou até mesmo ameaças terríveis e assassinatos.
O sr. Poe continua ingênuo e um tanto tapado desde o primeiro livro da série, o que, sinceramente, me dá nos nervos, o que mantém toda a responsabilidade de se manterem vivos nos ombros dos três órfãos, que desempenham papéis realmente extraordinários e inimagináveis pra impedir que o antagonista triunfe por completo.
É uma leitura rápida, e de narrativa fascinante, ainda não consegui me desprender da expectativa de que notícias boas cheguem, da esperança de que a vida das crianças melhore, mesmo com Lemony Snicket avisando a cada livro e a cada oportunidade que daí pra frente é só ladeira abaixo.