Thuanne Hannah 25/05/2018Após finalizar a leitura de A Garota no Gelo, fiquei ansiosa para ler mais uma aventura da detetive Erika Foster. Já adianto à vocês que gostei demais da história e minhas expectativas aumentaram ainda mais para o terceiro livro!
Dessa vez, Erika Foster está diante de um caso onde o protagonista já está sendo considerado um serial killer. Suas vítimas são sempre homens, encontrados em suas casas, nus, asfixiados com um saco na cabeça e amarrados. O primeiro era um médico bem sucedido recém separado e logo depois, um apresentador de televisão muito conhecido. Na mídia, o assassino tem vários "nomes", mas no livro, o autor seguiu a linha do anterior, chamando-o de "Sombra". O caso é bem complexo, já que é difícil achar ligações entre as vítimas e poucas pistas foram encontradas, com isso, Erika e sua equipe terá um grande trabalho pela frente. Mais uma vez, será necessária muita atenção a cada detalhe e um pouco de sorte para descobrir a identidade da Sombra.
Em Uma Sombra na Escuridão, já se passaram dois anos desde a morte de Mark, marido da Erika e percebemos que ela ainda está abalada com o acontecimento, sem conseguir se desviar da culpa que a persegue. Ela permanece muito fechada e totalmente voltada para o trabalho, são raras as vezes em que ela faz algo que não seja trabalhar. Nesse livro, ela se aproxima um pouco de Isaac Strong, um colega, médico legista que a ajudou no livro anterior. Mesmo não sendo uma grande amizade, é o que ela tem mais próximo disso. Muito do passado de Erika nos é apresentado nesse livro, o que me deixou bastante feliz, já que senti falta disso em A Garota no Gelo.
Nesta obra, o autor manteve o narrador em terceira pessoa e assim como o livro anterior, esse seguiu um bom ritmo. A leitura é bem dinâmica e o livro não se torna monótono em momento algum. Os capítulos permaneceram bem objetivos e a leitura agradável. Em Uma Sombra na Escuridão, Robert Bryndza optou por nos revelar quem é a Sombra lá pela metade do livro, o que achei arriscado no primeiro momento, porém, ao decorrer da história entendi os motivos do autor ter seguido essa linha de escrita. Ele conseguiu construir de forma impecável a personalidade da Sombra, dando ao leitor a possibilidade de conhecer seus motivos para cometer tais assassinatos e foi estranho como em certos momentos, podemos achar que os motivos por trás das mortes são "justificáveis", na cabeça do assassino, claro.
Percebi que Robert Bryndza gosta de abordar temas polêmicos, pois questões como pedofilia, estupro, relacionamento abusivo, homossexualismo e suicídio estão presentes no livro. Ele conseguiu trazer uma carga de drama com esses assuntos e várias coisas a refletir, mas sem exageros, assim como na obra anterior. Esse é mais um ponto positivo que pude reparar nos livros do autor, que me cativou rapidamente.
Neste livro, mais uma vez fiquei um pouco incomodada com aquelas cenas onde tudo acontece muito por acaso, mas devido ao final, creio que isso vai mudar no próximo volume. E outra coisa que me incomoda são os assassinos de ambos os livros entrarem o contato com a detetive de alguma forma. Acho um pouco forçado, tudo tem uma explicação, claro, mas não sei se havia necessidade.
Mesmo sendo dois casos diferentes, não recomendo que a leitura seja feita fora de ordem pois além dos casos, há uma história por trás e personagens que são interessantes de acompanhar. O autor investiu bastante nos personagens secundários, o que me levou a crer que eles serão bem importantes no livro seguinte e isso é ótimo, pois ele tem muita habilidade em criar personalidades, cada uma com sua peculiaridade, enriquecendo muito a série. Enfim, espero que tenham se interessado pelo livro, pois assim como o anterior, é maravilhoso e merece ser lido.
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http://www.everylittlebook.com.br/2018/05/resenha-uma-sombra-na-escuridao-robert.html