Luiza Helena (@balaiodebabados) 28/02/2019Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/Um Milhão de Mundos com Você é o livro que fecha a trilogia Firebird. Apesar dos altos e baixos da série e alguns detalhes nesse último livro, até que fechou de boa forma a história.
Nesse livro, eu tive uma relação de amor e ódio com Marguerite. Enquanto eu admirava a coragem e disposição que ela havia de sair pulando de universo e universo tentando salvar todo o multiverso da conspiração da Tríade, em certos momentos eu quis dar na cara dessa criatura por se importar com problemas um tanto nada importantes naquele momento. E o problema é ele mesmo, Paul Markov.
Desde o primeiro livro, apesar de todo o destaque que Paul Markov já teve até aqui, o próprio Paul Markov da dimensão de Marguerite não foi explorado, já que ele geralmente aparecia em outros Pauls nas viagens. Nesse livro ele está lidando com as consequências da fragmentação da sua alma. De um personagem com bastante potencial, ele se tornou um personagem um tanto chato por estar sempre - eu digo SEMPRE - discordando dos seus sentimentos e os sentimentos que Marguerite sente por ele. Toda vez que chegava nesse tópico em suas conversas, eu realmente respirava fundo e só conseguia pensar “migos, vamos focar no mais importante, sim?”.
Apesar desse pequeno detalhe, curti o ritmo da história. Com o lance de impedir os planos da Tríade, a história tem um ritmo bem acelerado. Nas partes que Marguerite ficava choramingando pela relação com Paul, em sua maioria ela se lembrava que existia uma missão maior em jogo e vida de bilhões de pessoas em várias dimensões. Nesse livro, Marguerite tem que encarar e enfrentar um lado seu que ela não conhecia.
Theo aqui continua roubando a cena, como maior apoio que Marguerite pode ter nessa missão. Pra mim, foi o personagem de maior crescimento na história. Mesmo com seus sentimentos por Marguerite, ele não deixava essa questão ou o fato que ela e Paul estarem juntos atrapalhar seu discernimento. Fora o amor e a amizade que ele tem por Paul é algo que achei diferente. Geralmente em romances YA, o carinha que fica de lado sempre acaba com algum remorso em relação ao casal.
Gostei também dos pais de Marguerite terem um maior destaque, principalmente os responsáveis pela conspiração da Tríade. Em contrapartida, temos o que também estão lutando contra a Tríade. Foi bem interessante ver a semelhança, assim como a diferença desses personagens. Por mais que eles sejam mentes brilhantes e amam suas filhas, em cada universo esse amor e inteligência levou a outro destino.
Outro detalhe que poderia ter feito o livro ser melhor é o final. Achei muito corrido e umas soluções bem miraculosas para uma história que é baseada em toda ciência e física. Por mim, teriam diminuído as viagens de Marguerite (porque teve lugar que foi desnecessário) e explorado melhor a conclusão.
Apesar de não ter sido uma história do jeito que imaginei e com aquele péssimo começo, a autora soube conduzir bem o seu propósito no restante da série. Um Milhão de Mundos com Você teve seus problemas, mas foi um bom final de trilogia.
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