Clarinha 17/03/2021Essa não é uma história de amorHenry Page tem 17 anos, está no último ano do ensino médio e leva uma vida sem muitas emoções. Seu foco está concentrado em conquistar a almejada vaga de editor do jornal da escola - a escrita é uma de suas grandes paixões -, e conseguir as notas para entrar em qualquer faculdade que o aceite.
Nesse momento, ficadas, namoro, sexo casual, ou qualquer outro tipo de relacionamento naturalmente instigado pelos hormônios adolescentes, estavam longe de ser um interesse ou uma prioridade na vida de nosso jovem narrador. Até que surge Grace Town, uma aluna recém transferida.
Com suas roupas de garoto grandes demais, corte de cabelo aparentemente feito com a tesoura mais cega disponível, aparência de quem não vê um chuveiro há um bom tempo e um andar manco acompanhado de uma bengala e olhar amargurado, Grace estava longe de ser a menina dos sonhos de alguém.
Acontece que a vida é engraçada, e a mente de Henry decidiu que sim, ele se apaixonaria desesperadamente por aquela garota esquisita e misteriosa. E é aqui que a história começa.
Essa definitivamente não é uma história de amor, também não é simplesmente sobre descobertas adolescentes e tudo isso que já estamos acostumados a encontrar em YAs. É sobre perda, sobre saber perdoar a si mesmo e aos outros, sobre entender que as pessoas não podem (e muitas vezes nem querem) ser consertadas.
O que mais me marcou, no entanto, foram os questionamentos acerca do amor romântico, de todo o mito do romance perfeito e de como a gente idealiza uma pessoa e espera que ela atenda a todas as nossas demandas.
Outro ponto alto é a narração em primeira pessoa de Henry, o humor dele vem na dose certa para nos fazer rir em meio ao caos e às reflexões profundas.