tici 23/02/2021Tá, primeiro queria dizer que foi uma peleja conseguir esse livro nessa edição que eu queria, então criei grandes expectativas sobre ele, e, quando finalmente chegou, saboreei tal como Clarice Lispector em "Felicidade Clandestina", a felicidade de tê-lo.
Ai então, comecei a ler.
Inicialmente fiquei frustrada e irritada com a narração meio pobre e a personalidade irritante e egoísta de Henry Page. No entanto, com o passar dos capítulo, depois de mais ou menos 50%, percebi que essa é a história que a autora queria nos contar. Sobre como, parafraseando a própria personagem (que inclusive, eu amei) da Grace Town, estamos tão autocentrados que não conseguimos enxergar as pessoas de verdade, mas apenas o que gostaríamos que ela fosse. Isso é humanamente egoísta e comum. Porque é mais fácil e mais poético enxergar as pessoas como alguém que pode ser mais bonito depois de quebrado, ou que temos o direito de concertá-las porque nós precisamos disso. Mas, às vezes, "shit happens" e isso é tudo.
Então principalmente nos últimos capítulos, me conectei muito mais com a história e senti muito melhor a mensagem. Eu estou grata por esse livro, pelo conforto do reconhecimento que a personagem da Grace (principalmente), da Lola e até do pé no saco do Henry geraram em mim.
Por isso, apesar de não ser a maior obra prima em sentido de narrativa, é um livro que se tornou um favorito.