Evelyn Soares 31/08/2020"As pessoas não são recipientes vazios para encher com seus devaneios."Quando foi lançado, me lembro de ter me interessado por esse livro por ter achado a capa interessante. Apesar de entrar na minha lista de leituras por conta disso, isso não foi o suficiente pra que ele se tornasse prioridade e ele foi ficando pra trás, até que essa semana vi o banner da adaptação do Prime e resolvi ler antes de assistir ao filme.
Eu gostaria de ressaltar o quão cuidadosa a autora foi com todos os seus personagens. Todos tem uma personalidade cativante, nenhum é um clichê (talvez só o Henry) e mesmo os que parecem clichês num primeiro momento, mostram um outro lado de si no decorrer do livro.
Confesso que a leitura não foi o que eu esperava e isso foi muito bom. O livro trata de primeiro amor, da imaturidade adolescente, de amizade, família...mas também trata do luto de uma forma muito real e que por ser real se torna dolorosa pra alguém que já tenha lidado com isso. Se sentir mal por continuar vivendo e experimentando coisas enquanto a pessoa que se foi não pode mais, se sentir culpada por ficar feliz...Os sentimentos de Grace são reais e são aumentados pela depressão que aparentemente ela desenvolveu depois do ocorrido, o que é um outro tema muito importante que eu não esperava encontrar nesse livro.
Mas apesar de tratar de temas complexos, a autora conseguiu guiar a estória de uma forma muito leve e que tornou a leitura muito fluida. O humor é natural, as referências são maravilhosas e geralmente muito divertidas (destaque pra Harry Potter, Edward Cullen e Taylor Swift), não consegui sentir empatia pelo Henry, mas adoraria estar inserida no círculo familiar/social dele que é composto por personagens maravilhosos com conversas incríveis.
Quanto a Grace Town, apesar da falta de responsabilidade afetiva que ela teve com o Henry em alguns momentos (não consegui sentir raiva de Grace pela forma como ela agia, eu culpei o fato dela não saber lidar com o luto e de não ter tido ajuda psicológica pra lidar com tudo) depois de tudo pelo que ela passou, eu só queria dar um abraço nela e dizer pra que procurasse terapia.