Os despossuídos

Os despossuídos Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin




Resenhas - Os Despossuídos


248 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Katharina.Pedrosa 01/01/2024

É uma obra que eu quero que mais pessoas conheçam
A narrativa transcorre em dois cenários distintos: o planeta Urras e sua lua Anarres. Urras abriga três grandes potências: A-Io (capitalista), Thu (socialista) e Benbili (ditatorial). Já Anarres foi colonizada por revolucionários que fugiram de Urras, estabelecendo um sistema anarco-comunista. Embora rica em minérios, Anarres carece de animais e enfrenta escassez na produção de alimentos. A relação entre Anarres e Urras é marcada por hostilidade, limitando-se ao comércio, no qual Anarres fornece minérios e Urras disponibiliza informações e recursos tecnológicos.

Em Anarres, a ausência de governo resulta em uma sociedade baseada na cooperação, embora ao longo da leitura percebamos que a coerção social está por trás desse aparente espírito colaborativo. Com a inexistência de dinheiro, a motivação para o trabalho é a responsabilidade pelo bem comum. Nesse contexto, tanto um agricultor quanto um cientista recebem o mesmo reconhecimento. A condição das mulheres em Anarres é notável, pois têm a liberdade de escolher seus trabalhos com base em interesses e disponibilidade de postos, em contraste com Urras, onde as mulheres são principalmente subjugadas aos homens.

A narrativa é conduzida pelo ponto de vista de Shevek, um físico de Anarres que viaja para Urras na tentativa de publicar sua teoria sobre simultaneidade. Essa teoria é crucial, pois possibilitaria a construção do ansível, uma tecnologia que zeraria o tempo de comunicação interplanetária. Shevek se depara com um mundo desconhecido em Urras, aprendendo sobre o sistema político, a posse, a necessidade de pagar por alimentação e moradia, a escassez de recursos básicos e a dinâmica entre homens e mulheres. A autora, ao abordar questões reais, sutilmente explora como esses problemas seriam resolvidos em uma sociedade alternativa.

Apesar de focar nas críticas a Urras, também são apresentadas críticas ao sistema político de Anarres, oferecendo ao leitor uma visão equilibrada dos dois sistemas, expondo suas fraquezas e virtudes. Além disso, a narrativa intercala capítulos que exploram os desafios enfrentados por Shevek em Anarres, desde a infância até a idade adulta. Essa alternância entre presente e passado quebra o ritmo da leitura, proporcionando uma visão abrangente do protagonista e do mundo ao seu redor.

Frase destaque: " Porque nossos homens e mulheres são livres...por não possuírem nada, são livres. E vocês, os possuidores, são possuídos. Vocês estão todos presos. Cada um sozinho, solitário, com um monte de coisas que possui. Vocês vivem na prisão, morrem na prisão. É tudo que consigo ver nos seus olhos..."





comentários(0)comente



souphiss 31/12/2023

Sim, eu lamberia o chão que a ursula passasse
100% minha autora de ficção científica favorita, mesmo tendo lido (agora) dois livros dela. nunca vi alguém que escrevesse sci-fi assim de um jeito tão bom, não inovando só em tecnologia, mas em sociedade e gênero, no outro livro que li dela.

esse aqui me fez observar duas sociedades completamente diferentes, uma anarquista em Anarres e uma sociedade mais similar a nossa em Urras. são dois mundos completamente distintos, em planetas geograficamente tão opostos, que a comparação fica muito mais divertida e interessante. faz pensar sobre outras formas de organização social, formas que eu já pensava sobre, mas é sempre um exercício fantástico ler sobre isso em ficção.

vai ser sempre um dos meus favoritos ??
comentários(0)comente



Daniel.Tschiedel 29/12/2023

Impossível não questionar nosso modo de viver
O livro é fantástico, muito mais palatável que A Mão Esquerda da Escuridão. Aqui eu consegui me apegar aos personagens principais e o livro não foi nem um pouco maçante.

Lendo sobre a sociedade de Anarres, apesar dos problemas que lá ocorrem, me parece um sonho poder viver em uma sociedade daquela (claro que não nas mesmas condições de planeta inóspito).

O livro te faz pensar o tempo todo sobre a desigualdade social do nosso mundo, do absurdo do consumismo, do porque uns vivem na miséria enquanto outros na fartura e mostra como seria uma sociedade onde todos fossem tratados de forma igualitária e fraterna, onde a ideia de posse não existe.

Vale a pena demais a leitura!
comentários(0)comente



Priscila.Freitas 29/12/2023

História interessante. Foi uma boa experiência de leitura. Um livro de ficção cientifica bem construído
comentários(0)comente



Larissa.Colares 28/12/2023

Incrível! Depois de pegar o ritmo da narrativa, o livro se torna uma leitura viciante. Me fez pensar muito sobre como sistema político-econômico tem forte influência em praticamente tudo na vida das pessoas: na forma que pensamos, que interagimos, que demonstramos amor, que trabalhamos, que fazemos ciência, que nos comunicamos?
comentários(0)comente



Aline 17/12/2023

As expectativas não foram atendidas
Eu criei muitas expectativas pelo fato da Ursula ser uma das poucas mulheres proeminentes nesse universo da ficção científica, mas achei o livro bastante maçante, as coisas não me pareceram muito bem amarradas e vc não consegue se conectar e criar laços com os personagens, me arrastei por muito tempo para concluir, os únicos momentos que salvam são trechos em que o personagem discursa sobre assuntos políticos e sociais que são uma crítica a nossa sociedade, sobre a situação das mulheres, da destruição do planeta, do trabalho e outros assuntos.
comentários(0)comente



Lucy 08/12/2023

Ser sustentada enquanto trabalho
O exercício de imaginação desse livro é tão grandioso quanto o de 1984 e admirável mundo novo, porém, com a possibilidade de abranger uma utopia e uma diatopia, uma teoria do tempo e uma narrativa que versa ao mesmo tempo metanarrativamente, pois é psicológica, em seu enredo pois tem os 3 mundos (anares, urras e terraahaha, esqueci o nome), assim como o anarco comunismo, o capitalismo e o depois coexistindo com a teoria de Shevek: a simultaneidade.
É um livro sobre "viagem no tempo", de certo.
comentários(0)comente



Juba 03/12/2023

Me senti 100% do tempo meio desconfortável ao ler esse livro hahaha o que é bom nesse caso, tirou da zona de conforto. Me fez refletir sobre questões que não tiveram conclusão NENHUMA e isso foi bem engraçado
Também foi grande parte do livro pensando "MANO ONDE DIABOS ISSO VAI DAR".
Gostei bastante, ótimo sci fi!
comentários(0)comente



Lilian.Cava 05/11/2023

Extremamente inteligente
Livro 5 - 2023: Os despossuídos, Úrsula K. Le Guin (Eua, 1974) ??

Finalmente consegui pegar um livro de uma das mais aclamadas autoras da ficção científica. Aqui temos uma história de dois planetas gêmeos (Um paralelo próximo seria a Terra e a Lua) que possuem características e sociedades completamente diferentes: um tem recursos naturais abundantes e uma grande desigualdade social; o outro é um país com poucos recursos naturais e um consolidado sistema anarquista.

Esse foi meu primeiro livro favoritado do ano, pois é uma leitura simplesmente incrível. É aquele tipo de livro que te cativa por te tirar da zona de conforto e fazer você refletir sobre os problemas do mundo e da humanidade. Apontando tanto os problemas da sociedade atual, quanto da utópica sociedade igualitária e comunista/anarquista, te faz sonhar com um futuro e uma organização que melhor dos dois sistemas pudesse ser combinado.

Não é uma leitura rápida e leve, no sentido de não ser entretenimento puro, pois a autora leva um tempo construindo a ambientação da história. Tem uma linguagem bem fácil de entender e até algumas reviravoltas legais. É uma história extremamente valiosa e inteligente. Já quero ler tudo que essa mulher publicou.

Nota: 5 ???
comentários(0)comente



naedellaparma 05/11/2023

Passado, presente e futuro numa coisa só
Imagina uma revolução feita por anarquistas, esses sendo retirados do planeta e sendo colocados na lua, para viver em miséria e escassez de matérias primas. É assim que vivem os anarrestis no planeta Anarres. Sua forma de organização social é digna de estudos. Os Despossuídos me lembrou A Utopia de Thomas More, a diferença aqui é a proximidade, a capacidade de ver nesse livro algo que realmente possa funcionar em algum lugar. O livro tem como principal base a teoria de tempo que um físico anarresti está propondo, uma teoria que poderia facilitar e/ou destruir tudo para todos os planetas já localizados. A genialidade da autora aqui é fazer com que a teoria seja exatamente colocada na distribuição dos capítulos, alternando entre passado, presente e futuro, te deixando confuso sobre o que é o quê no livro, ela vai tecendo a teoria de Shevek e deixando claro para a gente o que ele propõe.

O livro tem uma certa queda no dinamismo da narrativa ali por volta dos 3/4 do livro. Talvez também seja porque, atropelado pelas leituras da faculdade, precisei pausar a leitura desse livro, que fez a velocidade diminuir muito e me arrastar um pouco na leitura. Mas como o livro tratava exatamente de tempo, li isso não como um "perder tempo" mas como uma construção desse mesmo passado - presente - futuro. Nesse sentido, fui jogado no próprio fluxo temporal do livro.

Ursula é uma das poucas mulheres que conheço da ficção científica e vale com certeza a leitura.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



ED73LH 25/10/2023

Apenas leiam!
Com toda certeza o livro que fez eu me apaixonar por ficção científica. O livro traz debates sociais incríveis num universo muito rico.
comentários(0)comente



ArthurmalariA 24/10/2023

Além do comunismo!
Os despossuídos é o sexto livro publicado de Ursula Le Guin, lançado em 1974. Nos conta a história de duas luas irmãs, ou melhor, um planeta rico em recursos e uma lua mais seca (quase um paralelo entre nossa terra e a lua) onde no planeta se situam capitalistas e na lua os anarquistas. Muito além do comunismo, ou como a autora se refere aqui, o comunismo que foi além e deu certo, esse livro nos mostra uma sociedade ideal, anarquista, e responde aqui as perguntas sempre feitas pelos defensores do capitalismo "onde está a meritocracia?" ou "porque as pessoas fariam algo sem serem obrigadas". A educação e doutrinação pelo bem maior e a necessidade de sobrevivência é o ponto chave, aqui a autora nos apresenta também como a sociedade ideal começa a ruir com os egoizados, não nos apresenta uma solução definitiva, cabendo a discussão e estudo. O maior problema de ler esse livro foi identificar o porque não conseguir viver naquela sociedade, principalmente por ter sido criado fora dela e nao me adequar a muitas de suas maneiras de fazer as coisas. A desposse e coletividade apresentada no livro é um conceito inexistente em nossa forma de pensar e cultura, e acho que seriam as maiores resistências além da queda do capital e do patriarcado para uma mudança tão drástica, mas a leitura vale tanto a pena que nos leva a sonhar que algo assim pudesse existir de verdade. Indo além da ficção desse livro, talvez seja a nossa única saída num futuro frente ao aumento das inteligências artificiais cada vez mais evoluídas no nosso dia a dia. 10/10
comentários(0)comente



@quixotandocomadani 18/10/2023

"Se é o futuro que vocês procuram, então devo dizer-lhes que vocês tem que vir de mãos vazias."
Há 7 gerações, revolucionários odonistas saíram de Urras para criar uma nova civilização sem leis, sem dinheiro, sem governo, sem propriedade privada. Essa é Anarres, um planeta árido, com poucos recursos naturais. Já Urras é um planeta com forte desigualdade social, repleto de belezas desperdiçadas por seus habitantes que só pensam em poder, luxo e dinheiro. Os dois planetas são rivais, crianças de Anarres são educadas para temer e odiar Urrás. Shevek, um cientista de Anarres, decide ir para Urras e tentar quebrar esse gelo entre os dois planetas, descobrindo o lado bom e ruim de ambos os lugares. O que me leva a concluir que não existe um sistema econômico perfeito, porque o ser humano não o é. Excelente livro para debater ideias!

O livro aborda muitos assuntos, mas para mim a mensagem principal foi não ter preguiça de pensar, ter ideias, questionar o que realmente queremos e não seguir simplesmente a maioria por medo de não ser aceito ou por comodidade. Cada ser humano tem um poder enorme dentro de si.

E o título do livro! Os despossuídos, sobre o Ter e o Ser: “Quanto menos Shevek tinha, mais absoluta se tornara sua necessidade de ser.”




site: https://www.instagram.com/quixotandocomadani/
comentários(0)comente



Raphael.Prista 17/10/2023

Obra prima isso aqui
Ursula aqui ta no seu auge. Criando uma distopia com dois mundos diferentes onde um é capitalista e o outro comunista ( na real anarco-comunista sendo mais exato) ela faz as críticas de uma forma tão sutil e profundo que eu fico abalado. Quando o protagonista começa a falar sobre o Dor eu fiquei de queixo caído bagulho de louco.

As fortes críticas ao patriarcado e ao machismo presente no planeta capitalista (obv) são muito atuais e prosperam até os dias de hoje. Traz tb vários debates sobre o consumismo e consciência social e como deixamos ser levados pelas coisas que temos. É foda. É genial.

Ursula também se propõem a debater e refletir sobre o anarco-comunismo na Lua levando mais além a sua obra. Sempre fazendo um paralelo com a guerra fria.

Obra prima.
comentários(0)comente



248 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR