Crestani 10/10/2017
Meu Deus, que livro é esse..
Gente, estou apaixonada!
Estava eu, na faculdade, no intervalo entre duas provas e resolvi entrar na livraria, sem compromisso, pra ver as novidades. Dei de cara com esse livro e, apesar da sinopse não ter chamado tanto a minha atenção, resolvi levar pra casa.
Acho que não pode ser considerado realmente como thriller pois ele não dá medo nem angustia em nenhum momento. Mas que ele é psicológico, ah, isso ele é sim.
Passa pelos nossos olhos toda a degradação da mente humana, como ela vai se construindo e ganhando forma, até chegar ao ápice da loucura. Eu, particularmente, amo tudo relacionado a psicologia, e esse livro nos fala muito do estresse pós traumático, de como uma pessoa pode sucumbir a depressão, a neurose, até a psicose sem nunca nem pensar que isso poderia acontecer.
Quanto aos personagens:
Heidi: mãe da Zoe, esposa do Chris, é ela quem encontra pela primeira vez a Willow e a bebê no trem logo nos primeiros parágrafos. Ela é humanitária, tem um coração enorme, ajuda a todos e trabalha pra uma ong sem fins lucrativos que ajuda pessoas em estado de extrema pobreza. É uma personagem bem controversa, nos faz sentir pena, amor e muita raiva dela conforme o decorrer da história.
Chris: marido da Heidi, trabalha como assessor bancário, e vive mergulhado no trabalho. Viaja muito, deixando mulher e filha sozinhas. É um cara legal, que se preocupa com a família apesar de não fazer nada além de trabalhar. Sinceramente, achei ele um pouco tarado, todo o tempo olhando pra outras mulheres, pensando em seus corpos, comparando com o da sua mulher. Bem desrespeitoso. Mas acima de tudo, continua sendo um cara legal cheio de defeitos.
Zoe: filha da Heidi e do Chris. CHATA, CHATA E CHAAAATA! Personagem insuportável! Detestei ela do início ao fim, necessária apenas pra explicar porque o Chris é tão ausente e a Heidi tão neurótica. No início a história focou tanto nas estranhezas e nas chatices da Zoe que pensei até que estivesse acontecendo algo com ela, porém não se enganem, ela é apenas insuportável mesmo.
Willow: não posso falar sobre ela porque tudo o que eu sei fui descobrindo conforme fui lendo. Só em falar que ela é legal ou não já estaria soltando um tremendo spoiler, já que ela aparece como uma incógnita para todos até boa parte do livro. Posso dizer apenas que gostei muito da construção que ela teve, foi muito completa e nos fez entender muitas coisas no decorrer da história.
Único ponto que não achei muito bom, mas que não chega a ser um ponto negativo é a narrativa. Ela é arrastada e a autora enrola demais durante a narração. Ela fica confabulando e retrocedendo os personagens, chega uma hora que cansa um pouco. Mas achei muito necessário, porque no final tudo se encaixa.
É uma história que não deixa NENHUM PONTO solto e isso eu achei impressionante. Porque a autora nos traz tantos detalhes, tantas situações que eu cheguei a pensar que ela nunca iria conseguir sanar todas as minhas duvidas no final, mas conseguiu. E o fez com maestria.
Enfim, se você está começando no gênero, escolha um livro mais facil pra se acostumar com o tema. Mas se já é uma leitura recorrente, RECOMENDO MUUUUITO! Principalmente pra você que, como eu, ama psicologia e historias que vão se amarrando aos poucos.