Daynna Kate 18/01/2021
Abrangente
Não esperava uma linguagem tão acessível. O livro trata da vida em todos (ou quase) os âmbitos da vida. Em certos momentos, chega a ser quase poético (ou pode ser apenas meu modo de ver). Nos faz apaixonar-se por sociologia e apavorar-se com a humanidade simultaneamente. O rumo que a sociedade como um todo tem tomado naturalmente (ou não), é semelhante a alguém ?patinando no gelo fino? em alta velocidade. Me faz pensar no quanto a ?evolução? sempre traz uma ?involução?. É como se não pudéssemos ter apenas a primeira. A evolução em tecnologia, a involução da coletividade ou comunidade no seu sentido mais puro. O auge da liberdade, o auge da desordem.
No passado, com menos ?liberdade?, papeis bem delineados e definidos. O filho, o pai, a mãe, o escravo, o senhor. Hoje, você decide seu papel ou tenta encontra-lo ou mesmo defini-lo por você mesmo. Se nasce e se morre nessa procura. Me faz pensar: Fomos feitos (ou existimos, à critério de sua crença) para procurar/definir tais papéis? Ter a liberdade de viver nesta busca até a morte não nos tira a liberdade de apenas viver? Se já sei o meu papel dentro da sociedade, da minha família e mesmo pessoal, logo, minha busca seria apenas viver esses papeis da melhor maneira possível. Bom, a regra atual é a tal ?desconstrução? e esse pensamento parece o contrário disso. Mas desconstruir a desconstrução seria ela mesma em sua plenitude, ou não? Talvez dar dois passos ?atrás? seria estar mais à frente. O objetivo aqui é apenas reflexão. O mundo todo vai na mesma direção e isso é no mínimo estranho. Seria muita ousadia olhar o lado oposto?
Mas posso estar apenas relatando os questionamentos causados pela leitura e não falando do tema em si, proposto por uma resenha. Essa é minha tentativa de retorno. O título e tema refere-se à citação de Karl Marx ?Tudo o que era sólido se desmancha no ar...?. Segundo Bauman, existem as modernidades sólida e líquida assim como capitalismos sólido e líquido. A proposta não é definir um ou outro como mais ou menos prejudicial e sim colocar todas as cartas à mesa. E a partir disso é discorrido sobre racionalidade instrumental, os dilemas da liberdade, teoria crítica, indivíduo x cidadão, comunismo, capitalismo, consumismo e como ele afeta as relações pessoais, trabalho, procrastinação, laços humanos, comunidade, segurança e por fim, discorre sobre a sociologia e o porquê de escrever sobre, de forma linda. Não há como resumir, é muito abrangente como podem ver. É um livro necessário e recomendável a todos que desejam mais conhecimento sobretudo de si mesmo.