Debora.Vilar 22/07/2018Conceitos básicos para entender a obra e a Modernidade líquidaPrimeiramente, vou comentar sobre o autor, Bauman era polonês e precisou fugir do holocausto, se formou em Sociologia e viveu a maior parte da sua vida na Inglaterra como catedrático.
Por suas teorias sobre Modernidade, ele é considerado um dos maiores influenciadores desse século.
Agora vou comentar sobre o livro, apesar da escrita ser fácil, (é como se você escuta-se o seu avô falar sobre como eram as coisas no seu tempo), não deixa de ter o rigor acadêmico, isso me fez ler e reler o livro várias vezes, mesmo quando estava quase na metade da obra.
A obra possui 5 capítulos: o capítulo primeiro é Emancipação esse capítulo foi o meu favorito, ele fala sobre política, um dos pontos que mais gostei é a tese que o indivíduo mata o cidadão.
“Não é mais verdade que o “público” tente colonizar o “privado”. O que se dá é o contrário: é o privado que coloniza o espaço público, espremendo e expulsando o que quer que não possa ser expresso inteiramente, sem deixar resíduos, no vérnaculo dos cuidados, angústias e iniciativas privadas” (2001, p.49).
No capítulo dois Individualidade, Bauman começa analisando a obra Brave New World de Aldous Huxley e 1984 de George Orwell.
Segundo Bauman, os dois autores se dispõem a descrever como será o futuro da humanidade.
“O de Orwell era um mundo de miséria e destituição, de escassez e necessidade; o de Huxley era uma terra de opulência e devassidão, de abundância e saciedade” (2001, p. 64).
“[...] Huxley e Orwell não podiam conceber uma sociedade, fosse ela feliz ou infeliz, sem administradores, projetistas e supervisores que em conjunto escreviam o roteiro que outros deveriam seguir, ordenavam o desempenho, punham as falas na boca dos atores e demitiam ou encarceravam quem quer que improvisasse seus próprios textos (2001, p. 65).
Os temas abordados nesse capítulo são: capitalismo e consumismo.
O capítulo três é quando explica melhor o que é Modernidade líquida, o capítulo trata de Tempo/Espaço.
Os Conceitos Não-lugares, leveza e instantaneidade são chave para entender como funciona a Modernidade líquida.
Capítulo quatro: Trabalho.
Os trechos que gostei já falam por si:
“ [...] atraídos e puxados pela esperança de que 'nossos negócios prosperarão', a única 'evidência' que temos é o jogo da memória e da imaginação, e que as liga ou as sepera é nossa autoconfiança ou sua ausência (2001, p. 152).
“Todos aprendemos às nossas próprias custas que mesmo os planos mais cuidadosos e elaborados têm a desagradável tendência de frustrar-se e produzir resultados muito distantes do esperado; que nossos ingentes esforços de 'pôr ordem nas coisas' frequentemente resultam em mais caos, desordem e confusão; e que nosso trabalho para eliminar o acidente e a contigência é pouco mais que um jogo de azar” (2001, p. 156).
O último capítulo é Comunidade, um assunto interesse que ele aclara, é a diferença entre Nacionalismo e Patriotismo, e amarra-os tecendo sobre cloakroom community, e/ou cloakroom - seria uma casa de espetáculos - community comunidade.
Portanto cloakroom community são espetáculos que atrai interesses de indivíduos, um exemplo citado é o carnaval.
Mais uma vez comenta de as obras de Huxley e Orwell.
“'Cloakroom' ou 'de carnaval', as comunidades explosivas são uma características tão indispensável da paisagem da Modernidade líquida quanto o pleito essencialmente solitário dos indivíduos [...] O admirável mundo novo de Huxley tomou emprestado ao de 1984 de Orwell o estratagema dos 'cinco minutos de ódio (coletivizado)', . A cada dia, as manchetes de primeira página da imprensa e dos cinco primeiros minutos da TV acenam com novas bandeiras sob as quais reunir-se e marchar ombro(virtual) a ombro (virtual). Oferecem um 'objetivo comum' (virtual)em torno do qual comunidades virtuais podem se entrelaçar, alternadamente atraídas e repelidas pelas sensações sincronizadas de pânico (às vezes moral, mas geralmente imoral ou amoral) e êxtase (2001, p. 229).
Esse foi o meu resumo da obra, eu gostei muito de ter lido, e acho que agora entendo melhor a infraestrutura desse tempo, chamado por muitos de Tempos líquidos.
Espero que gostem.