Beatriz 16/11/2022É sobre racismo e desesperançaEsse foi o 3° livro paradidático do 1° ano do ensino médio. Ele mostrou como era na epóca pós abolição da escravidão no Brasil, claro como imaginamos, a sociedade não tinha evoluído ao ponto de ver negros como iguais, mas a autora, como a maioria, escolhe focar nos exemplos ruins e deixar qualquer raio de esperança fora de vista. Ponciá Vicêncio é uma mulher, que herdou do avô a revolta com a situação dos negros, revolta essa que o fez enlouquecer quase matando sua família e a ele mesmo, entretanto só resultou na perda de uma de suas mãos. Outro ponto considerável é a crença de que meninas não podem passar por debaixo de arco-íris, senão viram meninos. Entretanto Ponciá passa por um arco-íris toda vez que vai pegar água para sua mãe, sempre pulando para o outro lado dele com as pernas grudadas, numa dessas vezes ela foi verificar se não tinha se tornado um menino e acabou se masturbando, coisa que se tornou comum para ela até depois de se casar. No livro as pessoas acreditam que essas passadas pelo arco-íris foi o que fez Ponciá herdar o espírito do avô. Ela morava no campo com seus pais e irmãos, mas querendo mudar de vida ela viajou para a cidade onde conseguiu emprego, conheceu seu marido, do qual engravidaria sem secesso muitas vezes, e construiu sua casa. A vida que levava era miserável, não apenas pela perda dos filhos e pela situação financeira, mas pelas brigas com o marido que muitas vezes acabavam com violência, isso somado a sua falta de esperança com o futuro a fez entrar em depressão. O irmão de Ponciá, depois de um tempo, também a seguiu e foi para a cidade, mas não sabia onde a irmã estava, então foi trabalhar em uma delegacia onde um policial o ensinou a escrever. Confesso que o livro não sai muito disso e por essas e outras o abandonei, mesmo faltando poucas páginas, como eu disse antes o livro só foca na desesperança, chegando ao fim sem nenhuma mensagem ou qualquer coisa que me faça ler de novo ele para relembrar. Ele é apenas um retrato de uma parte vergonhosa da sociedade da época, ao mesmo tempo que é uma lembrança do quanto somos inclinados a transformar em monstros todos aqueles que lembram quem nos feriu e como temos dificuldade de separar pessoas de grupos.