Nina Souza 13/03/2024
Um livro que amo
Caroline Trent é peculiar em muitos aspectos, dentre eles, um particular em sua vida fazia com que fosse transferida de tutor para tutor. E agora estava prestes a ser forçada a casar com um homem que só se interessa pela fortuna que herdou... No entanto, ela só precisa de mais seis semanas para ter o controle de sua própria vida.
É claro que não esperava ser sequestrada por engano, mas enxerga nisso uma possibilidade de escapar de um fardo e de uma vida repleta de infelicidade. Quando o agente Blake Ravenscroft torna Caroline sua refém, no entanto, ele pensa que é uma espiã espanhola perigosíssima – mas logo percebe que não faz questão de apressar o interrogatório, e ela, é claro, não faz o menor esforço para se libertar da garra do agente sedutor.
Foi um livro que me tirou risadas sinceras em dias ruins. Caroline e Blake tem uma química irresistível, assim como provocações infantis e muitos momentos divertidos entre si e com os personagens secundários que compõem a obra. É um tipo de relação leve em contraste com todo um processo de cura de passados assombrosos.
Sou apaixonada por esse livro, e todas as vezes que eu o releio me trazem o conforto de uma primeira vez. É um romance de época agradável, em que se vê um lado pouco conhecido para além dos salões de baile e cortes: como a espionagem a serviço da Coroa funcionava – ou deveria funcionar.
A narrativa é simples, direcionando os dramas pontuais para as consequências de um trabalho além dos títulos sociais. Gosto muito do fato de que a mocinha foi literalmente arrastada para esse universo, e conseguiu fazer parte de todo o esquema da narrativa de uma forma muito particular e natural dela – e, claro, desarmar o mocinho com mais facilidade do que a espiã espanhola que tanto precisava ser capturada e levada à justiça.
site: instagram.com/cartografialiteraria