Pam 09/06/2021
Mais do mesmo.
John Green é um autor que segue basicamente uma fórmula, eu sinto que ao ler um ou dois livros dele, você já leu todos. Eu vi muita gente elogiando "Tartarugas Até Lá Embaixo", não sei se eram leitores novos, mas não entendi a origem desses louvores. Nota-se que no momento em que estou escrevendo essa resenha eu tenho 25 anos e talvez por não ser o público alvo, esse livro foi muito fraco para mim. Há 10 anos eu talvez aproveitasse melhor essa leitura, até porque eu me deliciava lendo os livros desse autor quando eu estava em minha época de ensino médio, mas ao lê-lo hoje senti que foi uma leitura desprezável e que eu provavelmente vou esquecer tudo em algumas semanas. Não me impactou nem me emocionou em momento algum. Raso e sem graça.
O livro acompanha a Aza, uma garota que tem TOC, e suas aventuras com seus amigos e um interesse romântico. Eu confesso que não entendo muito de TOC e como seria uma representatividade apropriada, mas até onde compreendo, achei que pelo menos essa abordagem pareceu bem feita. A forma como pudemos ver a agonia e pensamentos dela acredito que seja próximo do que uma pessoa sente na vida real.
Sobre os relacionamentos, como o título da resenha já diz, é mais do mesmo quando se trata de John Green. Adolescentes comuns vivendo suas vidas pacatas de ensino médio, até que são surpreendidos com o desaparecimento do pai de um amigo rico (o Davis) da Aza. Obviamente o Davis se torna interesse romântico da Aza e é o garotinho dos sonhos: poeta, sensível, amoroso, rico e divertido. As vezes chegava a dar vergonha alheia ler algumas cenas deles que foram obviamente feitas pra serem "fofas" (talvez, novamente, isso seja problema meu, acho que não tenho mais tolerância pra romances heterossexuais de ensino médio). Momentos totalmente clichês e que não me envolveram em momento algum, o sentimento não me convenceu. Além disso, temos a melhor amiga da Aza, a Daisy, uma entusiasta fervorosa e autora de fanfics de Star Wars. A Daisy rendeu alguns momentos divertidos falando de discussões entre os fãs de SW, uma das únicas coisas que realmente me entreteram no livro.
O desenrolar do mistério do desaparecimento do pai do Davis é bem frustrante e tedioso, mas acredito que esse não era o foco do John Green, não é um livro de mistério, mas quem lê esperando algo interessante, não vai ter. É bem um livro de rotina, só pra você acompanhar a vida de pessoas normais, que apesar de suas particularidades, não tem nada de especial (acredito que esse era realmente o objetivo do John).
Para não parecer que o livro foi totalmente péssimo, já digo que não foi. Foi simplesmente muito fraco. Ele tem pontos positivos, como a fluidez da leitura. É uma obra que facilmente pode ser lida em pouco tempo, não só pelo número pequeno de páginas, mas porque em momento algum é arrastada, sempre tem algo acontecendo na vida dos personagens, então se torna fácil seguir lendo. Na questão da narrativa, eu gostei muito de como dessa vez o John Green falou de aspectos socioeconômicos, e gostei de como foi apresentado, mostrando a diferença entre classes sociais e como isso pode afetar nossas amizades. É algo bem pequeno e sutil, mas o suficiente para uma obra adolescente.
História esquecível, personagens esquecíveis, e relacionamentos repetitivos e sem graça. Quem quiser ler que leia por sua conta e risco, eu não recomendaria esse livro pra ninguém. Talvez quem esteja no público alvo da história se envolva mais, mas acredito que seria mais proveitoso ler os outros livros mais clássicos do John Green, porque esse foi muito morno. Não gosto de escrever resenhas negativas, mas sinto que essa precisa ser feita para evitar mais frustrações iguais a minha, eu mesma adoraria ter sido poupada dessa leitura.