A Garota Alemã

A Garota Alemã Armando Lucas Correa




Resenhas - A garota alemã


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Caverna 02/01/2018

Em 1939, Hannah Rosenthal descobre como o mundo pode ser feio.

Aos 11 anos, ela mora com seus pais em Berlim, onde nasceu. Os pais são donos de um prédio residencial, e agora, no meio da Segunda Guerra Mundial, se vêem obrigados a sair às pressas do lugar que sempre lhes pertenceu. Os vizinhos, antes simpáticos e agradáveis, agora chamam Hannah e sua família de sujos, impuros. A mãe, sempre bem-vestida e cuidada, está prestes a desmoronar. O pai felizmente consegue vistos, autorizações e passagens para que eles viagem junto dos refugiados em direção a Cuba, onde irão se abrigar após gastarem todas suas finanças como garantia da viagem.

Hannah não iria sem seu melhor amigo, Leo Martin, e por sorte seu pai também conseguira uma passagem para ele e seu pai. Leo e Hannah são grudados, e Leo diz que eles irão construir uma família em Cuba. Ele é um garotinho extremamente alegre, elétrico e bem informado, sempre prestando atenção nas conversas dos adultos para depois contar para Hannah as novidades.

A mãe de Hannah não gosta que a filha ande pelas ruas, mas Hannah não se importa, contanto que esteja com Leo. Juntos, eles se sentam e escutam as notícias no rádio de um Ogro. Os ogros são todas as pessoas consideradas limpas, as que os desprezam e os olham com nojo. De um dia para o outro, a família de Hannah passou a ser desvalorizada, e embora ela não compreenda muito o motivo daquilo, ela sabe que Berlim não é mais seu lar. Sabe que precisam fugir e, acima disso, precisam sobreviver.

Em 2014, Anna Rosen descobre que possui uma tia distante, logo quando achava que estava sozinha no mundo.

Seu pai morrera antes mesmo de saber de sua existência. Sua mãe ia lhe contar justo no dia em que as torres gêmeas desabaram com ele dentro. Depois disso, sua mãe foi perdendo cada vez mais as forças até não sair mais do quarto. Anna prepara seu café e leva para ela todos os dias, mas sente que ela não irá aguentar por muito mais tempo, então quando recebe uma carta da tia que criou seu pai, ela se enche de felicidade. Após a chegada da carta e de um determinado susto, a mãe de Anna recupera a energia aos poucos e topa viajar com Anna para Havana, onde encontrarão Hannah, uma senhora de 87 anos que possui muitas histórias a contar para Ana, embora nem todas sejam felizes.

Eu já esperava me emocionar com A Garota Alemã, mas não tanto quanto me emocionei. A história é dividida em três partes e os capítulos são narrados de forma intercalada entre Ana e Hannah, cada uma contando sua história até que as duas se conectam. A obra é baseada em fatos reais sobre o famoso transatlântico St. Louis que transportou 936 judeus refugiados da Alemanha Nazista e somente 4 conseguiram permissão para entrar em Cuba. O resto foi enviado para outros países e eventualmente caçados pelos alemães através da guerra.

Além do terror já conhecido causado pelo Holocausto, a obra de Armando é narrada pelos olhos de uma criança, de forma que encaramos a realidade vivida pela família de Hannah através da inocência e da ingenuidade. Hannah e Leo sabem que correm perigo, mas não são capazes de entender por completo o motivo, o que fizeram para isso. E ainda assim, os dois são personagens fortes que são obrigados a se tornarem adultos muito rápido. Embora a infância ainda esteja presente em suas vidas, a perda e a dor os fazem crescer e enxergar o mundo de outra forma. É de apertar o coração o momento em que Hannah percebe a gravidade da situação, quando se dá conta que sua família nunca será a mesma, que parte de sua vida foi destruída pela guerra, e que não há nada ao seu alcance a fazer.

Armando conseguiu unir dois eventos trágicos em um único livro. Assim como milhares de pessoas que perderam parentes e amados no ataque de onze de setembro, Anna perdera o pai que nunca chegara a conhecer. Ela guarda em seu quarto a única foto que possui dele, e conversa com o pai todos os dias. Assim como no relato de Hannah, encontramos aqui uma menina inocente que reza para que a mãe enfim descanse em paz, por não suportar mais seu sofrimento. Ela não tem amigos, e a carta da tia Hannah traz a esperança que ela precisava para continuar prosseguindo, assim como Anna é vista por Hannah como a última esperança da linhagem Rosenthal. Ela torce para que enfim alguém da família possa ser feliz. A guerra tirou tudo de Hannah, mas trouxe Anna, uma sobrinha da qual mal tinha conhecimento.

Apesar das suas 400 páginas, A Garota Alemã é uma leitura ágil, dinâmica e muito bem descrita. Armando soube medir com cuidado suas palavras, de forma que os acontecimentos eram compatíveis com o visto e interpretado por uma criança, e ali, através dos olhos delas, víamos como o futuro era duvidoso e quanto sofrimento ainda as aguardava.

Em nota, o autor diz que resolveu escrever o livro pois poucos tem conhecimento acerca do navio e do destino cruel que tiveram os refugiados, o que mostra a importância de conferir a incrível obra que ele criou. Acompanhar a trajetória de Hannah me deixou extremamente comovida, e mesmo sabendo que a história ao menos dela era fictícia, pensar que existiram de verdade 900 histórias dentro daquele navio que não tiveram um final feliz dói mais ainda. Nas últimas páginas, o autor incluiu fotos e uma lista com os nomes de todos os refugiados presentes no navio. A edição da Jangada também ficou espetacular e a capa super condizente.

Com uma narrativa direta e muito bem articulada, Armando convida todos a conhecerem o St. Louis e seus passageiros. Junto de Anna, se preparem para a história bela e ao mesmo tempo devastadora que Hannah tem a contar.

site: http://caverna-literaria.blogspot.com.br/2018/01/a-garota-alema.html
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Nic 16/10/2023

Achei chato!
Achei chato!! O livro trata da fuga de judeus em 1939 no navio St. Louis, a história é real, mas que se torna cansativa ao ficar apenas narrando as lamentações da Garota alemã.
Vendo as avaliações vi que foi muito bem avaliado por muita gente, então, quem quiser pode dar uma pesquisada mais aprofundada antes de fechar a porta por conta da minha decepção aqui...rsssss.
Livro A Garota Alemã - 408 pág.
Do autor cubano Armando Lucas Correa ??
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Kajade 29/08/2023

Sem palavras!! Muitas emoções.
Fui transportada para uma época sombria,pude sentir o sofrimento a dor das pessoas mencionadas nessa história que trás a tona o sofrimento de um povo que pagou com a vida por intolerância de um sádico, para mim foi muito triste me transportar para essa páginas,mais o autor está de parabéns é uma leitura dinâmica que trás acontecimentos e expectativas a cada página.Recomendo muito a leitura desse livro, mas se prepare se tiver coração mole vai surgir algumas lágrimas.
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Arabe Sol 30/03/2023

A infinita tristeza da guerra
O livro foi um pouco confuso e meio que arrastado no começo por misturar épocas e pessoas aparentemente sem qualquer ligação histórica. Isso me fez demorar um pouco pra ler, mas do meio pra frente as peças se encaixaram e pra parar de chorar foi difícil.... além de tudo o livro é baseado em fatos (só descobri no final do livro) e isso me destruiu.... pra quem gosta de livros sobre a segunda guerra e que esteja em condições psicológicas pra ler, é um prato cheio. Mas aviso que se vc estiver meio depre, ou triste, ou em uma fase ruim da sua vida ou algo assim, talvez seja interessante dar a vez pra um livro mais leve.
Mas que vale a leitura vale... ainda mais nos tempos atuais.
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Dani Guimarães 05/03/2024

Ressaca literária
O começo do livro é um pouco confuso, mas logo embala. É um desses livros que tem de tudo: amor, um soco no estômago e uma baita ressaca literária. Apenas leiam!
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Lu 20/06/2022

É estranho dizer que um livro é muito bom quando ele nos conta uma história triste. Mas é A garota alemã é exatamente assim: um livro muito bom, que conta uma história triste iniciada em um período nebuloso da humanidade, que a cada passo em direção a esperança perpetua a tristeza de seus personagens.
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Renata1004 07/04/2022

Marcante!
Abordando um assunto que sempre ganha a minha atenção, ainda assim, trouxe novos acontecimentos históricos à narrativa. Indico com certeza!
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Poly 18/04/2021

Me encantei com a leitura do início ao fim, conhecendo a história de duas corajosas garotas em épocas tão diferentes.
O autor fez um trabalho ótimo em alternar gerações com muita clareza, e trouxe lindos tributos na sua escrita.
Como foi incrível conhecer Anna e Hannah, e ver suas vidas se cruzando!
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Paula Juliana 30/01/2018

''...Outro túmulo no cemitério sem um corpo.''

Terça-feira.
Coincidência ou não, o destino me fez terminar essa leitura hoje. E que leitura!?! Uma daquelas obras que são marcantes, inesquecíveis e muito difíceis de descrever em palavras. A Garota Alemã me deixou sem palavras e sem lágrimas suficientes, não só no seu final, como em inúmeras passagens emocionantes durante o enredo. Amo romances históricos, há uma beleza quase sombria em suas páginas, e quando o autor Armando Lucas Correa me apresenta não só um romance baseado numa história real, como seu enredo ultrapassa os conteúdos que conhecemos em livros de história, sua pesquisa é tão palpável que é como se estivéssemos vivendo tudo aquilo na pele de seus personagens, é impossível ignorar!

Tocante, intenso, forte.
Sensível. Trágico.
Personagens que tem histórias para contar.

E esses personagens... não tem como falar da obra sem dar meus parabéns a todos eles, pela coragem, por todo o sofrimento, pela bela e triste história que viveram, e que pode ser tão similar, ou parecida com a de muitas pessoas que tiveram a digamos, má sorte de viver em um mundo onde não eram aceitos.

Hannah é a Garota Alemã.

Hannah Rosenthal tem 11 anos, é uma garota de sorte, afinal de contas nasceu em uma família privilegiada, de uma boa situação, em uma Berlim de 1939, seu pai era sua rocha, seu protetor, nos braços protegidos de papai, nada poderia a fazer mal, e ainda tinha sua mãe, a Deusa, como ela conta, nos seus vestidos finos, seu pescoço longo, sua postura sempre elegante. Hannah vê seu mundo desmoronar aos poucos, entre seus encontros com Leo, seu amigo, apoio e a que tudo indica futuro noivo, a menina começa a sentir a hostilidade das pessoas, em um dia era bem recebida em todos os lugares, frequentava bailes de alta sociedade e no outro pessoas começam a lhe lançar olhares estranhos, a lhe insultar e de repente ela é suja, impura.

Holocausto. Segunda Guerra Mundial.
Nazistas. Os Ogros puros.

A história contada pelos olhos de uma menina de 11 anos.

Quando a família Rosenthal tem seus bens confiscados e a situação começa a ficar cada vez pior para os judeus, e famílias mistas como a de Hannah, o único jeito que encontram é embarcar no transatlântico St. Louis, juntamente com 936 refugiados judeus fugindo de uma Alemanha Nazista cruel.

Anna Rosen também é a Garota Alemã.
Mesmo não tendo nascido na Alemanha, Anna que vive numa Nova York de 2014, com seus 11 anos, também tem seus fantasmas. Quando recebe uma encomenda misteriosa, de uma tia-avó que não sabia que existia e que criou seu falecido pai, ela parte com sua mãe em uma viagem de descobertas para Cuba, onde vai se deparar com a história de seu pai e o passado trágico de sua família, suas origens.
Quando passado e presente se encontram tem muito para ser contado.

Essa leitura foi muito forte, foram quatro dias bem intensos, a obra tem esse teor histórico muito forte, o autor juntou muitos fatos dentro da história, desde o Holocausto, inicio e fim da Segunda Guerra Mundial, passando pela Revolução de Cuba, até os atentados das Torres Gêmeas, no 11 de Setembro. E mesmo tendo esse teor tão pesado, a história é nos contado com um lirismo, uma inocência, um olhar tão puro e bonito que é cativante, triste e emocionante.

Hannah é muito forte, teve uma vida muito sofrida, parece que o destino das mulheres dessa família é sofrer, entanto que os homens é desaparecer. O desenvolvimento dessa personagem é vivido, a gente a acompanha por uma vida inteira, e não tem como não criar carinho por ela.

A escrita do autor Armando Lucas Correa, assim como seu trabalho de pesquisa, e a forma que enlaça toda a história é de tirar o chapéu, assim como a forma que o enredo é contado entre o passado e o presente, sempre mantendo o leitor alerta e curioso. Destaque para edição da Jangada que está linda e totalmente coerente com a história, lembrando também que no final ganhamos ainda fotos da pesquisa do autor que são muito interessantes.

Eu não tinha o conhecimento do que era o transatlântico St. Louis, sua importância histórica e nem o que tinha acontecido com ele até ler A Garota Alemã, essa obra me trouxe conhecimento, uma profunda admiração pelo capitão do St. Louis e uma profunda tristeza por todas aquelas pessoas que não tiveram escolha alguma quando todas as portas do mundo foram fechadas e seus destinos traçados.

A Garota Alemã é uma obra que deve ser lida, é uma homenagem, é um romance histórico fantástico. Ele me causou inúmeros sentimentos, e muitas vezes me levou as lágrimas, me transportou para uma época passada, me apresentou personagens incríveis, corajosos e leais. Com toda a certeza não vou conseguir passar nem metade do que foi essa leitura para mim, é o tipo de história que só lendo para conseguir realmente entender. Recomendadíssimo. Realidade e ficção aliadas em uma obra audaciosa, marcante e poderosa! Inesquecível!

Paula Juliana

site: https://overdoselite.blogspot.com.br/2018/01/resenha-garota-alema-armando-lucas.html
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Paula 20/08/2021

Tragédias descritas pelo olhar de duas meninas...
Uma palavra para resumir este livro: triste. Gosto muito de fazer leituras a respeito de algum momento histórico da humanidade, mas não pensei que iria me impactar com este. O início do livro já me deixou com expectativas, mas o restante só me deixava mais desanimada para continuar, pois a protagonista não consegue ser feliz, em raros momentos acontece algo bom. Pensar que não se pode contar com nenhum outro país é desanimador, dava para sentir o desconforto de morar num lugar que não era seu. A escrita do autor tem momentos poéticos e traz as angústias e vivências de duas meninas tão jovens, que o que dá vontade é de acolher as duas e dizer que nada de mal irá acontecer. É um livro para refletir e aprender um pouco mais da nossa história.
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Mari 26/03/2024

Não tem como não se impactar ao ler qualquer livro sobre a segunda guerra mundial, pensar o que aconteceu e como o mundo ignorou os fatos. A pergunta que fica o que fazemos pelos refugiados de hoje
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Gabriella911 04/05/2024

Gosto bastante dessa historia,e gosto tbm de livros da Alemanha nazista,nao sei porque mas acho muito interessante
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Danielle270 11/01/2021

Eu procurei um livro que falasse sobre a Segunda Guerra Mundial, achei um que me fez até odiar o destino de Léo, mas ao mesmo tempo apaixonar pela determinação e esperança de Hannah... Como uma leitora e também sobrevivente do St. Louis diz: "Espero que muitos jovens leiam este livro, porque está tragédia, ignorada durante tantos anos, é lição que o mundo deve conhecer e nunca esquecer: a compaixão pelos refugiados."
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